Os obstáculos ao voto
Depois do vergonhoso roubo das eleições de 2000 na Flórida e das muitas irregularidades que contribuiram para o resultado de 2004 em Ohio, o mais primitivo e precário sistema eleitoral do chamado Primeiro Mundo passará hoje pela sua prova de fogo. O Partido Republicano, minoritário nas grandes cidades, já tem, há algum tempo, a supressão do voto como um dos elementos centrais da sua estratégia. Este ano não foi diferente, embora, até o momento, não tenha dado muito certo.
Algumas das notícias mais preocupantes até agora são:
* No Novo México, imigrantes recém naturalizados (e portanto americanos em condições de votar) receberam visitas de intimidação de advogados do Partido Republicano.
* Na Carolina do Norte, foram impressos e distribuídos panfletos que avisavam que republicanos deveriam votar no dia 04 (o dia real da eleição) e democratas no dia 05.
* Em vários estados, os eleitores continuam recebendo ligações telefônicas gravadas com informações deliberadamente equivocadas sobre datas e lugares de votação.
* Em Richmond, Virgínia, reduto de Obama, vários eleitores relataram esperas de seis horas na fila de votação antecipada.
* Em Kansas City, Missouri, também reduto de Obama, centenas de eleitores esperaram oito horas para votar, muitos deles tendo recebido informações erradas sobre data e lugar de votação.
* Em muitos estados, os absentee ballots (cédulas para votação pelo correio) requisitados com antecedência não chegaram.
* Na Pensilvânia, o Partido Republicano tentou mas não conseguiu forçar a ONG ACORN a ceder os nomes de 140.000 eleitores que eles haviam registrado (nomes que certamente seriam usados depois para prática de intimidação eleitoral).
* Em Ohio, continua no ar o programa de rádio que anuncia que Obama mandaria os judeus para câmaras de gás.
* Em vários estados, as milícias dos Minutemen mandarão gente às urnas para contestar o direito ao voto de quem ... hmmm... não pareça americano.
O Talking Points Memo traz toda uma lista de tentativas de supressão do voto em 2008. Este, mes amis, foi um bom ano. Nem queiram saber o que é um ano ruim.
PS: Considerando o entusiasmo com Obama em New Orleans, a minha própria espera na fila de votação deve ser bem longa. Chegando de lá, eu inicio cobertura ao vivo das eleições, provavelmente no comecinho da noite, horário de Brasília.
PS 2: Na legendária cidadezinha de Dixville Notch, em New Hampshire, que mantém a tradição de reunir-se à meia-noite do dia da eleição, todos os 21 eleitores registrados já votaram. O povoado, que vota Republicano desde 1972, desta vez escolheu Obama por 15 x 6.
PS 3: É meio constrangedor ver um senador brasileiro dar palpites sobre Obama sem sequer saber escrever o nome do candidato. Em vez disso, Demóstenes deveria nos explicar a história do grampo fajuto.
Fonte:Blog O BiscoitoFino e a Massa.
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