Marina Silva morreu abraçada a Feliciano
O fim patético de uma candidatura que surgiu como promessa de renovação.
Marina Silva faleceu politicamente hoje, 15 de maio, vítima de si própria.
Morreu abraçada ao irmão evangélico Marco Feliciano.
RIP.
As três linhas acima resumem o fato político mais importante do dia.
Num erro de avaliação impressionante, Marina Silva, numa viagem ao Recife, tomou a defesa de Feliciano.
Disse que ele estava sendo atacado, em boa parte, por ser evangélico.
Vou repetir.
Disse que ele estava sendo atacado, em boa parte, por ser evangélico.
Ora.
Feliciano, desde que
irrompeu do anonimato, tem repetido barbaridades homofóbicas e racistas
em sucessivas e despudoradas odes à intolerância e ao fanatismo.
Quando já achávamos que
ele tinha esgotado o estoque de obscurantismo agressivo, eis que
aparece um vídeo no qual ele diz que Deus assassinou John Lennon porque
não gostou de uma coisa que Lennon disse.
E com todo esse passivo
brutal de posições que fazem mal à sociedade, Marina consegue dizer que
a rejeição a Feliciano se funda mais na religião que na obra do pastor.
“Quando penso em certas coisas que disse, invejo os mudos”, escreveu Sêneca, o grande filósofo estoico da Antiguidade romana.
Eis uma frase que cabe em Marina.
Para quem num certo
momento surgiu como esperança de renovação política, não poderia haver
desfecho mais patético do que falecer na bizarra defesa do que existe
de mais vulgar, mais mistificador e mais atrasado na política
brasileira, o pastor Feliciano.
Paulo Nogueira
Paulo Nogueira
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