terça-feira, 16 de outubro de 2018

POLÍTICA - Mais uma semana perdida.


MAIS UMA SEMANA PERDIDA PARA HADDAD; BOLSONARO NA OFENSIVA E NOVAS PESQUISAS

MAIS UMA SEMANA PERDIDA PARA HADDAD; BOLSONARO NA OFENSIVA E NOVAS PESQUISAS

“Quem aceita o mal sem protestar, coopera com ele” (Martin Luther King).
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Será uma surpresa para mim se o novo Ibope a ser divulgado nesta segunda-feira mostrar mudanças substanciais em relação ao Datafolha da semana passada.
Não vi até agora motivos para Haddad subir e Bolsonaro cair, ao contrário.
Foi mais uma semana perdida para Fernando Haddad, que já estava 16 pontos atrás de Bolsonaro no Datafolha, e quase não saiu de São Paulo, enredado em reuniões e eventos protocolares só para aparecer no Jornal Nacional. Nenhum comício, carreata, caminhada, nada nas ruas.
E a tal Frente Democrática até agora não existe, flopou. Haddad só recebeu o apoio oficial de Boulos, que teve 0,5% na eleição.
Enquanto isso, quase sem sair do seu bunker na Barra da Tijuca, Jair Bolsonaro foi ao ataque contra Haddad e o PT nas redes sociais, com mensagens cada vez mais agressivas reproduzidas na TV, além de dar entrevistas diárias à Band, Record e Jovem Pan, as emissoras oficiais e exclusivas da campanha do capitão.
Confrontado pelos repórteres, Haddad caiu na armadilha, começou a fazer autocrítica do PT _ em pleno segundo turno! _ e se limita a repetir propostas de governo no varejo, que não comovem ninguém.
É difícil entender, mas a realidade é essa: o candidato que está na frente nas pesquisas e se recusa a participar de debates, continua na ofensiva, enquanto quem está atrás só se defende e reclama das fake news.
A esta altura do campeonato, não adianta recorrer ao TSE, mesmo porque está tudo dominado, e a guerra na internet já foi perdida.
Bolsonaro está nesta guerra há quatro anos, nadando de braçada e sozinho nas redes sociais, com um esquema altamente profissional, que certamente não foi criado aqui, nos mesmos moldes da campanha de Donald Trump.
As primeiras pesquisas que saíram nesta segunda-feira apenas confirmam este avanço das tropas bolsonaristas.
Na pesquisa FSB encomendada pelo BTG Pactual, a diferença chega a 18 pontos a favor de Bolsonaro (59 a 41).
Mais impressionante é a nova pesquisa do Instituto Paraná, feita só em São Paulo, o maior eleitorado do país, onde o capitão reformado já bateu nos 70%, contra 30% de Haddad.
Procurei, mas não achei nada no noticiário a indicar qualquer mudança de rota na campanha do PT.
Li que Haddad está esperando Ciro voltar ao Brasil para acertar a participação dele na Frente Democrática. Esperar até quando? E se ele não voltar tão cedo? Será que ainda não descobriram as comunicações online que hoje ligam o mundo em áudio e vídeo?
Para sair do isolamento, é tão importante neste momento o apoio formal de Ciro e também de FHC, para criar um fato novo positivo, que o candidato ou algum coordenador de campanha do PT deveria, se for preciso, fretar um jatinho ou um helicóptero para encontrá-los onde estiverem.
Fora isso, só um nocaute de Haddad contra Bolsonaro nos debates da Record e da Globo, em principio previstos para a próxima semana, poderia mudar o cenário altamente negativo, com viés de piora.
Mas Bolsonaro já armou mais uma encenação para quarta-feira, quando deverá ser novamente avaliado pela sua junta médica.
Quem que ainda pode acreditar que Bolsonaro participará de algum debate com Haddad?
Assim começamos mais uma semana decisiva, e fica mesmo difícil mudar o cenário. Não dá para brigar com os fatos.
Vida que segue.

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