quinta-feira, 29 de abril de 2010

ELEIÇÕES - Decisão no primeiro turno?

Do blog ENTRELINHAS.

Uma inevitável decisão no primeiro turno?

É bastante provável que o Brasil conheça o nome do sucessor ou sucessora do presidente Luiz Inácio Lula da Silva já no início de outubro. A saída de Ciro Gomes (PSB) da disputa presidencial torna este cenário cada vez mais provável.
Nada contra Marina Silva, Plínio de Arruda Sampaio e demais candidatos dos pequenos partidos, mas é fato que as chances maiores são mesmo de que campanha fique polarizada entre Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB). Ainda que a soma de Marina, Plínio e todos os nanicos chegue a 15%, quando se consideram os votos válidos a probabilidade de Dilma ou Serra conseguirem, descartados os brancos e nulos, um voto a mais do que a soma de todos os outros candidatos – este é o conceito que define uma vitória no primeiro turno – é muito grande.
Esta hipótese de trabalho deve estar norteando as pesquisas qualitativas dos marqueteiros responsáveis pelas campanhas de Dilma e Serra. E certamente está no horizonte dos políticos que articulam as candidaturas. De imediato, o efeito da saída de Ciro da jogada é o aumento do preço do PP, detentor de precisoso 1,20 minuto no horário eleitoral gratuito. Tucanos e petistas já estão a fazer agrados ao partido, que no fundo é o herdeiro mais sólido da antiga Arena-PDS legendas que deram suporte à ditadura militar. Serra assanhou-se a oferecer a vaga de vice ao senador Francisco Dornelles, eleito pelo Rio, mas mineiro de vocação e tio de Aécio Neves. Já o PT do presidente Lula tem a força da caneta e pode mandar para casa todos os indicados do partido, que conta com o poderoso ministério das Cidades e diversos cargos em segundo escalão.
Boa parte dos analistas está achando que o PP acaba nos braços de Serra. Este blog vê a coisa de modo diferente. Para saber o que vai acontecer, é preciso observar quem de fato manda no PP. Em São Paulo, Delfim Netto e Paulo Maluf são os caciques mais importantes. Os dois estão fechados com Dilma. Fazem parte da Executiva Nacional os governistas Ricardo Barros, Mário Negromonte, Pedro Henry, Aline Corrêa, Vadão Gomes e Benedito de Lira, além do ministro Márcio Fortes. Sim, o presidente do PP é o senador Dornelles, mas trata-se de um partido em que os caciques têm bastante poder e a decisão certamente será colegiada, e não fruto da vontade do presidente.
É óbvio que o poder de barganha de Serra com a oferta da vaga de vice é grande, mas este blog ainda acredita que prevalecerá o pragmatismo de gente como Delfim, Mauf, Vadão e outros.
Outro partido que está indeciso é o PTB, mas neste caso as chances de o presidente da legenda, o ex-deputado Roberto Jefferson (RJ), influenciar para que os trabalhistas fiquem ao lado de Serra são muito maiores. Sim, o partido também faz parte da base governista de Lula, mas em diversos Estados, como São Paulo, é aliado incondicional dos tucanos. Se for para apostar, este blog diria que o PP vai de Dilma e o PTB, de Serra. Quem viver, verá...

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