sexta-feira, 17 de maio de 2013

SÍRIA - EUA caminham para repetir os mesmos erros do Afeganistão e Iraque.

Após Afeganistão e Iraque, EUA insistem no mesmo erro na Síria


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Barack Obama
Em entrevista coletiva na Casa Branca, o presidente Barack Obama afirmou que os Estados Unidos continuarão a mobilizar a comunidade internacional para que o presidente da Síria, Bashar al-Assad, perceba que “já não tem legitimidade e tem que ir embora”.

Depois de quase duas décadas de guerras no Afeganistão e no Iraque, os EUA caminham para cometer o mesmo erro na Síria. Aliás, já cometeram ao fomentar grupos ligados a Al Qaeda - esta também uma criação dos serviços secretos norte-americanos - para combater a invasão russa no Afeganistão.

A troca da invasão da Síria pela organização, financiamento e cessão de armas e a montagem de toda a logística para a guerra contra Assad não mudam o caráter da intervenção armada ilegal dos EUA no países, como fizeram no Iraque e no Afeganistão.

O tempo mostra erro dessa política intervencionista


Basta ver a situação desses países e mesmo da Líbia, onde o tempo dirá; a política intervencionista e militarista dos EUA com apoio da Europa e, às vezes, inclusive dos países da Liga Árabe - e ao contrário do que pretendiam, pelo menos nas justificativas morais - levou e levará à situação de guerra permanente, sem governo e Estado que mereçam esse nome.

As rebeliões populares na Tunísia e no Egito, a chamada Primavera Árabe, provam que há outros caminhos. Já as intervenções articuladas e apoiadas pelos EUA no Bahrein e no Iêmen - onde eles apoiaram ditaduras e processos para manter o status quo - provam a hipocrisia das intervenções no Iraque, Afeganistão, Líbia e agora na Síria.

Todas guiadas mais por interesses geopolíticos e econômicos do que por razões humanitárias, dos direitos humanos ou democráticas.

Qatar já enviou US$ 3 bi para os rebeldes


Chamo a atenção, também, para uma matéria publicada hoje no Valor Econômico informando que o Qatar – uma ditadura que a imprensa ocidental chama de monarquia conservadora –, dono da 3ª maior reserva de gás no mundo, já destinou cerca US$ 3 bi, nos últimos dois anos em apoio aos rebeldes (leia matéria).

Segundo o Instituto Internacional de Estudos da Paz, de Estocolmo, o Qatar é o país que mais remeteu armas para a Síria, com mais de 70 voos dos aviões militares de carga. Iniciada em março de 2011, a guerra na Síria já provocou 94 mil mortes e 1,5 milhão de refugiados.

(Foto: Pete Souza)

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