“O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, propôs nesta quarta-feira (31/3) um investimento de US$ 2 trilhões [cerca de R$ 11 trilhões) em infraestrutura, com o objetivo declarado de criar "milhões" de empregos, enfrentar a China no cenário econômico mundial e lutar contra as mudanças climáticas”.
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Joe Biden, presidente da maior potência econômica e militar (por enquanto), meca do capitalismo, reconhece que o Estado não pode ficar fora da Economia; que deve interferir, com pesados investimentos públicos, para suprir as deficiências do “Mercado” e da iniciativa privada, e resolver problemas sociais e proporcionar a criação de empregos.
Enquanto isso, a extrema-direita brasileira, radical, golpista, gananciosa, exploradora...
-- representada pelos latifundiários e grileiros da Bancada “Ruralista” de Ronaldo Caiado e Tereza Cristina; pela FEBRABAN dos banqueiros privados, que cobram os juros mais criminosos do mundo; pela FIESP/CNI, de Paulo Skaf, que acoberta grandes sonegadores bilionários e egoístas; pelos falsos pastores que comandam a Bancada “Evangélica” (bispos mi e bilionários, Edir Macedo, Silas Malafaia e outros); a grande mídia golpista, traidora e antipatriota (Rede Globo; Rede Record; SBT, de Silvio Santos; Rede Ratinho; Rede de rádio JOVEM PAN...); os principais jornais e revistas; os grandes depositantes de paraísos fiscais; os militares mais ingênuos e estúpidos, que se deixaram doutrinar por Washington; o atual governo, que tem no ministério da Economia o especulador banqueiro privado Paulo Guedes e o mais ignorante presidente da história brasileira, Jair Bolsonaro...
– atua fortemente para acabar sepultando (sem querer) o capitalismo selvagem, hoje o NEOLIBERALISMO, que é aqui praticado, sem limites.
O grande presidente norte-americano, Franklin Delano Roosevelt, já provou, na década de 1930, que a Economia depende da adoção dos princípios de John Maynard Keynes (O Estado precisa interferir na Economia para suprir as deficiências do Mercado). Roosevelt salvou os EUA da catástrofe econômica e social, fazendo o Estado investir fortemente na infraestrutura.
Quem já estudou um pouco da trajetória do desenvolvimento norte-americano, sabe que muitas das grandes conquistas tecnológicas foram conseguidas graças ao maciço apoio do governo, com recursos públicos estatais, e que a iniciativa privada acabou tirando o maior proveito. Quem já leu, p.ex., “ O ESTADO EMPREENDEDOR – Desmascarando o mito do setor público vs. Setor privado”, da respeitada economista italiana Mariana Mazzucato, titular da cadeira Economia da Universidade de Sussex (Reino Unido), verá que grandes empresas privadas americanas (Apple, Microsoft e tantas outras gigantes) cresceram na esteira das pesquisas e descobertas promovidas com pesados investimentos de ins tituições do Estado. Tudo, praticamente, foi conseguido depois que o Estado colocou dinheiro público. A iniciativa privada sempre se beneficiou dos investimentos estatais.
Só para citar um exemplo de fato mencionado por Mazzucato:
“...apesar de Jobs ter sido corretamente chamado de ‘gênio’ pelos produtos visionários que concebeu e comercializou, essa história cria um mito em relação ao sucesso da Apple. A genialidade individual, a atenção do design, o gosto pelo jogo e a loucura foram sem dúvida características importantes. Mas sem o maciço investimento público por trás das revoluções da informática e da internet, esses atributos poderiam ter levado apenas à invenção de um novo brinquedo – e não a produtos revolucionários como o iPad e o iPhone, que mudaram a maneira como as pessoas trabalham e se comunicam...”
“...o capital de risco entrou nas indústrias como a biotecnológica só depois de o Estado ter realizado o atribulado trabalho de base, e a genialidade e o ‘espírito louco’ de Steve Jobs só produziram sucesso e lucros maciços porque a Apple conseguiu surfar na onda de investimentos enormes feitos pelo Estado em tecnologias ‘revolucionárias’ que deram sustentação ao iPhone e ao iPad: a internet, o GPS, telas sensíveis ao toque (touch-screen) e tecnologias de comunicação. Sem essas tecnologias financiadas com recursos públicos, não teria havido nenhuma onda para surfar tolamente...” (Mazzucato, in O ESTADO EMPREENDEDOR, pá g. 127, edição brasileira, Penguin, 2020).
Mas os brasileiros mais reacionários e racalcitrantes, como Paulo Guedes (banqueiro privado, ministro da Economia); Ronaldo Caiado (líder dos latifundiários e grileiros), Paulo Skaf (da FIESP/CNI); os comentaristas venais da Rede Globo (Merval Pereira, Mirian Leitão, Eliane Cantanhede...); os sabujos do bispo Edir Macedo, da Rede Record; os entreguistas da rede de rádios JOVEM PAN (Jose Maria Trindade, Rodrigo Constantino, Augusto Nunes, Felipe Moura Brasil entre outros) – vivem propagando que o Estado deve ser mínimo, que deve ficar fora da economia e das questões sociais; que deve ater-se apenas a cuidar da segurança... E deixar tudo para o Mercado resolver; deixar tudo para a iniciativa privada... De ixar tudo para as "mãos invisíveis", de Adam Smith.
Vejam que Paulo Guedes está agindo exatamente nesse rumo predatório e destruidor, no Brasil: está entregando estatais estratégicas para os especuladores da iniciativa privada; vive repetindo que os funcionários públicos são “parasitas”. Vive repetindo que quer privatizar tudo: PETROBRAS, BANCO DO BRASIL, CAIXA ECONÔMICA, ELETROBRAS, CASA DA MOEDA... E para conseguir seu intento colocou banqueiros privados e economistas forjados na Escola de Chicago para mutilar essas instituições centenárias! Para, depois, entregá-las aos abutres.
Paulo Guedes está praticamente paralisando os investimentos estatais em infraestrutura. Enquanto isso, o presidente Biden, dos EUA, já garantiu que investirá US$ 2 trilhões (R$ 11 trilhões!!!) em infraestrutura para recuperar as atividades econômicas de seu país e aumentar os empregos. Desses US$ 2 trilhões, US$ 620 bilhões serão investidos em modernizar a infraestrutura de transportes; US$ 300 bilhões para estimular a indústria manufatureira, e US$ 100 bilhões para expandir o acesso à internet banda larga.
Isso para recolocar os EUA na competição com a China. Pois a China já vem fazendo isso há muitos anos. E não é à toa que sua economia é, de longe, a que mais cresce no mundo. O Estado chinês criou, nos últimos 20 anos, e tem nas suas mãos, cerca de 450 megacorporações industriais poderosas nos setores mais estratégicos; tem um vigoroso sistema financeiro estatal, capaz de financiar todas as atividades produtivas. E conseguiu tirar mais de 500 milhões de chineses da pobreza!
Mas o Brasil vai na contramão, praticando o capitalismo mais retrógrado, ganancioso, antiquado e concentrador, com seus latifundiários, seus grandes sonegadores, e com o sistema tributário mais injusto do planeta.
Eis a razão pela qual afirmo: o Brasil será o sepulcro do neoliberalismo!
ARIALDO PACELLO
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