segunda-feira, 31 de outubro de 2011

POLÍTICA - O câncer do ódio e um imposto sobre fortunas para financiar a saúde.

Do Blog do Rovái


Já li alguns bons artigos acerca da babaquice desse grupo de urubus e desclassificados que estão infestando a rede com pregações de ódio e desejos de morte à Lula. Entre os argumentos estapafúrdios, um desponta como principal, o de que Lula deveria se tratar num hospital do SUS, onde certamente m0rreria nas filas. Evidente que esse tipo de argumentação tem classe social. É de gente que não quer pagar um centavo de imposto para que o Sistema Único de Saúde melhore e que se indigna contra o “absurrrrrdo do Bolsa Família”.

Essa gente estúpida veio ao borbotões a este blogue neste últimos dias postar frases nojentas contra Lula. Enviei sem dó esses comentários para a lixeira. E faria o mesmo se o alvo fosse FHC ou José Serra. Em outros blogues tão nojentos quanto esse povo, esse argumentos pululam.

A assessoria do ministério da Saúde, me enviou alguns dados sobre o tratamento de oncologia no SUS, que aliás, é quem costuma tratar de todas as doenças de alta complexidade, coisa que essa gente preconceituosa desconhece. Mesmo quando eles pagam caríssimos planos privados, quando a doença é complicada e cara, quem banca o tratamento é o tal do SUS. Da mesma forma que são equipes de emergência do SUS que vão ao socorro deles e dos seus filinhos mimados quando em rachas de automóveis ou embriagados cometem acidentes horrorosos e criminosos.


Mais como qualquer debate não deve ser feito apenas no gogó, seguem alguns dados acerca de tratamentos de cancêr pelo SUS.

Nos últimos 12 anos, os gastos federais com assistência oncológica no país triplicaram, passando de R$ 470,5 milhões (em 1999) para cerca de R$ 1,8 bilhão (em 2010). Em 2011 o investimento ai ser de R$ 2,2 bilhões para o setor. Este aumento de recursos serviu para ampliar e melhorar a assistência aos pacientes atendidos nos hospitais públicos e privados que compõe o SUS, sobretudo para os tipos de câncer mais frequentes, como fígado, mama, linfoma e leucemia aguda.

Em relação a quantidade de frequências de procedimentos oncológicos oferecidos aos pacientes do SUS, isso aumentou em 41% desde que Lula assumiu o governo. Eram 19,7 milhões, em 2003 neste ano a previsão de procedimentos é de 27,8 milhões.


Nas cirurgias oncológicas o aumento foi de 40%, passando de 67 mil (2003) para 94 mil (estimativa 2011). Neste período, o número de procedimentos quimioterápicos dobrou – passou de 1,2 milhão (2003) para 2,4 milhões (2011/estimativa).

Há muitos outros números que serão esmiuçados numa matéria da edição de dezembro da Revista Fórum sobre o SUS. É evidente que ele pode melhorar. Mas se o SUS não está melhor a responsabilidade é da elite brasileira que fez uma campanha mentirosa para acabar com a CPMF de 0,25% para saúde, alegando que isso era danoso para a economia.

Este é o momento certo para dar uma resposta de alto nível a essa gente sem níve que quer a morte de Lula. Em sua homenagem os movimentos sociais e populares deveriam se lançar numa campanha popular pela criação de um imposto para a grandes fortunas com um único objetivo, financiar a sáude. Segundo o presidente da CUT, Arthur Henriques, em recente artigo, cobrando 1,5% de alíquota média anual sobre patrimônios que ultrapassassem 8.000 salários mínimos o país teria 30 bilhões de reais por ano para a saúde. Dinheiro considerado suficiente para darmos um salto de qualidade na área.

Por que não se lançar agora numa campanha para aprovar uma lei com esse caráter agora?

ECONOMIA - Brasil chega à sexta economia mundial.

Em 2003 eramos a 15ª economia do mundo


Políticos de oposição e toda a sua grande imprensa não entendem o fenômeno Lula, sistematicamente malhado por eles, como um judas. Parecem não saber que o povo vota é nos resultados da economia, para as suas famílias e na esperança para o futuro.


Na notícia abaixo, as políticas anticrise adotadas pelo governo Lula não são levadas em conta e sequer citadas. Para eles, a evolução da economia do Brasil não ocorreu. A mudança de posição é resultado exclusivo do enguiço econômico dos outros países. Então, por que também não enguiçamos? Os méritos do governo Lula jamais serão reconhecidos, por seus adversários dominados pelos preconceitos?

a) Carceroni


Lembrando que antes do início da crise mundial os analistas da Alemanha já previam que em 15 anos a economia brasileira ultrapassaria a da França e seríamos a 5ª economia do mundo. Talvez a crise internacional tenha acelerado um pouco o processo e antecipamos em 13 anos aquela previsão. Mas, como diz o Carceroni se tenta negar o principal fator.


A negação desta evidência só evidencia o quanto nossos formadores de opinião são atrasados. Felizmente, conforme comprovam os resultados de pesquisas e eleições, já não formam mais opinião alguma, pois se ainda o fizessem continuaríamos mantendo preconceitos anacrônicos há muito superados.


Pobres dos que ainda se conduzem pelas viseiras do que se publica na imprensa brasileira. Se atolaram em pântano de idiotices e sem perceber tanto mais afundam quanto mais tentam justificar seus preconceitos com arrazoados de desinformações.

domingo, 30 de outubro de 2011

MÍDIA - Selvageria contra Lula foi "ensinada" pela imprensa.

Weden

Não há porque o jornalista Gilberto Dimenstein se espantar com a falta de educação de leitores da Folha em relação à doença de Lula. Nem pode se supreender quando olhar as caixas de comentários dos portais do Estadão, do Globo e da Veja, por exemplo.

A selvageria, que se esconde muitas vezes sob o manto do anonimato, nada mais é do que a continuidade do primitivismo jornalístico praticado por muitos dos seus próprios colegas de trabalho, seja na Folha, seja nos outros veículos acima citados.

O modo como os blogueiros selvagens da Veja - com especial atenção aos dois leões de chácara Reinaldo Azevedo e Augusto Nunes - se referem ao ex-presidente, e o ódio que eles encarnam, não é muito diferente do modo como alguns representantes de uma classe média deseducada - felizmente, minoritária - se refere àquele que saiu do poder com 80% de aprovação.

Exercícios de falta de educação e decoro jornalístico podem ser encontrados em editoriais - um espaço que, por definição, deveria representar a voz respeitosa dos veículos - do Globo, da Folha e do Estadão, com xingamentos e referências sem escrúpulos a Luis Ignácio da Silva.

Assim como a repulsa mostrada por comentaristas e parajornalistas contra os eleitores de Lula resultou num clima de xenofobia e preconceito jamais observado publicamente neste país, a voz carregada de nojo e ódio de uma Lucia Hipólito - que não conseguiu esconder o júbilo pela doença de Lula - ou de um Arnaldo Jabor, ou ainda de um Merval Pereira, produzem seus ecos no comportamento de leitores que não conheceram a civilidade e as regras de comportamento do espaço público.

Autores desqualificados produzem ou pelo menos atraem leitores desqualificados. Antes de se envergonhar dos leitores, Gilberto Dimenstein deveria se envergonhar de alguns nomes que compartilham com ele o mesmo ambiente midiático.

MÍDIA - Receita para derrubar ministro.

Mário Augusto Jacobskind


Uma semana das mais movimentadas aconteceu nestas plagas. No sábado, por exemplo, os brasileiros ficaram sabendo que Lula está com câncer na laringe e já começou a especulação sobre as perspectivas de participação política do ex-presidente, que continua bastante influente. Aguarde-se o desenrolar dos acontecimentos.

O blog Brasil reproduziu documentos do site WikiLeaks revelando que o global William Waack, figura também de proa no famigerado Instituto Millenium, é informante do governo estadunidense. O texto assinala que Waack foi indicado por membros do governo dos EUA para “sustentar posições na mídia brasileira afinadas com as grandes linhas da política externa americana”. Diogo Mainardi também aparece na lista de informantes dos EUA, da mesma forma que o colunista da Folha de S. Paulo, Fernando Rodrigues.

A TV Globo em nota oficial negou a denúncia contra Waack classificando-a de “absurda”. Mas desmentidos da Globo têm pouco valor, até porque a prática informativa da Vênus Platinada fala mais do que qualquer desmentido.

No Ministério dos Esportes saiu o seis para entrar o meia dúzia, ou seja, Aldo Rebelo no lugar de Orlando Silva e com a agravante de que o novo titular da Pasta vem sendo acusado pelos movimentos sociais de como relator do Código Florestal favorecer o pessoal do agronegócio.

Para ter uma ideia de quanto Rebelo é cultuado pelos grandes proprietários de terra basta mencionar o comentário da senadora Kátia Abreu, também dirigente do Conselho Nacional de Agricultura quando soube que o deputado do PC do B tinha sido nomeado para ficar no lugar do camarada Orlando Silva: “Aldo Rebelo faz parte de um time do bem! Parabéns ao governo pela escolha”. É o caso de perguntar: quem escala este time mencionado pela porta-voz do agronegócio?

A novela dos Esportes possibilitou à oposição de direita colocar as mangas de fora e procurar desgastar o governo Dilma Rousseff. Convenhamos, é de uma hipocrisia sem tamanho o deputado Antonio Carlos Magalhães e o senador Álvaro Dias se proclamarem arautos da moralidade, quando se sabe que os respectivos partidos que eles integram quando controlavam o governo federal não primavam propriamente por práticas cristalinas, haja vista as privatizações das estatais.

ACM aparece quase diariamente nas telas da Globo vociferando contra o governo federal e pregando a moralidade. Álvaro Dias, uma figura vinculada ao que há de pior em matéria de reacionarismo no Estado do Paraná, não faz por menos. Como tanto o Partido Democratas, a denominação atual do PFL, o que é uma piada, como o PSDB estão completamente sem bandeiras, qualquer tipo de denúncia serve, mesmo as surgidas a partir da revista Veja, uma publicação que prima pela manipulação da informação e pela falta de credibilidade.

