As tentativas de Campos para atrair Lindberg Farias


Por Vânia
Do Jornal GGN

Campos tentou levar Lindberg para o PSB

Maria Inês Nassif

O governador Eduardo Campos tentou, sem sucesso, levar o senador Lindberg Farias (PT-RJ) para o PSB. A abordagem foi feita em novembro, depois que o senador petista lançou sua candidatura ao governo do Rio e provocou uma reação violenta do governador do Rio, Sérgio Cabral, que quer garantir a exclusividade do apoio do governo federal à candidatura de seu vice, Luiz Fernando Pezão, ao governo do Estado, em 2015. Cabral ameaçou romper a aliança com o governo federal no caso de o PT decidir por uma candidatura ao governo do Estado em 2014. Campos apostou que o PT nacional e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva iriam pressionar Lindberg a abandonar a sua candidatura, e contrapropôs ao senador: ele sairia do PT, se filiaria ao PSB e disputaria pela legenda socialista o governo do Estado. A vantagem para Lindberg era a de garantir uma legenda para disputar o governo onde estaria livre das pressões do PT Nacional ou de Lula para renunciar em favor de Pezão. Para Campos, seria a oportunidade de ter um palanque no Rio, na hipótese de disputar a Presidência da República com Dilma Rousseff em 2014.
Lindberg não aceitou a oferta e não abandonou a sua candidatura. E não enfrentou, pelo menos até o momento, nenhuma pressão para que voltasse atrás. E, de novembro para cá, pode ter construído uma candidatura que é um fato consumado: as últimas pesquisas mostram que ele é o preferido da disputa. Quando o PT for conversar com o PMDB a aliança eleitoral para 2014, a superioridade do candidato petista sobre Pezão será avassaladora. O mais provável é que o Rio caminhe para uma realidade onde Dilma terá que se dividir entre dois palanques, um do PT, outro do PMDB.
Aliás, de novembro para cá, Lindberg colocou na estrada a versão estadual das Caravanas da Cidadania feitas à imagem e semelhança das viagens que foram feitas pelo Brasil por Lula, logo depois de sua primeira derrota na disputa pela Presidência, em 1989, e que foram a base da construção de suas candidaturas futuras. Nessas caravanas, Lindberg tem trabalhado fundamentalmente sua identidade com o ex-presidente, que é o melhor eleitor que um candidato a governador terá em 2014. “Na metade do tempo ele fala em Lula; na outra metade, de seus projetos para o Estado se for eleito governador”, relata uma das pessoas envolvidas em sua campanha.
Lula tem recebido Lindberg regularmente. Pelas ideias que troca sobre a necessidade de renovação dos quadros partidários, o ex-presidente habilita o ex-líder estudantil ao papel de nova geração de quadros partidários. Se não o estimula, tem dado corda o suficiente para que a pré-candidatura de Lindberg ganhe um gás da direção do partido. Os spots de publicidade de Lindberg têm sido feitos por João Santana, o marqueteiro de Dilma. O PT do Rio também tem acesso a pesquisas que são encomendadas pelo PT nacional. Segundo a mais recente, Lindberg já é o preferido dos eleitores fluminenses, com 28% das intenções de votos, seguido por Anthony Garotinho (PR), que tem 21% das preferências. Pezão, o candidato de Cabral, vem em terceiro lugar, com cerca de 5% dos votos.