Cooperação ou entreguismo? A visita do Sr. Joe Biden.
Pravda - 31.05.2013
Em
1947 o presidente Eurico Dutra enviou ao Congresso Nacional o projeto
do Estatuto do Petróleo. A proposta presidencial previa a compra de
petroleiros e criação de refinarias nacionais.
Wladmir Coelho
A exploração petrolífera, propriamente dita, continuaria liberada às empresas internacionais amparada esta decisão no temor, ou "iminência", de uma guerra entre os Estados Unidos e União Soviética.
O general Juarez Távora chegou a elaborar uma tese denominada "Segurança Continental". Segundo o general o Brasil deveria garantir o abastecimento de petróleo aos Estados Unidos tendo em vista o papel desta nação na defesa do continente contra os soviéticos.
Deste modo defender a exploração petrolífera nacional através de uma empresa estatal, conforme exigiam amplos setores da sociedade brasileira, seria uma grave ameaça à segurança dos Estados Unidos facilitando, por consequência, a dominação do continente por tropas soviéticas.
Passados 66 anos desde a criação da tese do General Távora encontramos a mesma disposição de nossas autoridades em colaborar com a segurança continental.
Derrotado por Obama nas prévias acabou candidato à vice-presidente. No governo preocupa-se diariamente em garantir os meios necessários para diminuir a dependência petrolífera de seu país do Oriente Médio.
A segurança energética dos Estados Unidos pressupõe o controle de todas as áreas com potencial produtivo incluindo o Ártico e América Latina. No primeiro caso o Sr. Joe Biden - em discurso aos formandos da Guarda Costeira pouco antes de viajar ao Brasil - lembrava do compromisso destes militares na ocupação de áreas anteriormente congeladas afirmando: (...) "Os senhores estão preparados para o futuro do Ártico que inclui operações complicadas que nunca foram exercidas pela Guarda Costeira."
O futuro neste caso significa garantir a segurança e acesso das empresas estadunidenses para a exploração dos recursos minerais incluindo o petróleo. A estratégia para efetivação deste projeto não é novidade. Chegam juntos o canhão e o capital.
No Brasil é retomado o velho discurso da cooperação. Aliás, o tema da visita do vice-presidente dos Estados Unidos é exatamente este. Joe Biden chega ao país para tratar da cooperação energética entre Brasil e EUA.
Podemos entender esta "cooperação" através das palavras do Sr. Paulo Sotero, diretor do Brazil Institute do Wilson Center a respeito dos objetivos da visita do vice-presidente dos EUA: "A cooperação energética é, provavelmente, um fator chave nessa relação tendo em vista que os Estados Unidos buscam superar a dependência do petróleo do Oriente Médio".
Pronto. O Brasil segue fornecedor de matéria prima entregando às empresas de sempre - vide resultado dos leilões - o petróleo necessário a segurança energética dos Estados Unidos.
Os entreguistas vibram: Welcome Mr. Biden!
Pravda - 31.05.2013
Wladmir Coelho
A exploração petrolífera, propriamente dita, continuaria liberada às empresas internacionais amparada esta decisão no temor, ou "iminência", de uma guerra entre os Estados Unidos e União Soviética.
O general Juarez Távora chegou a elaborar uma tese denominada "Segurança Continental". Segundo o general o Brasil deveria garantir o abastecimento de petróleo aos Estados Unidos tendo em vista o papel desta nação na defesa do continente contra os soviéticos.
Deste modo defender a exploração petrolífera nacional através de uma empresa estatal, conforme exigiam amplos setores da sociedade brasileira, seria uma grave ameaça à segurança dos Estados Unidos facilitando, por consequência, a dominação do continente por tropas soviéticas.
Passados 66 anos desde a criação da tese do General Távora encontramos a mesma disposição de nossas autoridades em colaborar com a segurança continental.
Derrotado por Obama nas prévias acabou candidato à vice-presidente. No governo preocupa-se diariamente em garantir os meios necessários para diminuir a dependência petrolífera de seu país do Oriente Médio.
A segurança energética dos Estados Unidos pressupõe o controle de todas as áreas com potencial produtivo incluindo o Ártico e América Latina. No primeiro caso o Sr. Joe Biden - em discurso aos formandos da Guarda Costeira pouco antes de viajar ao Brasil - lembrava do compromisso destes militares na ocupação de áreas anteriormente congeladas afirmando: (...) "Os senhores estão preparados para o futuro do Ártico que inclui operações complicadas que nunca foram exercidas pela Guarda Costeira."
O futuro neste caso significa garantir a segurança e acesso das empresas estadunidenses para a exploração dos recursos minerais incluindo o petróleo. A estratégia para efetivação deste projeto não é novidade. Chegam juntos o canhão e o capital.
No Brasil é retomado o velho discurso da cooperação. Aliás, o tema da visita do vice-presidente dos Estados Unidos é exatamente este. Joe Biden chega ao país para tratar da cooperação energética entre Brasil e EUA.
Podemos entender esta "cooperação" através das palavras do Sr. Paulo Sotero, diretor do Brazil Institute do Wilson Center a respeito dos objetivos da visita do vice-presidente dos EUA: "A cooperação energética é, provavelmente, um fator chave nessa relação tendo em vista que os Estados Unidos buscam superar a dependência do petróleo do Oriente Médio".
Pronto. O Brasil segue fornecedor de matéria prima entregando às empresas de sempre - vide resultado dos leilões - o petróleo necessário a segurança energética dos Estados Unidos.
Os entreguistas vibram: Welcome Mr. Biden!