sexta-feira, 25 de setembro de 2020

POLÍTICA - É isso aí Edmundo, façamos então a nossa parte!

 

Os 40% de aprovação do governo não me assustam e as eleições estão aí.
Por L. Edmundo Aguiar
Sobre a última pesquisa que registra 40% para Bolsonaro, sendo a maior aprovação desde o início de seu governo, não é de se estranhar que justamente nas camadas sociais mais vulneráveis ele tenha obtido maior crescimento. Entre os que ganham até 2 salários mínimos, cresceu mais de 20 pontos percentuais e entre os que só têm o ensino fundamental, por exemplo, passou de 19 para 43%. Isso é facilmente compreendido em momentos de enorme crise e desespero, onde os mais necessitados se agarram a qualquer "tábua de salvação" e, pela desinformação, atribuem confiança a quem lhes aparece como sendo o seu salvador.
Confesso que esperava que poderia ser até pior, com a politização da ajuda emergencial e a fraca capacidade de comunicação dos setores da esquerda e do centro progressista na disputa de narrativa. Além do que, a demora em assumirmos o fora Bolsonaro de forma mais retumbante, quando ele cambaleava sem apoio político, antes da cooptação do centrão, lhe demos tempo suficiente para se reorganizar, engrossando seu arsenal de ministros e assessores militares e parlamentares oportunistas. Mas não vejo um fortalecimento político de seu discurso, ou do que ele representa, na sociedade, principalmente entre os fazedores de opinião.
As eleições municipais podem ser um excelente momento para nossa retomada na disputa de narrativa pela hegemonia política. Gransci, no terceiro volume dos Cadernos do Cárceres, já apontava a importância das eleições nas democracias burguesas, como espaço de interação das propostas da esquerda com o proletariado e setores médios da sociedade. Bem como, um ambiente propício a desnudar as propostas da burguesia com suas falsas promessas. Aliás, sobre isso , Engels já havia acrescentado ao Manifesto Comunista a importância dos proletários conscientes usarem-se das eleições para a propaganda de suas posições junto aos operários e ao conjunto de seus aliados de classe.
Isso significa que embora as questões imediatas que afligem o povo devam ser assumidas com propostas de resolução dos problemas causados por sucessivas más gestões, a politização das eleições é uma tarefa absoluramente necessária nessa disputa por corações e mentes.
Façamos então a nossa parte!

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