Para ser ministro, Sergio Moro defende o caixa 2 de Bolsonaro
Talis Andrade
O juiz Sérgio Moro sinalizou positivamente à indicação de seu nome para o ministério da Justiça do governo Bolsonaro. E minimizou a denúncia de caixa dois na campanha do ex-militar, feita pelo jornal Folha de S. Paulo.
A reportagem do jornal O Globo destaca que "Moro também via pontos positivos na campanha de Bolsonaro, como a promessa de não lotear os ministérios." Mesmo diante da notícia de que grandes empresas financiaram disparos em massa de Whatsapp para o candidato do PSL, "Moro mantem a convicção de que poderia ser um erro, mas não corrupção, já que Bolsonaro poderia não saber do apoio dos empresários feito por fora da campanha oficial".
Em abril deste ano, Moro declarou, durante uma palestra na Universidade de Harvard, que "caixa 2 nas eleições é trapaça, é um crime contra a democracia". "Para mim a corrupção para financiamento de campanha é pior que para o enriquecimento ilícito", disse na ocasião.
O ministério de Bolsonaro esté sendo loteado entre políticos golpistas de 1964 (viúvas da ditadura militar) e de 2016, membros do quadrilhão da Câmara dos Deputados, generais do goveno de Michel Temer, políticos empresários que financiaram a derrubada do governo de Dilma Rousseff e rechearam o caixa 2 da campanha.
A matéria prossegue, salientando os laços de Moro com o deputado Onyx Lorenzoni: "o juiz da Lava-Jato também diz ter ficado bem impressionado com a atuação do deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS), futuro ministro da Casa Civil, durante a tramitação das dez medidas anti-corrupção. Argumenta que, mesmo diante da pressão dos demais parlamentares, manteve boa parte do projeto original — embora tenha incluído a possibilidade de juízes e membros do Ministério Público serem denunciados por crime de responsabilidade em caso de abuso de poder".
Lorenzoni e Moro são cruzados da santa inquisião contra o PT. Quando contra Moro pesa a acusação de Tacla Durán sobre a indústria das colaborações premiadas. Conforme denúncia, cobraram de Tacla 5 milhões de dólares para premiar uma delação. O diabo sabe quantas delações já foram aprovadas. Pelo último registro da imprensa estrangeira, 1 mil e 68.
In Wikipédia sobre Lorenzoni: " No dia 14 de março de 2017, o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao STF 83 pedidos de abertura de inquérito, a partir dos acordos de colaboração premiada firmados com 78 executivos e ex-executivos da Odebrecht,sendo mencionado em depoimentos da Odebrecht. No entanto, em junho de 2018, o Ministro do STF Luiz Fux decidiu pelo arquivamento: "As diligências realizadas não foram suficientes para elucidar a materialidade do suposto crime". Nas delações da JBS, foi acusado de receber "caixa 2" daquela empresa. À RBS TV, Lorenzoni assumiu a irregularidade, justificando que "não tinha como" declarar o valor na Justiça Eleitoral, e que a cifra teria sido inferior aos 200 mil reais citados por Ricardo Saud.
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