As aventuras de Eduardo Cunha, o dono do balcão de negócios da Câmara

Um dos principais personagens do submundo político são os operadores, as pessoas especializadas em identificar as áreas sensíveis do setor público, os vazamentos de recursos, e montar o meio campo com interesses econômicos escusos, amarrados a interesses pessoais ou partidários.
Em geral os operadores atuam na sombra, assumindo cargos na máquina ou em governos. Poucos se aventuram a se expor em cargos eletivos.
Desde a redemocratização, poucos foram tão atrevidos quanto Eduardo Cunha, deputado eleito, líder do PMDB na Câmara. Foi parceiro de PC Farias, operador do deputado Francisco Dornelles, aliado de parlamentares evangélicos, depois do governador Antonio Garotinho e, agora, do governador Sérgio Cabral -  e sempre acompanhado de lobistas cariocas especializados no submundo da administração pública.

Sua vida pública está coalhada de escândalos. Talvez nenhum homem público do país esteve envolvido em tantos escândalos. Pior: saindo praticamente impune de todos eles.
Tornou-se o principal lobista a atuar na votação da Lei dos Portos, beneficiando, entre outros, o grupo Libra, com quem está envolvido há pelo menos 15 anos.
A denúncia do deputado Anthoni Garotinho - de que o lobbie contrário à Lei dos Portos teria subornado parlamentares - é apenas mais uma suspeita na longa carreira de Eduardo Cunha. O próprio Garotinho foi vítima dele. Indicado pela bancada evangélica para dirigir a Cehab, no governo Garotinho, Cunha protagonizou o primeiro grande escândalo daquela administração.
Nas próximas horas, Jornal GGN publicará um pequeno acervo dos escândalos nos quais Eduardo Cunha esteve envolvido.
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