Por Cris Penha
COMO DERROTAR BOLSONARO EM 2022
Meus amigos, se as forças democráticas quiserem voltar ao poder um dia, terão que fazer algumas coisas que hoje não fazem. E por forças democráticas falo de todos que se opõe a Bolsonaro, não apenas partidos de esquerda.
- UNIÃO: é preciso unir essas forças, em todos os espectros políticos, partidários e ideológicos. Um partido sozinho dificilmente venceria o 2° turno, como ficou provado nas últimas eleições. Se a união não é possível no primeiro turno, que seja ao menos no segundo, mas de maneira clara e oficial. Não com declarações na véspera do pleito ou fuga para Paris. Essa União não diz respeito apenas aos políticos, mas a todos que se opõe ao Bolsonarismo dentro das seguintes categorias: artistas, intelectuais, esportistas personalidades, empresários, associações, igrejas, judiciário, etc.
- DESMONTE DAS FAKES NEWS: se as Forças Democráticas querem ter chances em igualdade de condições, é preciso desmontar a rede de Fake News organizada e financiada pelos bolsonaristas, que burla totalmente as regras eleitorais e distorce a democracia. É preciso exigir celeridade e punição exemplar aos financiadores e executores dessa rede pelo STF no inquérito das Fakes News. Se essa rede estiver ativa em 2022, será muito difícil desmontar a retórica bolsonarista perante boa parte da população. Dentro dessa indústria de mentiras, incluo parte das igrejas evangélicas que ajudam a espalhar mentiras enquanto exploram financeiramente a fé das pessoas.
- MEA CULPA DA CENTRO-DIREITA E DA MÍDIA: é difícil que isso aconteça, mas seria importante que houvesse um reconhecimento por parte desse lado de que houve um golpe no Brasil não contra o PT, mas contra a democracia com o objetivo de desmontar o Estado, as políticas sociais e o combate à corrupção, incluindo nesse golpe a prisão de Lula. É preciso que esse lado também reconheça e mostre em suas reportagens e declarações, como o Brasil estava muito melhor nos governos democráticos e aqui poderiam incluir inclusive os governos de Itamar Franco e FHC. Sim, sem reconhecer os avanços de todos esses governos não há como convencer o povo de que há um caminho muito melhor que o Bolsonarismo. Por mais difícil que seja, principalmente para o PT e PSDB, isso precisa ocorrer. É preciso um acordo antes do Segundo Turno. Todos contra Bolsonaro, independente de quem esteja na disputa. E aqui é preciso que todos entendam: não podemos anular o voto. Os votos nulos, brancos e abstenções garantiram a vitória de Bolsonaro em 2018. Como todos perceberam, há uma diferença brutal entre um lado e outro.
- RESGATAR A MEMÓRIA: em decorrência do ponto anterior, é preciso resgatar a memória da população e lembrar como o Brasil estava em função da Ditadura Militar: crise da dívida externa, hiperinflação, desmonte das políticas sociais, corrupção desenfreada, etc. É preciso lembrar à população o esforço pra se reconstruir a democracia e uma Constituição avançada e progressista como a Carta de 1988. Temos que relembrar o que significou o fim da inflação galopante e as políticas sociais e de distribuição de renda, a elevação dos gastos sociais, a proteção ambiental, o reconhecimento do Brasil no mundo, enfim, todos os avanços que hoje estão sendo perdidos.
MOBILIZAR AS RUAS: sem isso, é muito difícil enfraquecer um governo fascista como esse. Estamos vendo nos EUA como as manifestações Black Lives Matter ajudaram a derrubar a popularidade de Trump. Aqui, sem mobilizar as ruas, mas não apenas com os partidos de esquerda, mas com todos que se opõe ao fascismo, Bolsonaro chegará forte em 2022. É preciso sair às ruas o quanto antes, no país todo, para que todos vejam que há milhões contra esse desgoverno.
Esses são os principais pontos que vejo como fundamentais pra derrotar essa força maligna, retrógrada e fascista chamada Bolsonarismo. Muito do que escrevi aqui, já tinha dito antes das eleições de 2018. Como sabem, nada do que proponho aconteceu e todos sabemos o resultado.
Se quisermos um resultado diferente, temos que fazer as coisas de maneira diferente. E isso vale pra todos que se opõe ao que Bolsonaro representa, não apenas a esquerda.
Não esperem que Bolsonaro desista e não tente usar todas as armas, literalmente, pra não ser extirpado do poder. 2022 será a maior batalha de todos os tempos no Brasil contra o que há de pior na humanidade. Ou superamos nossas diferenças e lutamos juntos ou seremos derrotados novamente e talvez pra sempre. E isso seria muito mais doloroso que passar por cima daquilo que nos opõe pra nos unirmos em torno de um objetivo comum: a destruição do Fascismo no Brasil. Na Segunda Guerra só a união de todas as forças foi capaz de derrotar o nazi-fascismo. Não será diferente em 2022.
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