No fundo, bem lá no fundo, Dem e PSDB continuam inconformados pelo fato de com o terceiro mandato presidencial consecutivo encontrarem-se afastados do controle do Estado e consequentemente sem possibilidade de abocanhar os cargos para os correligionários.

A Revista Veja agora também vinculada a capitais sul-africanos que apoiavam o apartheid, é linha auxiliar dos partidos de direita que já estão de olho no embate eleitoral em 2014 quando Dilma Rousseff completará os quatro anos de mandato. A Editora Abril também perdeu vantagens com o governo federal na área do livro didático. Em compensação, no Estado de São Paulo, governado pelo PSDB desde muito tempo, a história é bem outra. Ou seja, ganham muitos milhões de reais com os livros, mas praticamente ninguém contesta o fato.

No caso de Orlando Silva, a primeira matéria que apareceu na mídia foi via Veja, completamente sem provas e que aqueceu os anais oposicionistas. O tal PM, de nome João Dias, ficou de comparecer na Câmara dos Deputados para fazer mais denúncias, mas na última hora acabou não indo, isso depois de um grande empenho da oposição para que acontecesse o depoimento.

Enquanto a Polícia Federal continua a aguardar provas concretas sobre a participação de Orlando Silva no esquema de corrupção com as ONGs, a Folha de S. Paulo apareceu com matéria tentando agora envolver um irmão de Aldo Rebelo nas denúncias sobre falcatruas no Ministério dos Esportes. Soa realmente estranho o fato de a denúncia, com base apenas no depoimento do PM delator, também sem provas, só aparecer depois da nomeação de Aldo Rebelo.

Também soa estranha a condenação de antemão de um acusado de corrupção, como o ex-ministro Orlando Silva, só pelo fato do Supremo Tribunal Federal (STF) passar a cuidar das denúncias. Isso não significa que já houve a condenação, como quer fazer crer a mídia de mercado. Açodamento dessa natureza acaba desembocando no fascismo.

Depois do episódio que culminou com a demissão de Orlando Silva, já se pode pensar em um trabalho jornalístico mais aprofundado. Sugestão de título: Receita para demitir um ministro. Começa com matéria na Veja, fazendo dobradinha com a Época, desmentidos daqui e dali, repercussão nos espaços midiáticos das Organizações Globo, do Fantástico ao Jornal Nacional, e demais órgãos da imprensa conservadora, sobretudo as revistas semanais, até alcançar o desgaste político do denunciado.

Somam-se a isso as convocações dos mesmos meios de comunicação de mercado em conjunto com as Federações de Indústrias do Rio e São Paulo para atos públicos de combate à corrupção, inclusive com vassouras verde amarelas distribuídas a granel, e o jogo está feito.

Mas informações sobre o quanto o Brasil vem gastando com a dívida pública, nem pensar. Afinal, tudo que compromete o modelo econômico e a estratégia de favorecimento ao capital financeiro, a mídia de mercado silenciará totalmente e se voltará para o varejo, de forma a produzir matérias para iludir incautos. Para se ter uma ideia dos gastos mencionados, no ano passado corresponde a 45% do orçamento brasileiro, que foi de 1,414 trilhão de reais. Então, só para o pagamento dos juros e amortizações o total é de 635 bilhões de reais, o que corresponde a quase R$ 2 bilhões diários.

MIRIAM LEITÃO, MULHER DE VISÃO.

Não podíamos deixar de prestigiar essa vitoriosa pitonisa, razão pela qual publicamos o artigo do Prof. Hariovaldo Almeida Prado, de tradicional família paulista.

No combate ao comunismo ateu e na defesa da família cristã

Plano Condor Vermelho�

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Mulher de visão

Caros confrades e estimados numerários, supranumerários e agregados,

Há pouco mais de um mês, no dia 21 de setembro, nossa musa pitonisa, a sempre sorridente e otimista Míriam Leitão, fazia mais uma de suas previsões certeiras:

“A Alta do dólar afeta outros preços e pressiona inflação. Com o dólar em alta e mais pressão sobre os preços, a inflação deve subir mais. O gráfico fala por si: a moeda americana subiu 17% em 14 dias; ontem, mais de 4%. Em julho, estava em R$ 1,50; e agora, em R$ 1,86. Ontem, bancos e consultorias começaram a enviar para seus clientes uma revisão total das previsões de inflação. Acham que, se continuar nesse nível, a inflação realmente estoura a meta este ano e está comprometida para 2012.”

Touché!! Muito bem Míriam, a verdade deve ser jogada na cara da camarilha vermelha do BC!! Devemos prestar homenagens e tecer loas a nossa pitonisa vidente e suas previsões científicas, sempre na mosca. Como disse um telespectador: “quando a gente vê Míriam na TV, torcendo pelo Brasil, exalando emanações positivas, nos dá uma enorme vontade de lutar contra o comunismo ateu que nos assola, e derrubar a búlgara.” Futura membro da ABL, nossa mensageira da felicidade é reconhecida até no exterior por suas previsões científicas, onde já presta consultoria e assistência. Alvíssaras!

sábado, 29 de outubro de 2011

POLÍTICA - Eu não vou me mover.



Uma obra prima da hipocrisia.

POLÍTICA - Como seria um Brasil sem Lula?

Luis Nassif

Agora que as notícias dão conta da boa perspectiva de restabelecimento do Lula, é curioso debruçar nas análises apressadas sobre uma era pós-Lula.

Aliás, chocante a maneira como algumas comentaristas celebraram a doença de Lula. Até nos ambientes mais selvagens - das guerras, por exemplo - há a ética do guerreiro, de embainhar as armas quando vê o inimigo caído, por doença, tragédia ou mesmo na derrota. Por aqui, não: é selvageria em estado puro.

A analista-torcedora supos que, com a doença de Lula, haveria uma mudança radical no quadro político. Sem voz, Lula seria como um Sansão sem cabelos. Sem Lula, não haveria Fernando Haddad. Sem contar os diagnósticos médico-políticos-morais, de que Lula foi castigado por sua vida desregrada. Zerado o jogo político, concluiu triunfante.

Num de seus discursos mais conhecidos, Lula bradava para a multidão: "Se cortarem um braço meu, vocês serão meu braço; se calarem a minha voz, vocês serão minha voz...".

Qualquer tragédia com Lula o alçaria à condição de semideus, como foi com Vargas. O suicídio de Vargas pavimentou por dez anos as eleições de seus seguidores. É só imaginar o que seriam os comícios com a reprodução dos discursos de Lula. Haveria comoção geral.

A falta de Lula seria visível em outra ponta: é ele quem segura a peteca da radicalização. Quem seguraria suas hostes, em caso da sua falta? Seu grande feito político foi promover um pacto que envolveu os mais diversos setores do país, dos movimentos sociais e sindicais aos grandes grupos empresariais. E em nenhum momento ter cedido a esbirros autoritários, a represálias contra seus adversários - a não ser no campo do voto -, mesmo sofrendo ataques implacáveis.

Ouvindo os analistas radicais, lembrando-se da campanha passada, como seria o país caso Serra tivesse sido eleito? É um bom exercício. Não sobraria inteiro um adversário. Na fase Lula, há dois poderes se contrapondo: o do Estado e o da mídia e um presidente que nunca exorbitou de suas funções. No caso de Serra, haveria a junção desses dois poderes, em mãos absolutamente raivosas, vingativas.

Ao fechar todos os canais de participação, Serra sentaria em cima de uma panela de pressão. Sem canais de expressão, muitos dos adversários ganhariam as ruas. Sem a mediação de Lula, não haveria como não resultar em confrontos. Seria uma longa noite de São Bartolomeu.

Essa teria sido a grande tragédia nacional, que provavelmente comprometeria 27 anos de luta pela consolidação democrática.

FORÇA LULA!

Nota oficial sobre o estado de saúde de Lula

NOTA À IMPRENSA

São Paulo, 29 de outubro

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve ontem no hospital Sírio-Libanês para exames, após queixas de dores na garganta.

Segundo nota do hospital divulgada hoje (29) de manhã, os exames diagnosticaram um tumor localizado na laringe.

O ex-presidente receberá tratamento quimioterápico de caráter ambulatorial a partir de segunda-feira.

Lula deve deixar o hospital ainda hoje.

Assessoria de Imprensa
José Chrispiniano
Instituto Lula

Não é hora de especulação, por isso divulgo sem comentários a nota à imprensa do Instituto Lula. Só agrego uma frase #ForçaLula.

ECONOMIA - DÍVIDA PÚBLICA.

MÍDIA - As relações perigosas entre Tio Sam e picaretas do PIG.

Três notórios medalhões da mídia golpista, um âncora da TV Globo, William Waack, o jornalista da Folha de São Paulo, Fernando Rodrigues, e o ex-colunista de Veja, Diogo Mainardi, foram apontados em recentes documentos divulgados pelo site Wikileaks como informantes do governo dos Estados Unidos.

O âncara da Globo, anticomunista de carteirinha, é amigo e informante do Tio Sam

A revelação não chega a surpreender observadores que possuem espírito crítico e não se deixam enganar pelas falsas aparências transmitidas na telinha e nos poderosos meios de comunicação monopolizados por uma meia dúzia de famílias capitalistas.

Mentiras grosseiras

William Waack, que gosta de se apresentar como intelectual sereno e sábio no programa Globo News Painel, onde costuma atravessar o samba dos entrevistados, é um raivoso anticomunista. Chegou a escrever um livro (intitulado “Camaradas”) carregado de insultos e calúnias contra Luiz Carlos Prestes, líder da Coluna Prestes.

No texto, com muita empáfia, conforme notou João Quartim de Morais, professor de filosofia da Unicamp e autor de preciosos estudos sobre a história brasileira, “Waack pretende confirmar, em versão civilizada e expurgada das mentiras grosseiras incorporadas pela polícia do Estado Novo à ´história oficial´ da ´Intentona´, a principal acusação contra Prestes e seus camaradas: a de que agiram por ordem e a serviço de Moscou. Talvez sua pretensão de abalar mitos e carreiras tenha se alimentado mais do caráter probatório dos documentos que exibe do que da descoberta de algum fato substancial”.

Quartim de Morais escreveu um artigo desmascarando as mentiras e contradições a que o funcionário da família Marinha é conduzido pelo ódio anticomunista, onde conclui: “Custa-nos ser indelicados, mas se comprarmos o livro de Waack pelo que ele vale e lograrmos vendê-lo pelo que ele apregoa que vale, faremos um excelente negócio”.

