Lula diz que imprensa tenta incriminá-lo com reportagens sobre Odebretch e Lava Jato
Jornal GGN - Em ato unificado do Dia do Trabalhador convocado por centrais sindicais e movimentos sociais no centro de São Paulo, nessa sexta-feira (1), o ex-presidente Lula (PT) reagiu às reportagens das revistas Época e Veja que tentam arrastá-lo para o centro da Operação Lava Jato. Em tom espinhoso, Lula disse que é "bom de briga" e que não vai ficar acuado diante das "insinuações" que fazem com seu nome. Ele disse que, durante seu governo, ajudou a salvar muitos empresários da comunicação que estavam falindo, inclusive com recursos do BNDES, e nunca pediu nada em troca.
"Vejo nas revistas brasileiras, que são um lixo, as insinuações. Eles querem pegar o Lula, mas me chama para a briga que eu gosto", afirmou para as milhares de pessoas presentes no Vale do Anhangabaú, segundo informações do Instituto Lula. "Quero dizer aqui, na frente das crianças: pega 10 jornalistas da Veja, da Época, e enfia um dentro do outro que não dá nem 10% da minha honestidade", disparou o ex-presidente.
Lula ironizou a pressão que os veículos exercem para que os empresários citem seu nome nos depoimentos feitos às autoridades da Operação Lava Jato. "Poderiam convocar um congresso de empresários e dar um prêmio para quem citar o meu nome. Quem sabe seria mais fácil resolver o problema. Porque eu vou dizer uma coisa: não tem um cara da elite brasileira que não tenha recebido favor ou que não tenha sido salvo pelo Estado brasileiro. Eu conheci muitos meios de comunicação falidos e ajudei porque a comunicação tem que ser forte. Quando diziam que o BNDES não poderia financiar prédio de editora, eu disse que podia. Que dono de jornal deveria ser tratado como qualquer empresário, sem ser obrigado a falar bem do governo, porque ninguém está pedindo isso."
A fala de Lula aconteceu no mesmo dia em que a revista Época publicou uma reportagem sobre suspeitas do Ministério Público Federal de que ele teria praticado tráfico de influência internacional ao ajudar a Odebrecht - também citada na Lava Jato - em contratos no exterior.
"Eu estou notando, todo santo dia, insinuações. Ah, lá na Operação Lava Jato estão esperando que alguém cite o nome do Lula. Ah, estão tentando fazer com que os empresários citem o nome de Lula. Eu estou quietinho no meu lugar. (...) Mas que cada um olhe para o seu rabo. Se alguém acha que eu cheguei onde cheguei, que fiz o que fiz por esse país e agora vou baixar a minha crista por conta de insinuações... Olha aqui, meus filhos, eu estou queitinho no meu lugar, mas não me chamem para a briga, porque eu sou bom de briga", rebateu o petista.
Na semana passada, mais uma vez, a revista Veja mirou no empresário Léo Pinheiro, a OAS, para sugerir que Lula poderia ser arrastado para a Operação Lava Jato caso o ex-presidente da empreiteira decidisse assinar um acordo de delação premiada com o Ministério Público. Dias depois, o Supremo Tribunal Federal concedeu uma série de habeas corpus aos executivos que estavam sob custódia da Polícia Federal de Curitiba, incluindo Pinheiro, o que reduziu as chances de cooperação.
Segundo Lula, as tentativas de incriminá-lo soam como uma provocação que ele tende a aceitar e responder em caravanas, conversando diretamente com a população. "Aos meus detratores: eu vou andar este país outra vez, e vou conversar com os desempregados, os camponeses, os empresários. Vou começar a desafiar aqueles que não se conformaram com o resultado da democracia", acrescentou, segundo informações do G1.
Terceirização, redução da maioridade e governo Dilma
Lula voltou a criticar o Projeto de Lei 4330, que permite a terceirização da atividade fim e a redução da maioridade penal. “Os terceirizados trabalham em média três horas a mais por semana e ganham menos”, disse. "Apoiar a maioridade penal para jovens no Brasil é crime. Não podemos punir juventude se jovens não tiveram oportunidade de estudar”, falou, em outro momento.
O ex-presidente também fez uma defesa do governo Dilma Rousseff, pedindo "paciência" à militância. "Temos que ter paciência com a Dilma como temos com a mãe da gente. Na hora da dificuldade devemos dar a mão a Dilma. Não tenho dúvidas que daqui a quatro anos vamos comemorar o êxito do mandato da Dilma”, afirmou, segundo relatos do Estadão. "Se tentarem mexer com a Dilma vão mexer com milhões de brasileiros", finalizou.
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