sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

PETROBRAS - Falsas retóricas.

 César Cantu



 

O neoliberalismo, abraçado pela dupla Bolsonaro / Guedes com sofreguidão, um modelo socioeconômico voraz na defesa do grande capital e dos países hegemônicos, contra o cidadão e os países dominados, cria falsas retóricas que precisam ser desconstruídas.

 

Refiro-me às críticas dirigidas à Petrobras por ter, nos governos Lula e Dilma, utilizado de suas vantagens competitivas, em consonância com as regras de livre mercado, para favorecer os seus acionistas primários - o cidadão brasileiro, com menores preços de combustíveis. É preciso ressaltar que a atuação das empresas privadas para favorecer os seus acionistas é considerada lícita de acordo com essas mesmas regras. Num contrassenso, a Petrobras fazer o mesmo em benefício dos seus cidadãos, os seus acionistas primários, é motivo de críticas.

 

Mas, alguém contra-argumentaria: E os acionistas diretos, portadores de ações da Petrobras, podem ser prejudicados com dividendos menores em função do preço menor de combustível? Respondo: Esses, como acionistas minoritários, devem se submeter às decisões do acionista majoritário, o Estado. É assim mesmo que ocorre com as organizações privadas; quem decide são os acionistas majoritários, e os minoritários se submetem. Se o Estado deseja tomar medidas para favorecer o acionista primário, o cidadão, nada mais resta aos acionistas menores que a aceitação.

 

Ao adquirir ação de uma empresa estatal, o investidor está ciente de que, muitas vezes, será favorecido pela condição de empresa do governo, mas que, em outras, terá que aceitar decisões favoráveis aos interesses do Estado, e contra os seus interesses imediatos. É a regra do jogo. Entra quem quer.

 

César Cantu

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