Comentários apimentados

Waack passou a ser alvo de comentários apimentados nas redes sociais após a publicação dos documentos que o identificam como um informante da Casa Branca com forte influência política no Brasil.

O site de notícias "JB online" confirmou parte das versões com a jornalista Natalia Viana, que é responsável pelo espaço da Wikileaks no Brasil. Segundo a repórter investigativa, Waack chega a ser citado por três vezes como informante da Casa Branca. Dois dos documentos em que constam o nome do jornalista global foram considerados como "confidenciais".

Casamento ideológico

Em uma das passagens, é relatada a visita de um porta-aviões dos Estados Unidos em maio de 2008. O documento emitido informa que a Embaixada Americana havia classificado a repercussão do evento na mídia como "positiva", e cita diretamente o nome de William Waack como tendo ajudado a evidenciar o lado positivo que existe nas relações entre o Brasil e os Estados Unidos durante suas reportagens para o jornal "O Globo". Não é de admirar o casamento ideológico e a fusão de interesses entre o jornalista e o imperialismo. Resta saber quanto ele recebeu pelos bons serviços prestados ao império.

Em um segundo documento, as eleições presidenciais de 2011 são o destaque. No caso, em fevereiro de 2010 o âncora da Globo teria informado aos norte-americanos que, após um fórum econômico em São Paulo, havia tido a impressão de que Ciro Gomes era o mais preparado entre os candidatos, José Serra era "claramente competente" enquanto Dilma teria sido vista como incoerente.

Confundindo desejo e realidade

O terceiro documento apresentado teria registrado um erro de previsão feita por Waack. Nele constaria que em agosto de 2009, o jornalista manteve contatos com funcionários da Casa Branca, aos quais teria apontado que Serra e Aécio Neves tinham concordado em apresentar uma candidatura para presidente e vice, respectivamente. O fato não aconteceu. O jornalista, muito chegado a manipulações, confundiu seus desejos tucanos com a realidade. Na época, Aécio chegou a tentar concorrer como presidente pelo PSDB, mas terminou como candidato ao Senado por Minas Gerais e deixou o Zé Serra caminhar para o cadafalso sozinho.

Em uma publicação de outubro de 2010, pela coluna Wikileaks, Natalia Viana já havia escrito sobre as informações de Waack consideradas pela inteligência dos Estados Unidos. No texto, a repórter afirma que a conselheira Lisa Kubiske alertava o governo norte-americano sobre as tendências no Brasil a partir de análises de jornalistas brasileiros.


Rodrigues, da Folha: confidente da Casa Branca

Nos documentos vazados pelo Wikileaks, o jornalista Fernando Rodrigues, colunista da Folha de S. Paulo, também aparece como informante, em encontro na embaixada dos EUA. Rodrigues, outro direitista de marca maior, evitou comentar a denúncia no site que mantém no Uol, onde por coincidência postou nesta sexta (28) apenas uma entrevista com o embaixador dos EUA no Brasil, Thomas Shannon, em que o diplomata estadunidense critica o Wikileaks por estar revelando informações embaraçosas para Washington e seus testas de ferro pelo mundo.

Numa conversa de 2006, Rodrigues teve um encontro com representantes da embaixada americana, e disse entre as quatro paredes que o TCU (Tribunal de Contas da União) era aparelhado politicamente pelos demo-tucanos e tinha relatórios feitos para usar como batalha partidária da oposição contra o governo.

Disse que o tribunal faz análises não confiáveis e seus noves ministros são geralmente ex-senadores ou ex-deputados escolhidos por seus colegas para atuarem partidariamente. Rodrigues citou nominalmente o ministro Aroldo Cedraz, a quem classificou como “carlista” – ligado ao finado Antonio Carlos Magalhães.

De acordo com os documentos, Rodrigues também fazia análises políticas para a embaixada americana e avaliou o cenário da Câmara em 2006, que teve como oponentes Arlindo Chinaglia, do PT, e Aldo Rebelo, do PCdoB. Rodrigues disse que, se Aldo perdesse, ganharia com


Diogo Mainardi

Outro jornalista citado pelo Wikileaks é ex-colunista da Veja, hoje comentarista do programa Manhattan Connection, da Globo News, Diogo Mainardi, uma figura bizarra e medíocre que morre de amores pelo império e vive a vomitar bobagens anticomunistas, aparece antecipando informações de sua coluna para os americanos num "almoço reservado". Ele também andou exercendo as funções de guarda costas do controvertido banqueiro Daniel Dantas.

Waack, Rodrigues e Mainardi são três exemplares típicos da mídia que o jornalista Paulo Henrique Amorim apelidou com muita propriedade de Partido da Imprensa Golpista (PIB). Em seus textos e comentários destilam a ideologia reacionária e tacanha da direita brasileira, antinacional, antipopular e vassala do império. As relações entre o PIG e a CIA, sugeridas pelo Wikileaks, não chegam a ser surpreendentes, mas contribuem para elucidar o verdadeiro caráter dos monopólios midiáticos e evidenciar a subserviência da direita brasileira em relação a Washington. São relações inegavelmente perigosas para os interesses nacionais, que devem ser reveladas, denunciadas e combatidas.

Cobrança

Embora o jornalista Fernando Rodrigues tenha evitado abordar a embaraçosa revelação do Wikileaks, leitores e leitoras de seu blog na Uol não pouparam comentários bem humorados, mas críticos, que o Vermelho reproduz abaixo.


[Canena] [Rio de Janeiro]
Mas por que fernando rodrigues afirma que o tribunal de contas está aparelhado pelos DEMOS TUCANOS e que não é isento para a embaixada americana MAS não para os leitores do Brasil?

28/10/2011 17:20
[Chico Maciel] [São Paulo, SP]
E aí, Fernando Rodrigues? Vai colocar as conversas que teve com o embaixador em 2006, seu traíra?

28/10/2011 17:14
[Claudia] [São Paulo]
Caro, o sr está sendo acusado pelo Wikileaks, através do jornal o dia de ter feito "avaliações" para a embaida americana na eleições 2010. E aí? São só os políticos da "SITUAÇÂO" que precisam se explicar?

28/10/2011 17:02
[Angelo Damasceno] [SP]
Vai Fernandão!!! Cadê a Democracia tão propagada por vocês da Folha?!? Libere os comentários!!! Talvez tenham alguns bacanas parabenizando você por ser X9 americano. Agora eu entendo como você consegue essas facilidades de ter entrevistas com o embaixador americano e etc. Tudo gente da "famiglia" O wikileaks pegou você em cheio e a sua mascará caiu!!!

28/10/2011 16:44
[Felipe Ribeiro do Lago] [São Paulo - SP, Brasil]
É diretamente a esse senhor que o blogueiro repassa suas análises políticas feitas sob encomenda da Embaixada dos EUA, tal como revelado no Wikileaks?

28/10/2011 16:18
[ferdinand] [florianópolis]
Quer dizer que o "nobre comentarista" é um belo de um fofoqueiro...rs...isto é democracia!! Bolsa Harvard é chique!!!!

28/10/2011 15:55
[Lucas Rimet] [Recife]
Prezado Fernando Rodrigues Eu estou desempregado e ouvi dizer que a Embaixada Americana está pagando bem para agente ser um X-9 deles, como você e o William Waack tem experiência no ramo, gostaria de saber como encominhar o meu currículo e qual a remuneração. Agradeço a tua atenção ao meu pedido.

28/10/2011 15:54
[Sérgio Luís Aguiar] [Campinas-SP]
Prezado Sr. Fernando Rodrigues Gostaria de saber o que o Sr. tem a dizer sobre as notícias ligas à sua pessoa quanto a ser informante da Embaixada do USA, conforme blog conforme Afiada do Jornalista Paulo Henrique Amorim

28/10/2011 14:22
[Marcos] [Fortaleza, CE]
Você vai comentar sobre o telegrama que o Wikileaks vazou onde consta você, Fernando Rodrigues, como informante do Governo Americando?

28/10/2011 11:38
[Joao Barbosa] [SP]
E aí traíra!!! Servindo ao governo americano, né?! Que papelão hein!?! Depois você quer vir aqui passar recibo de honesto. O wikileaks pegou você bonitão: http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com/2011/10/wikileaks-mostra-fernando-rodrigues.html

28/10/2011 10:49
[Otavinho PIG] [SP]
Wikileaks mostra Fernando Rodrigues como informante dos EUA Nos documentos vazados pelo Wikileaks, o jornalista Fernando Rodrigues, colunista da Folha de S. Paulo, também aparece como informante, em encontro na embaixada dos EUA. Numa conversa de 2006, Rodrigues teve um encontro com representantes da embaixada americana, e disse entre as quatro paredes que o TCU (Tribunal de Contas da União) era aparelhado politicamente pelos demo-tucanos, e tinha relatórios feitos para usar como batalha partidária da oposição contra o governo. Disse que o tribunal faz análises não confiáveis e seus noves ministros são geralmente ex-senadores ou ex-deputados escolhidos por seus colegas para atuarem partidariamente. Rodrigues citou nominalmente o ministro Aroldo Cedraz, a quem classificou como “carlista” – ligado ao finado Antonio Carlos Magalhães. De acordo com os documentos, Rodrigues também fazia análises políticas para a embaixada americana e avaliou o cenário da Câmara em 2006, que tev

28/10/2011 09:31
[Fernando Cinico Tucano] [DF]
Wikileaks mostra Fernando Rodrigues como informante dos EUA Nos documentos vazados pelo Wikileaks, o jornalista Fernando Rodrigues, colunista da Folha de S. Paulo, também aparece como informante, em encontro na embaixada dos EUA. Numa conversa de 2006, Rodrigues teve um encontro com representantes da embaixada americana, e disse entre as quatro paredes que o TCU (Tribunal de Contas da União) era aparelhado politicamente pelos demo-tucanos, e tinha relatórios feitos para usar como batalha partidária da oposição contra o governo. Disse que o tribunal faz análises não confiáveis e seus noves ministros são geralmente ex-senadores ou ex-deputados escolhidos por seus colegas para atuarem partidariamente. Rodrigues citou nominalmente o ministro Aroldo Cedraz, a quem classificou como “carlista” – ligado ao finado Antonio Carlos Magalhães. De acordo com os documentos, Rodrigues também fazia análises políticas para a embaixada americana e avaliou o cenário da Câmara em 2006, que tev

28/10/2011 09:03
[graciliano] [taubaté sp]
Caro Fernando, vc trabalhava de graça ou ganhava uns dólares para ser informante dos EUA? Seja sincero.

