sábado, 30 de maio de 2015

ECONOMIA - A importância dos BRICs.


A importância do Banco dos Brics


            
Autor: Emanuel Cancella e Francisco Soriano

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 Da aliança de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul nasce o BRICS, que representa a união dos principais países emergentes e é uma resposta ao hegemonismo estadunidense e europeu.
Essa articulação nasce para questionar a redução das nações periféricas a meras colônias subordinadas aos interesses imperialistas das grandes potências globais.
É verdade que, para muitos, o atual governo dos EUA trouxe novas perspectivas. O presidente Barack Obama, em nossa opinião, revela-se melhor do que os dois presidentes Bush (pai e filho) ou seus demais antecessores, já que todos imprimiram uma política de império do norte em relação a todos os países latino- americanos, que sempre foram tratados como quintal dos Estados Unidos. Obama foi responsável por políticas importantes como o fim do bloqueio a Cuba, o início do desmonte da prisão de Guantánamo, as negociações com o Irã (ou seja, a prática de se valer menos da força do que do diálogo na política internacional), a sensibilidade com os problemas sociais e a defesa dos americanos pobres, negros, imigrantes latinos.
Mas a necessidade de articulação das nações emergentes continua inabalável. E foi no governo Lula, com o Partido dos Trabalhadores à frente, que se formaram tanto o BRICS, quanto o Mercosul. Esse feito fortaleceu Lula como um estadista de visão internacional. Por outro lado, houve muito temor pela não reeleição de Dilma, pois representaria o fim dessas alianças dos BRICS com o Mercosul.
 A boa nova vem da China com um pacote de investimentos da ordem de U$ 50 BI em nosso país, priorizando a construção da ferrovia Transamazônica que vai unir os oceanos Atlântico e Pacífico, passando pelo Brasil, o que levará uma explosão comercial do MERCOSUL com o resto do mundo. Essa obra abre perspectivas de ampliação da integração de Brasil e Venezuela, os conectando com novos oceanos. Enfim, a América do Sul está se levantando, político e economicamente.
A grande mídia, como não poderia deixar de ser, sempre se colocando contra o Brasil, deu o informe da reunião de Dilma com o ministro chinês, Li Keqiang, que resultou no pacote bilionário de investimento, como o anúncio de um velório. Lembrando que a China é o principal parceiro comercial do Brasil e o segundo de Chile e Peru.
 Os chineses, apesar do olho pequeno, mostraram sua imensurável visão global que além de despertar entre as nações os sentimentos de liberdade, igualdade e fraternidade, aciona o círculo virtuoso da economia, o que vai gerar investimentos, arrecadação de impostos, empregos e oportunidades para todos. Eles começam a dar mostras de arrefecimento em sua capacidade de crescimento interno e se abrem para o mundo.
A China, desde o ano 2000, tem conquistado o maior crescimento econômico do mundo, com uma taxa anual de 10% e terá ultrapassado a economia da União Européia, tornando-se o segundo maior mercado de exportação da América Latina, segundo estudos da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (ECLAC), da ONU.
 Todavia, precisamos estar atentos para o fato de que nossos principais itens de exportação para os chineses se constituem de matérias primas (ferro, soja e petróleo), enquanto que os deles são de manufaturas (televisões, telefones, telas de LCD). Se não pudermos inverter esta situação, pelo menos devemos procurar o equilíbrio.
Acreditamos que essa é a melhor resposta da reeleita presidente Dilma para aqueles que, ao que parece, só sabem bater panela. E falamos isso destacando nossa posição, enquanto sindicalistas, de independência diante do governo.
Vale uma menção honrosa ao grande nacionalista e economista José Carlos de Assis, articulista junto ao governo do pacote chinês no Brasil, realizando debates sobre o tema no Clube de Engenharia, nas principais centrais sindicais, nos movimentos sociais e sindicatos.   
*Emanuel Cancella é coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). Francisco Soriano é graduado em ciências econômicas, DIRETOR DA TV Comunitária do Rio de Janeiro e autor do Livro “A Grande Partida: Anos de Chumbo”.

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