terça-feira, 27 de outubro de 2009

MST - Deputados favoráveis à CPI receberam doação da Cutrale.

MST acusa deputados favoráveis à CPI de receberem doação do agronegócio

Arnaldo Madeira, Carlos Henrique Sampaio, Jutahy Junior e Nelson Marquezelli são quatro dos 55 deputados beneficiados por dinheiro da Cutrale durante a campanha de 2006

Por: Redação

Quatro deputados federais que assinaram o requerimento pedindo a criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) contra o MST receberam doações da Cutrale. De acordo com levantamento do próprio Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-terra, a empresa de sucos de laranja distribuiu quase R$ 2 milhões na campanha de 2006.

A abertura da CPI, que havia sido barrada em uma primeira ocasião, ganhou novo fôlego depois que integrantes do MST ocuparam uma fazenda da Cutrale em Iaras, no interior de São Paulo. Com isso, a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e parlamentares ruralistas conseguiram facilmente as assinaturas necessárias para abrir as investigações.

De acordo com o MST, Arnaldo Madeira (PSDB/SP) recebeu, em setembro de 2006, R$ 50.000,00 em doações da empresa. Carlos Henrique Focesi Sampaio, também do PSDB paulista, e Jutahy Magalhães Júnior (PSDB/BA), obtiveram cada um R$ 25.000,00 para suas respectivas campanhas. Nelson Marquezelli (PTB/SP) foi beneficiado com R$ 40.000,00 no mesmo período. Naquele ano, 55 parlamentares foram beneficiados por doações da empresa.

“O episódio do laranjal entra numa situação de confronto dos ruralistas contra o governo, contra o Incra e contra o MST. É importante ter clareza de que o caso, se houvesse acontecido em outra conjuntura, não teria a mesma repercussão como teve após o anúncio da atualização dos índices de produtividade rural”, aponta João Paulo Rodrigues, da coordenação nacional do MST.

O movimento lembra que, das 30 propriedades da Cutrale, seis são consideradas improdutivas e que, “por conta do monopólio da Cutrale no comércio de suco e da imposição dos preços, agricultores que plantam laranjas foram obrigados a destruir entre 1996 a 2006 cerca de 280 mil hectares de laranjais”.
Fonte:Rede Brasil Atual

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