Da Redação, com agências

ANOS DE CHUMBO - A Argentina e nós.

Terra Magazine

Vitor Hugo Soares
De Salvador (BA)


A presidente da República combina com o PCdoB, Lula e o PT, despacha Orlando Silva do ministério do Esporte, encaixa o deputado Aldo Rebelo no lugar e pronto: bola pra frente, que a Copa do Mundo de 2014 vem aí e nada parece ser mais importante que isso agora, nem mesmo a honra e a credibilidade do País.

Reclame quem quiser, mas diante deste faz-de-conta na base do muda qualquer coisa para deixar tudo como está, mesmo com a "faxina" da presidente Dilma Rousseff, é recomendável não gastar tanta vela nem levar demasiadamente a sério a geleia geral e as arengas de poder destes dias no Planalto Central. Depois da queda do sexto ministro, começam as apostas sobre onde explodirá o novo escândalo federal no Brasil e quem será a bola da vez.

Haja paciência e complacência! A trama, que não se resolve, começa a ficar repetitiva, sem graça, desgastante e a cheirar mal por aqui. Enquanto isso, se acumula o lixo debaixo dos tapetes para abrir espaços às novas denúncias, aos escândalos quentinhos da hora e, finalmente, a exemplo do verificado no Esporte, os novos "acordos da governabilidade".

"Vida que segue", escutei tantas vezes o grande João Saldanha repetir na redação do Jornal do Brasil, no Rio, ou na sucursal do JB, na Bahia. Depois lia tudo com enorme prazer em sua coluna de texto primoroso, na qual ele misturava futebol, política e mazelas brasileiras. Tudo embalado com suprema maestria no texto repleto de informações, boas histórias e o toque de coragem e dignidade de um dos maiores jornalistas que conheci e tive a graça de conviver profissionalmente.

Sem um Saldanha por perto para ajudar a iluminar o cenário embaralhado por estas bandas, o melhor talvez seja observar com mais atenção - a exemplo do que tem feito a imprensa mundial nas últimas semanas - os fatos e os ventos que sopram da Cordilheira dos Andes e movimentam as águas do Rio da Prata.

Em Buenos Aires, olhos, ouvidos e lentes da mídia internacional ainda captam fatos e imagens capazes de ilustrar as reportagens e análises sobre a reeleição domingo passado da presidente Cristina Fernández de Kirchner em primeiro turno - depois de aplicar histórica surra eleitoral em seis concorrentes diretos. Além de mais quatro anos de mando na Casa Rosada, a reconquista da maioria que o governo justicialista havia perdido no Congresso. Ou seja: a faca e o queijo na mão.

Como se não bastasse, eis que a Argentina virou palco na madrugada da quarta-feira, 27, de um acontecimento transcendente. Destes com dimensão e força capazes de emocionar e levantar um país. Além de renovar as esperanças de um povo em sua longa e decidida luta por justiça e pela punição exemplar para crimes e criminosos hediondos que imaginavam ficar impunes e sob proteção do estado, de cujo poder ditatorial se utilizaram, insana e covardemente, para delinquir.

O ex-oficial da Armada argentina Alfredo Astiz foi finalmente condenado a prisão perpétua por crimes contra a humanidade cometidos durante a ditadura militar no país vizinho, no período entre 1976 e 1983. Este foi um dos maiores processos judiciais de direitos humanos na Argentina, onde as estimativas são de que tenham morrido 30 mil pessoas, vítimas de um dos mais violentos e sanguinários regimes na história do continente latino-americano.

Conhecido como "Anjo Loiro da Morte" (alcunha angariada em razão de seu aspecto físico quase angelical), Astiz foi considerado culpado de tortura, assassínio e sequestros. Entre as suas inúmeras vítimas estavam duas freiras francesas e fundadores do grupo de direitos humanos Mães da Praça de Maio.

Astiz comandava então Escola Superior de Mecânica da Armada (ESMA), um dos maiores e mais terríveis centros de torturas e assassinatos do regime, com corpos atirados ao mar. Esta foi também a primeira vez que 16 elementos deste centro de torturas compareceram perante a justiça. Doze deles, incluindo Astiz, foram condenados pelo Tribunal Federal.

"Esta é uma decisão que honra a Argentina", proclamou o chanceler francês Alain Juppé ao saudar a sentença que condenou por delitos de lesa humanidade a 16 dos 18 torturadores julgados na "causa ESMA" - entre eles os assassinos das freiras francesas Alice Domon e Léonie Duquet. Este fato de destaque mundial evidencia o compromisso do país "na luta contra a impunidade e os crimes cometidos pela ditadura militar", assinalou Juppé.

Para Victoria Donda, filha de desaparecidos, eleita deputada pela Frente Ampla Progressista (FAP), "a sentença de quarta-feira é um triunfo coletivo da Argentina". O julgamento, e em especial as condenações impostas aos torturadores, trazem "a paz que só a verdadeira justiça pode trazer a uma pessoa e um povo que lutaram por ela".

Sábias palavras. Salve a Argentina, a sua Justiça e seu povo. Que este notável exemplo de coragem e tenacidade frutifique além das barrancas do Rio Prata e que a brisa de paz e justiça que sopra estes dias na Cordilheira chegue até nós.


Vitor Hugo Soares é jornalista, editor do site-blog Bahia em Pauta

POLÍTICA - Do capital ao social.

Frei Betto


Adital


O economista Raul Velloso, especialista em contas públicas, calcula que, em 2010, através de programas sociais, o governo federal repassou a 31,8 milhões de brasileiros - a maioria, pobres - R$ 114 bilhões. Ao incluir programas de transferência de renda de menor escala, o montante chega a R$ 116 bilhões.

Este valor é mais que o dobro de todo o investimento feito pelo governo no mesmo ano - R$ 44,6 bilhões, incluindo construção de estradas e obras de infraestrutura.

Os R$ 116 bilhões foram destinados à rede de proteção social, que abarca aposentadoria rural, seguro-desemprego, Bolsa Família, abono salarial, Renda Mensal Vitalícia (RMV) e Benefício de Prestação Continuada (BPC). Esses programas abocanharam 3,1% do PIB.

A RMV, criada em 1974, era um benefício previdenciário destinado a maiores de 70 anos ou inválidos, definitivamente incapacitados para o trabalho, que não exerciam atividades remuneradas, nem obtinham rendimento superior a 60% do valor do salário mínimo. Também não poderiam ser mantidos por pessoas de quem dependiam, nem dispunham de outro meio de prover o próprio sustento.

Em janeiro de 1996, a RMV foi extinta ao entrar em vigor a concessão do BPC. Hoje, a RMV é mantida apenas para quem já era beneficiário até 96. Já o BPC é pago a idosos e portadores de deficiências comprovadamente desprovidos de recursos mínimos.

Há quem opine que o governo federal "gasta” demais com programas sociais, prejudicando o investimento. Ora, como afirma Lula, quando o governo canaliza recursos para empresas e bancos, isso é considerado "investimento”; quando destina aos pobres, é "gasto”...

O Brasil, por muitas décadas, foi considerado campeão mundial de desigualdade social. Hoje, graças à rede de proteção social, o desenho da pirâmide (ricos na ponta estreita e pobres na ampla base) deu lugar ao losango (cintura proeminente graças à redução do número de ricos e miseráveis, e aumento da classe média).

Segundo o Ipea, entre 2003 e 2009, 28 milhões de brasileiros deixaram a miséria. Resultado do aumento anual do salário mínimo e da redução do desemprego, somados ao Bolsa Família, às aposentadorias e ao BPC.

A lógica capitalista considera investimento o que multiplica o lucro da iniciativa privada, e não o que qualifica o capital humano. Essa lógica gera, em nosso mercado de trabalho, a disparidade entre oferta de empregos e mão de obra qualificada. Devido à baixa qualidade de nossa educação, hoje o Brasil importa profissionais para funções especializadas.

Se o nosso país resiste à crise financeira que, desde 2008, penaliza o hemisfério Norte, isso se deve ao fato de haver mais dinheiro em circulação. Aqueceu-se o mercado interno.

Há queixa de que os nossos aeroportos estão superlotados, com filas intermináveis. É verdade. Se o queixoso mudasse o foco, reconheceria que nossa população dispõe, hoje, de mais recursos para utilizar transporte aéreo, o que até pouco tempo era privilégio da elite.

Há, contudo, 16,2 milhões de brasileiros ainda na miséria. O que representa enorme desafio para o governo Dilma. Minha esperança é que o programa "Brasil sem miséria” venha resgatar propostas do Fome Zero abandonadas com o advento do Bolsa Família, como a reforma agrária.

Não basta promover distribuição de renda e facilitar o consumo dos mais pobres. É preciso erradicar as causas da pobreza, e isso significa mexer nas estruturas arcaicas que ainda perduram em nosso país, como a fundiária, a política, a tributária, e o sistema de educação e saúde.

[Frei Betto é escritor, autor de "Sinfonia Universal – a cosmovisão de Teilhard de Chardin” (Vozes), entre outros livros. http://www.freibetto.org/> twitter:@freibetto.

BLOGS - Blogosfera enfrenta desafio de não repetir vícios da grande mídia.

Para Ignácio Ramonet, do Diplô, "dispersão e a ausência de sentido mais amplo" dos conteúdos padecem como desafios a serem vencidos pelos comunicadores. Segundo o jornalista Luis Nassif, "a questão mais importante não é a tecnologia em si, que está em constante transfomação, mas os valores por trás dela".

Marcel Gomes

Foz do Iguaçu - Apesar de os novos meios de comunicação terem democratizado o acesso à informação no mundo, problemas como a "dispersão e a ausência de sentido mais amplo" dos conteúdos padecem como desafios a serem vencidos pelos comunicadores. A opinião é do jornalista e sociólogo espanhol Ignácio Ramonet, diretor do Le Monde Diplomatique, que participa nesta sexta-feira (28) do 1º Encontro Mundial de Blogueiros, em Foz do Iguaçu (PR). O evento acontece até sábado (29).

