domingo, 26 de julho de 2009

ANOS DE CHUMBO - Galeano contra a lei da impunidade.

O escritor Eduardo Galeano presidirá uma comissão que promoverá o voto a favor da revogação da Lei de Caducidade, que concedeu a anistia aos ex-militares e policiais acusados de violações dos direitos humanos durante a ditadura (1973-1985).

A reportagem é do jornal Página/12, 25-07-2009. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

A comissão, composta por centenas de personalidades políticas, culturais, desportivas e sociais, será formalmente apresentada na próxima quarta-feira Auditório da Universidade da República do Uruguai. O órgão irá buscar revigorar a campanha nacional contra a iniciativa, que será submetida a plebiscito, paralelamente às eleições gerais do dia 25 de outubro.

Encabeçada pelo autor de "As veias abertas da América Latina" e de "O livro dos abraços", a comissão pretende reunir-se com o candidato presidencial do governista Frente Ampla (FA), José Mujica, para lhe expor a estratégia contra a também chamada de Lei da Impunidade.

Também pedirão apoio na campanha com vistas ao referendo, independentemente das expressões que o senador e ex-guerrilheiro tupamaro já teve nesse sentido.

Nesta sexta-feira, o secretariado executivo da FA decidiu formar equipes para os plebiscitos que serão realizados no dia 25 de outubro: o plebiscito referente à Lei de Caducidade e o concernente ao voto por carta dos uruguaios que vivem no exterior a partir das eleições de 2009 .

A campanha pela anulação da Lei de Caducidade começou em setembro de 2007, quando uma coordenadora de organizações políticas, sociais e de defesa dos direitos humanos começou a recolher assinaturas para convocar para o referendo.

Após quase dois anos, o objetivo foi cumprido com a reunião de pouco mais de 340 mil assinaturas e a posterior certificação pela Corte Eleitoral de cerca de 258.500 assinaturas, o que superou o mínimo exigido pela Constituição para convocar consultas populares (10% dos eleitores). Para que a Lei de Impunidade seja anulada, é preciso que 50% mais um dos votos da consulta se expresse nesse sentido.
Fonte:IHU

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