sábado, 11 de dezembro de 2010

ANOS DE CHUMBO - Uma homenagem a Stuart Angel Jones.

Inaugurado no Flamengo, memorial lembra o militante.


Muito justa a homenagem que o Flamengo, o Rio e o Brasil prestam na manhã de hoje a um dos nossos guerreiros na resistência à ditadura e na luta pela liberdade e a democracia, Stuart Angel Jones. O memorial "Pessoas Imprescindíveis", em seu nome, será inaugurado na sede do clube, próximo ao setor de remo. Stuart foi remador do Fla, bicampeão carioca em 1964/65.

O Memorial "Pessoas Imprescindíveis", no Flamengo, é parte do projeto "Direito à Memória e à Verdade" da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Sua inauguração, no Rio, conta com a participação do ministro de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi.

Entre as centenas de assassinatos e desaparecidos políticos provocados pelo regime militar, a tragédia que permeou a vida do Brasil por 21 anos (1964-1985), Stuart tem uma das histórias mais trágicas.

O filho de Zuzu Angel

Estudante de economia, apaixonado pelo país e por esportes, ele ingressou no MR-8 e foi preso no dia 14 de maio de 1971 pelo Centro de Informações e Segurança da Aeronáutica (CISA). Na noite desse mesmo dia foi assassinado depois de torturado - com o cano de escapamento do veículo na boca, ele foi arrastado por várias horas, por um jeep militar.

Apesar de todos os esforços de sua mãe, Zuzu Angel, estilista da alta costura carioca, seu corpo nunca foi entregue à família e nem encontrado. Zuzu atravessou os piores anos de chumbo da ditadura militar corajosamente denunciando ao Brasil e ao mundo o que acontecera a seu filho. A mulher de Stuart, Sônia Maria Lopes de Moraes, também foi assassinada pelo DOI-CODI de São Paulo em 1974.

A primeira vez em que Zuzu tornou público seu drama e a tragédia que atingira seu filho, já foi um ato de coragem: no auge da repressão desencadeada pela ditadura, num desfile de moda para a alta sociedade carioca, ela apresentou toda uma coleção em que as estampas nos tecidos eram canhões, tanques e aviões de guerra.

Sem descobrir qualquer indício do corpo do filho, Zuzu morreu em março de 1976, num suspeito acidente de carro em um túnel no Rio. Investigação do Ministério da Justiça concluída em 1988 provou que o acidente foi provocado por forças remanescentes da ditadura militar.
Fonte - Blog do Ze Dirceu.

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