"Hoje a informação é superabundante e, por isso, não tem mais valor em si, é gratuita", disse ele. "Por isso, há qualidades do jornalismo tradicional, no tratamento da informação, que não podem ser eliminadas e contribuem para qualificar o uso das novas tecnologias".

Esse seria um papel que os jornalistas poderiam cumprir, já que atualmente "não sabem mais qual a sua função". "Há uma crise de identidade nos meios tradicionais, que perderam o monopólio, e nos próprios jornalistas", analisou o espanhol.

Ramonet destacou o papel das novas tecnologias ao dificultar que governos controlem a informação, "como na Tunísia e no Egito", e colaborar para a democracia. No entanto, ressaltou que todos devem se preparar para o futuro, pois "tudo é transitório e, daqui a cinco anos, twiter, facebook e ipad talvez sejam substituídos por outras tecnologias".

"Os antigos meios de comunicação viveram uma estabilidade por décadas. Isso não ocorre hoje. Se este evento dos blogueiros tivesse acontecido há cinco anos, estaríamos falando aqui do My Space", disse.

Experiência brasileira
Em sua exposição, o jornalista brasileiro Luis Nassif afirmou que a blogosfera já é utilizada pelas mais diversas camadas da sociedade, da esquerda à direita. "Eu vivo uma guerra com a revista Veja, que diariamente me caluniava através de um de seus colunistas na intenet", afirmou.

Em linha com Ignácio Ramonet, ele disse que "a questão mais importante não é a tecnologia em si, que está em constante transfomação, mas os valores por trás dela". Nassif ainda rememorou o papel da mídia tradicional na legitimação da política econômica em diversos períodos da história brasileira.

"Na era do café, a imprensa defendia a política que beneficiava esse setor. Quem propusesse algo em outra linha, era criticado", afirmou. Ele lembrou que o nascimento do rádio e da indústria fonográfica nas primeiras décadas do século 20 abalou o poder dominante, pois "ajudava a criar a autoestima nacional, quando a elite ainda falava francês".

Na década de noventa, Nassif disse que novamente a política econômica foi determinada pela mídia, que se aproveita de que "a política é conduzida pelas pressões imediatas". "É com a mídia que se consegue chegar à opinião pública", analisou.

Segundo o jornalista, apesar do poderio ainda exercido pelos meios tradicionais, já há casos em que a blogosfera fez diferença, como quando ajudou a desmontar a operação midiática para desqualificar a operação Satiagraha da Polícia Federal, que atingiu em 2004 o banqueiro Daniel Dantas.
Fonte: Agência Carta Maior.

CRISE EUROPÉIA - Salvar a Europa sem ter em conta as pessoas?

O “acordo” da cimeira europeia foi o seguinte: em troca de uma (inevitável e tardia) reestruturação da dívida grega é prometida aos povos a hiper-austeridade. Com todas as dramáticas consequências sociais que já está a provocar e com o risco de ver a Europa cair no círculo vicioso da recessão. Mas também de ver os povos lançarem-se uns contra os outros, sob o pretexto de que uns pagam pelos outros. Comunicado de Attac França


É cada vez mais urgente tirar a Europa da “armadilha da dívida pública”, como o mostram os e as manifestantes gregos, os indignados espanhóis, italianos ou britânicos. Foto de Occupy Berlin - Germany

Na noite de 26 para 27 de Outubro, os participantes na cimeira europeia chegaram a um novo acordo, pela enésima vez, tido como para “salvar a Europa”. No comando, Angela Merkel (e Nicolas Sarkozy), Christine Lagarde (pelo FMI) e, surpresa... um representante do sector bancário, Charles Dallara. Então, o que é realmente este acordo – que já impulsionou as bolsas?

Note-se, em primeiro lugar, que a reestruturação da dívida grega está finalmente na ordem do dia e, apesar das resistências de Nicolas Sarkozy e do sector bancário, os credores deverão desembolsar cerca de 50%, através de um corte nos seus títulos da dívida. Foram necessários dois anos – dois anos de calvário para o povo grego – para que a realidade seja reconhecida em parte pelos dirigentes da zona euro.

Mas os povos da Grécia e da Europa estão longe de ver as suas dificuldades ultrapassadas. De acordo com as exigências alemãs, a proibição do BCE emprestar dinheiro directamente aos governos não será levantada. O levantamento da proibição permitiria aos governos emancipar-se dos mercados financeiros.

Em vez disso, os países em dificuldade deverão virar-se para o fundo europeu (FEEF, fundo europeu de estabilização financeira), alavancado pela participação de países emergentes, e colocado sob a supervisão do FMI. Os clientes não deverão tardar a aparecer no guiché do FEEF... Espanha, Portugal, mas também a França, num contexto em que a recapitalização dos bancos pelos fundos públicos pode tornar-se inevitável.

Em qualquer caso, façam ou não apelo à intervenção do FEEF, os governos europeus concordaram com o aumento da “disciplina”, com o controlo orçamental das despesas públicas e com a inscrição nas suas constituições do grilhão orçamental da “regra de ouro”1 para 2012. Medidas adoptadas sem qualquer debate ou consulta popular, à imagem desta nova “governança” da Europa, perfeitamente anti-democrática. Em nome da qual se anuncia já uma nova modificação dos tratados...

O “acordo” foi então o seguinte: em troca de uma (inevitável e tardia) reestruturação da dívida grega é prometida aos povos a hiper-austeridade. Com todas as dramáticas consequências sociais que já está a provocar, através dos despedimentos, do abaixamento de salários e pensões de reforma, do desmantelamento do Estado social... e com o risco de ver a Europa cair no círculo vicioso da recessão. Mas também de ver os povos lançarem-se uns contra os outros, sob o pretexto de que uns pagam pelos outros.

É claro que os povos não querem isto, como o mostram os e as manifestantes gregos, os indignados espanhóis, italianos ou britânicos. É cada vez mais urgente tirar a Europa da “armadilha da dívida pública”.

A Attac França participa, com outras outras organizações do movimento social, numa auditoria cidadã da dívida (audit-citoyen.org). Esta iniciativa visa dar a conhecer os mecanismos perversos do endividamento público e propor soluções verdadeiras para sair da crise. Apresentada por ocasião da contra cimeira do G20 de Nice que irá decorrer na próxima semana, quando a indignação está mais do que nunca na ordem do dia.

Comunicado de Attac França, Paris, 27 de Outubro de 2011

Traduzido por Carlos Santos para esquerda.net
Fonte: Esquerda.net

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

POLÍTICA - A pizza assada pelos tucanos na venda de emendas.

Aconteceu o esperado e chegaram ao resultado pelo qual trabalhavam desde a 1ª hora: a bancada situacionista e o governo tucano de Geraldo Alckmin decidiram encerrar as investigações do Conselho de Ética da Assembléia Legislativa paulista sobre o esquema de venda de emendas na Casa. A prática, segundo o denunciante do balcão de negócios, deputado Roque Barbiere (PTB, da base aliada de Alckmin) é seguida por pelo menos 30% dos 94 deputados estaduais paulistas.

A sessão do Conselho de Ética que encerrou as investigações decidiu, também, que tudo o que tiver sido apurado até agora - se é que algo foi apurado - será encaminhado ao Ministério Público Estadual (MPE-SP), que também instaurou apurações que caminham a passo de tartaruga.

O Palácio dos Bandeirantes e sua bancada na Assembléia encerraram as investigações por medo do depoimento da 1ª testemunha do balcão de negócios, Teresinha Barbosa, dirigente de uma ONG na capital, e para evitar que fosse convocado a depor o deputado Bruno Covas (PSDB). Covas é o pré-candidato preferido do governador Alckmin à prefeitura paulistana na eleição do ano que vem. Ele disse ter recebido proposta de propina, recusado, orientado o ofertante a doar o dinheiro a uma santa casa, mas não tomou outras providências.

Mídia e manifestantes das ruas não protestam contra

O encerramento prematuro e a jato dos trabalhos de apuração da Comissão de Ética ocorre sem que a mídia e os que lutam nas ruas contra a corrupção - os das "marchas contra a corrupção" realizadas há alguns dias - se manifestem, protestem ou digam o que pensam a respeito. Silêncio total de parte dos manifestantes e de seus principais porta-vozes, os jornalões, a mídia em geral.

Os tucanos abafaram as investigações. Não querem CPI e, agora, todos aguardam o MPE-SP. Ou fingem aguardar. O PT, por sua bancada na Assembleia, foi o único partido que não compactuou com essa encenação tucana. Ainda ontem promoveu um ato público (na própria Assembléia) - "Pela CPI das emendas já!" - e continua cobrando a instalação dessa comissão.

Difícil que a consigamos, uma vez que os governos tucanos já enterraram mais de 60 pedidos de CPI nos últimos 20 anos em que governam o Estado. Esse caso da venda de emendas é emblemático porque desmascara o tucanato que, atingido, faz tudo ao contrário do que prega para Brasília.

Lá, posam de vestais, de catões, e são os arautos da probidade - desde que contra o governo federal. Nada diferente se pode dizer da mídia, que faz de conta que não está acontecendo nada grave em São Paulo. Como se esse emblemático caso das emendas fosse um problema menor, a ser mantido em banho maria até desaparecer.

Fonte: Blog do Zé Dirceu.

POLÍTICA - Por que a corrupção desperta indignação seletiva?

Afonso Bezerra

Essa “indignação seletiva” com a corrupção atinge hoje principalmente os adeptos do atual governo federal. Para cada escândalo surgido agora, recorda-se um do governo FHC. Uma jogada esperta da guerrilha de mídia governista que iguala todos os homens na prática do malfeito e nega as soluções que possam surgir.

Vamos sair dessa briguinha pequena de miquinhos adestrados. O importante são as soluções. Aldo Rebelo, por exemplo,adotou uma excelente regra: não faz convênios com ONG. Se isto fosse adotado por todos os órgãos da administração pública, a economia seria imensa.

