quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

POLÍTICA - A força da Dilma.

Parece que Dilma Rousseff não tem consciência de seu poder.

José Carlos Werneck

Quando vejo as pressões que a presidente eleita, Dilma Rousseff vem sofrendo no momento da composição de seu Ministério, fico imaginando que nossa futura presidente, ainda não tem consciência plena de sua grande força política e dos fatores que a levaram a ser escolhida pelos brasileiros para governar o País.

Será que alguém, no exercício pleno de suas faculdades mentais, possa imaginar que alguém votou em Dilma, por ela ter como companheiro de chapa, o então deputado Michel Temer, ou por ter recebido apoio de algum cacique político do PMDB?

A presidente foi eleita, por ter o apoio incondicional do presidente Lula, de membros de seu partido político e, é claro, por seus méritos pessoais, que durante a campanha, mostraram que ela não era o “poste”, que seus adversários errada e preconceituosamente achavam que fosse.

Portanto Dilma Rousseff só deve satisfações a ela própria, ao presidente Lula, ao PT, e, acima de tudo e de todos, ao Povo brasileiro, que em uma eleição disputadíssima, livre e democrática a escolheu para o importante cargo que passará a exercer a partir de 1º de janeiro.

Por tudo isso a presidente Dilma tem TODAS as condições de fazer as reformas sociais aguardadas há muito tempo e que NENHUM governo fez.

Logo no início poderá enviar ao Congresso um projeto de Reforma Tributária de verdade, não esses arranjos mambembes que foram propostos até hoje e sempre beneficiam os poderosos, em prejuízo dos mais necessitados.

A Reforma Tributária é urgente, pois no Brasil o trabalho e as atividades produtivas são penalizados duramente, enquanto a especulação e a agiotagem institucionalizada são premiadas.

Poderá determinar ao presidente do Banco Central um corte nos juros extorsivos cobrados ao consumidor pelas instituições financeiras, que no Brasil, agem como verdadeiros agiotas.

Poderá fazer a tão esperada Reforma Agrária e dar aos pequenos agricultores condições de trabalhar, produzir e lucrar em suas propriedades sem serem explorados por patrões inescrupulosos que mantém seus empregados em regime de semi-escravidão, não respeitando os direitos dos trabalhadores, previstos em legislação já existente, mas que não é obedecida, pela grande maioria dos empregadores.

Deve cumprir como prometeu, durante, sua campanha, o programa de construção de casas populares e de urbanização das comunidades carentes, tornando digna a vida de milhões de brasileiros desassistidos e ignorados durante séculos pelos governos e pela sociedade. Aí sim será feita uma Reforma Urbana verdadeira e necessária.

Para isso deverá escolher auxiliares que tenham estes mesmos ideais e não pára-quedistas e oportunistas, que através de um adesismo espúrio, só visam apropriarem-se de cargos para saquearem as verbas públicas.
Fonte: Tribuna da Imprensa.

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