terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

POLÍTICA - Julgamento de jovem palestina que enfrentou soldados israelenses.

Começa julgamento de jovem palestina acusada de agredir soldados israelenses

Ahed Tamimi, de 17 anos, símbolo de resistência à ocupação israelense, está presa desde dezembro após vídeo em que aparece enfrentando soldados de Israel

O julgamento da jovem palestina Ahed Tamimi, acusada de agredir soldados israelenses, foi iniciado nesta terça-feira (13/02), a portas fechadas, em um tribunal militar israelense em Ofer, no território palestino ocupado. 

O juiz decidiu não autorizar a entrada de ninguém além da família da garota, alegando que Tamimi era menor de idade e que não há interesse de que um debate público seja realizado. Jornalistas, diplomatas e o público presente se retiraram do local. 
A decisão causou revolta em Gaby Lasky, advogada da jovem palestina. "Eles sabem que as pessoas se interessam pelo caso de Ahed, que seus direitos não estão sendo respeitados e que ela jamais deveria ser julgada. Mas o julgamento a portas fechadas é a melhor forma de evitar os olhares", disse. 
Tamimi, de 17 anos, foi presa em dezembroapós divulgação de um vídeo em que aparece enfrentando soldados israelenses na cidade de Nabi Saleh, na Cisjordânia ocupada. A mãe de Ahed, Nariman, acusada por sua participação no incidente, e a prima Nur, também vista no vídeo, serão julgadas.
Reprodução

Jovem palestina ficou conhecida após vídeo em que aparece enfrentando soldados israelenses 



Resistência dos Tamimi
O vídeo, que se tornou viral, foi gravado em 15 de dezembro em frente à casa da família Tamimi, no contexto dos protestos palestinos contra a decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de reconhecer Jerusalém como capital de Israel. Ahed é uma das quatro mulheres de sua família presas em 19 de dezembro de 2017 após o incidente. A família da jovem palestina é conhecida por participar de manifestações em Nabi Saleh, palco de resistência à ocupação israelense.
O pai de Ahed se diz orgulhoso da ação da garota. "Todos os pais gostariam que seus filhos fossem como Ahed e que eles resistissem diante de homens carregando armas". Segundo ele, a ocupação israelense transforma os destinos das pessoas. "Onde teremos segurança? Se há um lugar onde estaremos seguros, nos digam. Quando vemos soldados entrando em nossas casas, onde mais poderemos viver em segurança?", questiona. 
Mobilização 
Organizações de defesa dos Direitos Humanos, o Alto Comissariado da ONU pelos Direitos Humanos e a União Europeia, manifestam preocupação com o caso de Tamimi. A Convenção Internacional de Direitos das Crianças estabelece que a prisão de uma criança deve ser uma medida excepcional e mais breve o possível.
A Justiça Militar alega que prendeu Ahed por 12 crimes. Segundo um comunicado do Exército, divulgado ano passado, ela foi acusada de "ter agredido as forças de segurança, lançado pedras, ter proferido ameaças e participado em distúrbios".
(*) Com informações da RFI

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