A redução extrema das terceirizações seria outra solução que eliminaria os contratos superfaturados e os intermediários do negócio, principalmente os que empregam os apadrinhados políticos na empresa que presta o serviço terceirizado. Ainda não inventaram nada melhor do que o concurso público para se contratar um servidor público. As tercerizações negam a Constituição.

No campo político, a crise é da democracia representativa. A sociedade precisa ser melhor representada e não encontra pessoas aptas nas listas dos partidos. Ou eles (os partidos) se democratizam ou somente candidaturas independentes da dos partidos podem dar a representação que a sociedade espera. Mas isso somente daria certo com financiamento público, porque senão os independentes seriam sempre gente ligada ao poder econômico.

Boas ou não, são idéias postas e é isso que devemos discutir. Quem é mais corrupto do que o outro, isso sinceramente não me interessa.

FONTE: TRIBUNA DA INTERNET

MICHAEL MOORE: "SOBREVIVER, CERCADO PELOS 1%."

Michael Moore Blog - Life Among the 1%

Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu


Amigos,


Há 22 anos, que se completam na 3ª-feira, eu estava com um grupo de operários, estudantes e desempregados no centro da cidade onde nasci, Flint, Michigan, para anunciar que o estúdio Warner Bros, de Hollywood, afinal comprara os direitos para distribuir meu primeiro filme, “Roger & Me”. Um jornalista perguntou: “Por quanto você vendeu?”


“Três milhões de dólares” – respondi com orgulho. Houve um grito de admiração, do pessoal dos sindicatos que me cercava. Nunca acontecera, nunca, que alguém da classe trabalhadora de Flint (ou de lugar algum) tivesse recebido tanto dinheiro, a menos que um dos nossos roubasse um banco ou, por sorte, ganhasse e grande prêmio da loteria de Michigan. Naquele dia ensolarado de novembro de 1989, foi como se eu tivesse ganho o grande prêmio da loteria – e o pessoal com quem eu vivia e lutava em Michigan ficou eufórico com o meu sucesso. Foi como se um de nós, afinal, tivesse conseguido, tivesse chegado lá, como se a sorte afinal tivesse sorrido para nós. O dia acabou em festa. Quando você é trabalhador, de família de trabalhadores, todos cuidam de todos, e quando um se dá bem, ou outros vibram de orgulho – não só pelo que conseguiu ter sucesso, mas porque, de algum modo, um de nós venceu, derrotou o sistema brutal contra todos, sem mercê, que comanda um jogo cujas regras são distorcidas contra nós.


Nós conhecíamos as regras, e as regras diziam que nós, ratos de fábricas da cidade, nunca conseguimos fazer cinema, ou aparecemos em entrevistas na televisão ou conseguimos nos fazer ouvir em palanque nacional. Nossa parte deveria ser ficar de bico calado, cabeça baixa, e voltar ao trabalho. E, como que por milagre, um de nós escapara dali, estava sendo ouvido e visto por milhões de pessoas e estava “montado na grana” – santa mãe de deus, se preparem! Um palanque e muito dinheiro... agora, sim, é que os de cima vão ver só!


Naquele momento, eu sobrevivia com o salário-desemprego, $98 por semana. Saúde pública. Meu carro morrera em abril: sete meses sem carro. Os amigos me convidavam para jantar e sempre pagavam a conta antes que chegasse à mesa, para me poupar do vexame de não poder dividir a conta.

E então, de repente, lá estava eu montado em três milhões de dólares. O que eu faria do dinheiro? Muitos rapazes de terno e gravata apareceram com muitas sugestões, e logo vi que, quem não tivesse forte senso de responsabilidade social, seria facilmente arrastado pela via do “eu-eu” e muito rapidamente esqueceria a via do “nós-nós”.
Em 1989, então, tomei decisões fáceis:


1.Primeiro de tudo, pagar todos os meus impostos. Disse ao sujeito que fez a declaração de rendimentos, que não declarasse nenhuma dedução além da hipoteca; e que pagasse todos os impostos federais, estaduais e municipais. Com muita honra, paguei quase um milhão de dólares pelo privilégio de ser norte-americano, cidadão desse grande país.


2.Os 2 milhões que sobraram, decidi dividir pelo padrão que, uma vez, o cantor e ativista Harry Chapin ensinou-me, sobre como ele próprio vivia: “Um para mim, um para o companheiro”. Então, peguei metade do dinheiro – e criei uma fundação para distribuir o dinheiro.


3.O milhão que sobrou, foi usado assim: paguei todas as minhas dívidas, algumas que eu devia aos meus melhores amigos e vários parentes; comprei uma geladeira para os meus pais; criei fundos para pagar a universidade das sobrinhas e sobrinhos; ajudei a reconstruir uma igreja de negros destruída num incêndio, lá em Flint; distribuí mil perus no Dia de Ação de Graças; comprei equipamento de filmagem e mandei para o Vietnã (meu movimento pessoal, para reparar parte do mal que fizemos àquele país, que nós destruímos); compro, todos os anos, 10 mil brinquedos, que dou a Toys for Tots no Natal; e comprei para mim uma moto Honda, fabricada nos EUA, e um apartamento hipotecado, em New York City.


4.O que sobrou, depositei numa conta de poupança simples, que paga juros baixos. Tomei a decisão de jamais comprar ações. Nunca entendi o cassino chamado Bolsa de Valores de New York, nem acredito em investir num sistema com o qual não concordo.


5.Sempre entendi que o conceito do dinheiro que gera dinheiro criara uma classe de gente gananciosa, preguiçosa, que nada produz além de miséria e medo para os pobres. Eles inventaram meios de comprar empresas menores, para imediatamente as fechar. Inventaram esquemas para jogar com as poupanças e aposentadorias dos pobres, como se dinheiro dos outros fosse dinheiro deles. Exigiram que as empresas sempre registrassem lucros (o que as empresas só conseguiram porque demitiram milhares de trabalhadores e acabaram com os serviços de saúde pública para os que ainda tinham empregos). Decidi que, se ia afinal ‘ganhar a vida’, teria de ganhá-la com meu trabalho, meu suor, minhas ideias, minha criatividade. Eu produziria produtos tangíveis, algo que pudesse ser partilhado com todos ou de que todos gostassem, como entretenimento, ou do qual pudessem aprender alguma coisa. Meu trabalho, sim, criaria empregos, bons empregos, com salários decentes e todos os benefícios de assistência médica.


Continuei a fazer filmes, a produzir séries de televisão e a escrever livros. Nunca iniciei um projeto pensando “quanto de dinheiro posso ganhar com isso?”. Nunca deixei que o dinheiro fosse a força que me fizesse fazer qualquer coisa. Fiz, simplesmente, exatamente o que queria fazer. Essa atitude ajuda a manter honesto o meu trabalho – e, acho, ao mesmo tempo, resultou em milhões de pessoas que compram ingresso para assistir aos meus filmes, assistem aos programas que produzo e compram meus livros.


E isso, precisamente, enlouqueceu a Direitona. Como é possível que alguém da esquerda tenha tanta audiência no “grande público”?! Não pode ser! Não era para acontecer (Noam Chomsky, infelizmente, não aparece na lista dos 10 programas mais vistos da televisão; e Howard Zinn, espantosamente, só chegou à lista dos mais vendidos do New York Times, depois de morto). Assim opera a mídia-máquina. Está regulada para que ninguém jamais ouça falar dos que, se pudessem, mudariam todo o sistema, para coisa muito melhor. Só liberais babacas, que vivem de exigir cautela e concessões e reformas lentas, aparecem com os nomes impressos nas páginas de editoriais dos jornais ou nos programas da televisão aos domingos.


Eu, de algum modo, encontrei uma brecha na muralha e meti-me por ali. Sinto-me abençoado, podendo viver como vivo – e não ajo como se tudo fosse garantido para sempre. Acredito nas lições que aprendi numa escola católica: que se você se dá bem, maior a sua responsabilidade por quem não tenha a mesma sorte. “Os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos.” Meio metido a comunista, eu sei, mas a ideia é que a família humana existe para partilhar com justiça as riquezas da terra, para que os filhos de Deus passem por essa vida, com menos sofrimento.


Dei-me bem – para autor de documentários, dei-me super bem. Isso, também, faz pirar os conservadores. “Você está rico por causa do capitalismo!” – eles gritam. Hummm... Não. Não assistiram as aulas de Economia I? O capitalismo é um sistema, um esquema “pirâmide” que explora a vasta maioria, para que uns poucos, no topo, enriqueçam cada vez mais. Fiz meu dinheiro, à moda antiga, honestamente, fabricando produtos, coisas. Nuns anos, ganho uma montanha de dinheiro, noutros anos, como o ano passado, não tenho trabalho (nada de filme, nada de livro); então, ganho muito menos. “Como é que você diz defender os pobres, se você é rico, exatamente o contrário de ser pobre?!” É o mesmo argumento de quem diz que, “Você nunca fez sexo com outro homem! Como pode ser a favor do casamento entre dois homens?!"


Penso como pensava aquele Congresso só de homens que votou a favor do voto para as mulheres, ou como os muitos brancos que foram às ruas, marchar com Martin Luther Ling, Jr. (E lá vêm a Direitona, aos gritos, ao longo da história: “Hei! Você não é negro! Você nem foi linchado! Por que está a favor dos negros?!”). Essa desconexão impede que os Republicanos entendam por que alguém dá o próprio tempo ou o próprio dinheiro, para ajudar quem tenha menos sorte. É coisa que o cérebro da Direitona não consegue processar. “Kanye West ganha milhões! O que está fazendo lá, em Occupy Wall Street?!”. Exatamente – lá está, exigindo que aumentem os impostos cobrados dele mesmo. Isso, para a Direitona, é definição de loucura. Todo o resto do mundo somos muito gratos que gente como ele se tenha levantado, ainda que – e sobretudo porque – é gente que se levantou contra seus pessoais interesses financeiros. É precisamente a atitude que a Bíblia que aqueles conservadores tanto exaltam por aí exige de todos os ricos.

Naquele dia distante, em novembro de 1989, quando vendi meu primeiro filme, um grande amigo meu disse o seguinte: “Eles cometeram erro muito grave, ao entregar tanto dinheiro a um sujeito como você. Essa grana fará de você homem perigosíssimo. É prova do acerto do velho dito popular: “Capitalista é o sujeito que vende a você a corda para enforcar ele mesmo, se achar que, na venda, ele pode ganhar algum”.


