A prisão de Michel Temer — arbitrária, como já escrevi aqui, e isso não é defesa do cidadão que você e eu sabemos quem é — contém várias lições.
Uma delas é de que a Lava Jato é um projeto de poder da República de Curitiba e funciona como uma pororoca na democracia, alargando e destruindo as margens do estado de direito.
Temer, constitucionalista, corrupto, demagogo, tentou surfar na imagem da operação quando assumiu a presidência da República.
Interino e efetivo, postou no Twitter as seguintes imbecilidades:
“A Lava Jato tem prestado importantes serviços ao país. Sou jurista e sei do papel fundamental da Justiça e do MP para o avanço das instituições.”
“Nesse contexto, a Lava Jato tornou-se referência e, como tal, deve ter prosseguimento e proteção contra qualquer tentativa de enfraquecê-la.”
“Não vejo abuso na Lava Jato. Não vejo ‘espetáculo’. Tem que avaliar o teor das denúncias.”
No pedido de prisão, o juiz Marcelo Bretas argumenta que Temer é “líder da organização criminosa”.
Em editorial, o Estadão lembra o seguinte:
Na decisão, o juiz Marcelo Bretas utiliza 18 vezes o verbo parecer – “parecem ter feito”, “parecem estar vinculados”, etc. –, deixando em evidência a frágil ligação entre os fatos investigados e as conclusões a que o Ministério Público deseja chegar, como a existência da tal organização criminosa de quatro décadas, chefiada por Michel Temer.
A soma dos valores de propinas do suposto bando chefiado por MT ultrapassa R$ 1,8 bilhão, segundo o MPF, um número visivelmente chutado para impressionar.
Marun conta que o ex-chefe está escrevendo um livro na cadeia.
O capítulo sobre Sergio Moro promete.
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