Atenciosamente,

Michael Moore

ECONOMIA - Crise, os mesmos fatores de sempre.

Por Assis Ribeiro

Do Le Monde Diplomatique

TRÊS ANOS DEPOIS

Crise, os mesmos fatores de sempre

Os que estavam no comando em 2008 continuam controlando o sistema, armados c/ o mesmo arsenal ideológico. Os gigantes das finanças, salvos porque eram “grandes demais para quebrar”, são hoje mais gigantescos ainda. E continuam frágeis. Krugman ressalta: “As lições da crise foram esquecidas a uma velocidade vertiginosa”


por Ibrahim Warde


Foi há três anos, em um desses momentos de incerteza nos quais tudo estremece, tudo é sacudido e ninguém mais tem dúvida de que a coisa toda vai virar de ponta-cabeça. Em 7 de setembro de 2008, o governo norte-americanoassumiu a tutela da Fannie Mae e da Freddie Mac, dois mastodontes do crédito hipotecário. No dia 15 daquele mês, o venerável banco de negócios Lehman Brothers anunciou falência. No dia seguinte, chamada pelo Wall Street Journala lhe prestar socorro, Washington comprou o American International Group (AIG), primeira seguradora do país. O resultado foi inevitável: as bolsas despencaram. O poder público norte-americano nacionalizou boa parte do setor automobilístico e injetou centenas de milhares de dólares na economia. Keynes, o New Deale o Estado planejador estavam novamente em primeiro plano.

Em um ato de contrição universal, a burguesia do meio de negócios jurou que “nunca mais nada seria como antes”. O primeiro-ministro francês, François Fillon, falou de “um mundo à beira do abismo”; a capa da Newsweek anunciou, quase que aterrorizada, que “atualmente somos todos socialistas”; a Time Magazine conclamou a que se “repensasse Marx”para “encontrar os meios de salvar o capitalismo”; uma saída (satisfatória) que não parecia convencer o Washington Post,que perguntava, na forma de um editorial de tom mais macabro do que divertido: “Estará o capitalismo morto?”.1

Mas depois tudo voltou para o lugar. É fato que houve um breve intervalo, no qual as elites políticas e financeiras, outrora cobertas de glória e que tinham levado a economia mundial à beira do abismo, fizeram uma verdadeira travessia do deserto (que lhes permitiu, mais tarde, se dizerem perseguidas), mas elas se recuperaram bastante bem. Foram feitas declarações e montanhas de promessas – que não passaram disso. Finalmente, leis foram votadas, mas sua aplicação concreta – quer fossem novas estruturas de supervisão, de reforço de regras de prevenção, de enquadramento dos bônus ou de proteção do consumidor – revelou-se mais do que modesta.2

Resultado: a economia foi parar novamente na beira do abismo. Meados de 2011 lembravam o segundo semestre de 2008, começando com boas notícias para os mercados. O Comitê Bancário Europeu, encarregado de avaliar a solidez do setor financeiro em caso de nova crise, emitiu um comunicado tranquilizador: das noventa instituições financeiras europeias, 82 tinham revelado resultados positivos nos testes efetuados. Alguns dias depois, a Grécia foi salva da falência por um plano econômico que aliava sacrifícios a serem feitos por parte da população ao socorro financeiro por parte dos bancos europeus. O acordo não desencadeou o acerto dos contratos de cobertura contra o default de pagamento − os famosos Credit Default Swaps(CDS) −, o que teria sido desastroso para os bancos. E para o futuro, foi feita uma nova promessa de austeridade, uma “regra de ouro” de rigor orçamentário, destinada aos dezessete países da zona do euro. Nos Estados Unidos, um compromisso relativo ao teto da dívida, assinado in extremis antes do vencimento do prazo de 2 de agosto entre o presidente Barack Obama e a oposição republicana, previa o corte de gastos sem aumento de impostos.


Eterno recomeço

Mas não adiantou. A agência de classificação de risco Standard and Poor’s decidiu rebaixar a nota da dívida norte-americana, que passou de AAA para AA+. Apesar de ter se baseado em números não realistas (por erro, ao déficit budgetário em seis anos a agência acrescentou US$ 2 trilhões), a decisão provocou novo pânico nos mercados, mirando, em especial – o que não fazia o menor sentido –, os principais bancos europeus, que um mês antes tinham sido declarado sadios...

O peso da financeirização é tamanho, que uma inversão da tendência parece impossível. Por um lado, a relação de força entre Estados e mercado é mais do que nunca desfavorável aos primeiros; por outro, os dogmas estabelecidos ao longo das últimas três décadas de desregulamentação financeira parecem indestrutíveis. Quase todas as intervenções públicas procuram em primeiro lugar tranquilizar os mercados e proteger o setor financeiro, que brutaliza os Estados e suas dívidas. O fracasso dessas estratégias não impede seu eterno recomeço, pois em vez de desaparecerem para dar lugar a outras, mais pertinentes, essas ideias – que deveriam ter sido eliminadas, para não provocar mais danos – reaparecem sempre, como zumbis em filmes de terror, guiadas por seus guardiões, fazendo novos estragos.3

Os que estavam no comando em 2008 continuam controlando o sistema, armados com o mesmo arsenal ideológico. Os gigantes das finanças, salvos porque eram “grandes demais para quebrar” (“too big to fail”), são hoje mais gigantescos do que nunca. E continuam frágeis. O economista Paul Krugman ressalta: “As lições da crise financeira de 2008 foram esquecidas a uma velocidade vertiginosa, e essas mesmas ideias estão hoje na origem da crise – toda regulamentação é nociva, o que é bom para os bancos é bom para os Estados Unidos, a queda de impostos é a solução para o problema – e dominam novamente o debate”.4

A esse respeito, o percurso dos heróis diante da crise é revelador. Alan Greenspan, Robert Rubin e Larry Summers − respectivamente presidente do Banco Central norte-americano, secretário e secretário adjunto do Tesouro dos Estados Unidos, em fevereiro de 1999, quando a revista semanal Time, em uma capa que ficou famosa ao consagrar o trio como o “comitê de salvação do mundo” – passaram por um rápido eclipse. O primeiro era republicano, os dois outros democratas, e os três simbolizavam a supremacia inconteste da esfera financeira sobre o mundo da política.

Pouco depois de ser eleito, em 1992, Bill Clinton tomou a decisão de se dobrar aos ditames do mercado. O boom sem precedentes que se seguiu parecia confirmar as virtudes da financeirização, o que levou os dois partidos daquele país a se livrar a uma corrida desenfreada, para ver quem conseguia recolher mais contribuições eleitorais por parte das grandes instituições financeiras e para ver quais eram as que lhes concederiam mais vantagens. Sob a administração democrata foram realizadas, em 1999 e 2000, as grandes reformas que abriram caminho para a criação dos chamados produtos “tóxicos” que estiveram na origem do terremoto financeiro.5 O governo republicano de George W. Bush, ainda mais próximo de Wall Street, não perdeu tempo para destruir o que tinha sobrado dos mecanismos de controle, nomeando para postos-chave zelosos “desregulamentadores”. O arrimo dos governos às decisões das agências de notação se deu dentro desse quadro.6

Após a onda de pânico do segundo semestre de 2008, as elites financeiras foram apontadas como culpadas, mas seu poder efetivo nem por isso foi abalado. Em outubro de 2008, com ar abatido, Greenspan, o herói inconteste do boom econômico, admitiu diante da comissão econômica do Senado norte-americano que acabava de se dar conta de que suas convicções econômicas se baseavam em um “erro”. A contrição foi rápida e sem continuidade: dois anos depois, ele já tinha recuperado a soberba de sempre, criticando a legislação “Dodd- Frank”,que tentava – mesmo que bem timidamente – colocar um pouco de ordem no sistema.7 Quanto a Rubin, ele manteve ligações estreitas e lucrativas com o establishment financeiro, o que não impediu que se dedicasse a dar conselhos financeiros a seus compatriotas, no Financial Times.8 Summers, por sua vez, nem chegou a sair realmente de cena. Por ocasião da eleição presidencial norte-americana de 2008, ele foi um dos principais conselheiros do candidato Obama, e quando este último foi eleito ele passou a ocupar nada mais, nada menos, do que a presidência do Conselho Econômico da Casa Branca. Quando de sua demissão, no final de 2010, ele voltou a ocupar a cátedra de professor de Economia em Harvard. Mesmo depois do desmoronar financeiro, explica o jornalista Michael Hirsh, “o regime anterior e as construções intelectuais – mescla de friedmanismo, de greenspanismo e de rubinismo – ainda continuam imperando, por default”.9

Assim, mesmo que em toda parte (como recentemente na Grécia, ou nos Estados Unidos, na indústria automobilística) governos e empresas revoguem sem dificuldade o contrato social que os liga à população ou aos funcionários, Summers, então conselheiro de Barack Obama, explicou que os bônus astronômicos da seguradora AIG (socorrida pelo governo norte-americano) eram intocáveis: “Somos um país que tem leis. São contratos, e o governo não pode simplesmente revogar contratos”.10

Em um livro que explica “por que o mercado fracassa”, John Cassidy, jornalista econômico do New Yorker, vê nessa ideologia não o cumprimento do liberalismo econômico clássico, mas sua perversão. Ele lembra ainda que “o conceito dos mercados financeiros racionais e autorreguladores é uma invenção dos últimos quarenta anos”.11 Quando os profissionais de finanças tentam se situar na linha de Adam Smith, um autor que costuma ser venerado sem ser lido, eles violam despreocupadamente os princípios por ele enunciados, em termos de regulamentação financeira.

Alguns anos antes da publicação de seu famoso livro A riqueza das nações(1776), o pai da economia clássica havia assistido ao desabrochar de uma bolha financeira que provocaria a quebra de 27 dos trinta bancos de Edimburgo. Por isso, Adam Smith sabia que, quando entregue unicamente às forças do mercado, o mundo financeiro fazia a sociedade correr graves riscos. Por mais favorável que fosse ao princípio da “mão invisível”, ele estipulou que a lógica de um mercado livre e concorrencial não deveria se estender à esfera financeira. “Sob certa ótica, essas regras podem parecer uma violação da liberdade natural de alguns indivíduos, mas essa liberdade de alguns pode comprometer a segurança de toda a sociedade. Da mesma forma que é obrigatório construir paredes para impedir a propagação de incêndios, assim também os governos, tanto nos países livres quanto nos despóticos, são responsáveis por regulamentar o comércio de serviços bancários”.12



Alinhando-se à cólera popular

Se fosse o caso de buscar uma ascendência intelectual para o fundamentalismo desprovido de base empírica que impera atualmente, nós a encontraríamos relacionada a Ayn Rand (1905-1982).13 Dogmática e sectária, pregando o egoísmo como virtude suprema e fustigando toda e qualquer forma de intervencionismo do poder público, a publicista e romancista russo-americana tem entre seus discípulos um certo Alan Greenspan. Em 1963, ele já não aceitava como “mito coletivista” a ideia segundo a qual os homens de negócios, quando entregues a si mesmos venderiam alimentos ou medicamentos perigosos, títulos fraudulentos ou prédios de baixa qualidade. “Ao contrário, é do interesse de cada homem de negócios ter a fama de ser honesto e só vender produtos de qualidade.” Ou seja, se o mercado não funciona corretamente, é porque não existe mercado suficiente.

Os discursos entusiasmados que se ouvem atualmente, contra os “excessos” do mundo das finanças, oferecem aos políticos um meio de se alinhar de modo satisfatório à cólera dos cidadãos; eles soam como constatação da impotência. No dia 17 de agosto, depois da minicúpula dedicada à crise da dívida, Nicolas Sarkozy e Angela Merkel anunciaram em termos sibilinos a adoção de uma taxa sobre as transações financeiras, a famosa taxa Tobin, de dar calafrios ao setor financeiro.14 Todavia, essa decisão, que primeiro precisa ser aprovada pelos demais membros da União Europeia, é bem menos ousada do que parece. Ela não tem o objetivo de jogar areia na engrenagem da especulação financeira nem de gerar fundos para ajuda ao desenvolvimento, e sim, na melhor das hipóteses, de fazer os bancos pagarem (adiantado) uma ínfima parte de seus lucros futuros. Que eles não deixarão de auferir, como bem sabemos...

Ibrahim Warde é professor associado na Universidade Tufts (Medford, Massachusetts, EUA). Autor de Propagande impériale & guerre financière contre le terrorisme, Marselha-Paris, Agone - Le Monde Diplomatique, 2007.

POLÍTICA - Lula terá uma segunda conversa com Chalita.

Lula terá segunda conversa com Chalita sobre eleições 2012


Ivan Pacheco/Terra

Gabriel Chalita afirmou que estará com o PT no segundo turno, seja ele ou um petista no páreo


Marina Dias


O deputado federal Gabriel Chalita, pré-candidato do PMDB à Prefeitura de São Paulo, participou de uma das comemorações do aniversário de 66 anos do ex-presidente Lula, no final da tarde desta quinta-feira (27), no Instituto Lula, região sudeste da capital paulista. Entre cumprimentos, Lula aproveitou e pediu uma conversa em novembro com o deputado, para tratar das eleições de 2012.

Essa será a segunda vez que o ex-presidente conversa em reservado com Chalita sobre a disputa do próximo ano. A primeira foi há cerca de dois meses, em 25 de agosto. Três dias antes, Lula havia recebido os quatro pré-candidatos petistas - os senadores Marta e Eduardo Suplicy, os deputados federais Carlos Zarattini e Jilmar Tatto, e o ministro da Educação, Fernando Haddad, nome preferido de Lula e também da presidente Dilma Rousseff.

Na época, acreditava-se que o ex-presidente pediria que Chalita desistisse de sua candidatura e apoiasse o nome indicado pelo PT, em uma união de forças contra a hegemonia do PSDB em São Paulo. No entanto, não foi o que aconteceu. Chalita manteve a postura de pré-candidato e deixou claro, inclusive na tarde desta quinta, que estará com o PT em um eventual segundo turno, seja ele ou o candidato petista os que restarem na disputa.

MÍDIA - Da leniência ao denuncismo midiático.

Que há caixa dois em empresas e governos, sabe-se, ainda que seja, quase sempre, muito difícil de provar sua existência. Que muitos partidos aparelham ministérios, secretarias de estados, diretorias de órgãos públicos e de empresas estatais e de economia mista e utilizam as facilidades auferidas no desempenho dos cargos para prover recursos para suas campanhas eleitorais também não é novidade para quase ninguém. A grande mídia sabe disso, o ministério público, os poderes legislativo e judiciário, além do próprio poder executivo e, claro, grande parte da população sabem disso. Aceitam-se estes fatos quase que como um fenômeno natural, contra o qual nada ou muito pouco se pode fazer.

O que causa estranheza, no presente momento, é que se tenha escolhido um ministro e um partido político como os alvos capazes de, ao serem atingidos, possibilitar o resgate e o restabelecimento da ética no universo público brasileiro. Orlando Silva e o PCdoB passaram a ser os vilões da hora e alguns grandes veículos de imprensa tornaram-se grandes defensores da honra e da moralidade política no país.

Cai, na metade do décimo mês de governo, o sexto ministro da presidenta Dilma Rousseff, um recorde no período democrático brasileiro. Nunca tantos ministros foram trocados em tão pouco tempo de mandato na história deste país. Embalados por alguns dos maiores veículos da imprensa nacional, integrantes das classes médias brasileiras têm saído às ruas e bradado que “agora chega!” e a presidenta tem se visto na contingência de exigir que os ministros acusados entreguem suas cartas de demissão.

Mais do que pautar o governo, prática tentada corriqueiramente por parte da grande mídia, o que se está conseguindo fazer agora é paralisar parcialmente, por dias, setores do governo federal até que, ao final, o ministro escolhido seja abatido. Foi assim com Antônio Palocci, da Casa Civil, com Pedro Novais, do Turismo, com Alfredo Nascimento, dos Transportes, com Wagner Rossi, da Agricultura, e até com Nelson Jobim, da Defesa.

Se, excetuando-se o último, todos os outros cinco ministros demitidos praticaram atos que podiam e podem ser caracterizados como eticamente condenáveis e foram, por este motivo, justamente denunciados pela mídia, causa surpresa, entretanto, que a mesma mídia tenha se calado, em todos e em cada um dos casos, tão logo o ministro tenha caído. Derrubado o ministro, a indignação midiática estanca instantaneamente, como que por milagre. Não mais se veiculam denúncias relacionadas aos fatos, não mais se investigam desmandos e corrupções que tenham sido praticadas no exercício do mandato e, sobretudo, nunca se passa a cobrar que as investigações aconteçam pelos órgãos competentes, sejam policiais ou judiciários, e se desenvolvam celeremente. É como se, com a demissão do possível corrupto a corrupção por ventura praticada deixasse de existir.

As denúncias e a indignação só voltam a ocorrer com a descoberta de um novo ministro suspeito. Novamente manchetes, novamente campanhas midiáticas, novamente investigações e novamente manifestações de rua aos brados do “agora chega!”. Dilma tem atendido, até aqui, aos apelos e acedido às denúncias, promovendo a troca de ministros. Tem dado provas de que seu governo não compactua com a corrupção ou com a suspeita de que ela possa ocorrer sem punição. É um avanço e uma novidade num país tão acostumado à leniência e a tolerância com os desmandos.

Até quando, entretanto, a presidente Dilma Rousseff aceitará que a mídia denuncista molde seu ministério e tente impor a “faxina” como política de governo? Por quais motivos, além disso, esta parcela da mídia e das classes média – que sempre conviveram com a corrupção, o caixa dois, o aparelhismo e os desvios de recursos públicos – se declaram agora “indignadas” e passam a exigir uma ação saneadora do governo federal?
Fonte: FNDC

CINEMA - " O capitalismo nos levou à beira da ruína"

Cineasta João Amorim: 'Capitalismo nos levou à beira da ruína'

Portal Vermelho


"O capitalismo global nos levou à beira da ruína", afirmou o cineasta João Amorim, autor do documentário 2012: Tempo de Mudança, que conta entre seus protagonistas com o cantor Sting e o diretor David Lynch.

O filme, que aposta em uma mudança global no modo de ver o mundo, será exibido na Semana Internacional de Cinema de Valladolid (Seminci), na sessão Tempo de História.

Amorim explicou nesta quinta à Agência Efe que essa mudança deverá ocorrer "por meio de um alinhamento com a natureza e o uso de princípios socialmente mais justos".

O jornalista Daniel Pinchbeck é o narrador do documentário, que também contou com a participação de rostos conhecidos como a atriz Ellen Page.

Para Amorim, indicado aos prêmios Emmy e especialista em animação e documentário, os protestos que estão surgindo em diversas cidades do mundo fazem parte dessas mudanças que deverão surgir devido ao colapso do "capitalismo global".

O financiamento foi um dos impedimentos que seu trabalho enfrentou, já que teve de reduzir "drasticamente seu orçamento" após começar a produzir o filme, afirmou o diretor, que considerou que o atual momento de crise desperta o interesse por seu documentário.

Inspirado no livro 2012, O Retorno de Quetzalcoatl, o projeto nasceu em 2006 quando o diretor leu esta obra escrita por Daniel Pinchbeck.

"No início eu era cético, mas após ler o livro me identifiquei com a ideia de que todas as crises que vivemos – econômica, militar e ambiental – são da consciência humana", concluiu Amorim.

Fonte: UOL

MOVIMENTO "OCCUPY" - A pauta que não quer calar.

Luciano Martins Costa

Observatório da Imprensa


A roda da História está se movendo e a imprensa tradicional parece não se dar conta. Já passa de um milhar de cidades em quase uma centena de países o total de concentrações de cidadãos indignados que produzem o movimento de movimentos cuja denominação a nomenclatura conservadora dos fatos sociais ainda não conseguiu definir.

Há muito mais a ser dito para descrever o contexto em que se produz essa manifestação planetária e mesmo nos meios digitais fica difícil elaborar um quadro do seu significado. Mas eventualmente a complexidade dos fatos exige apenas que o observador abandone certos pressupostos condicionados pela leitura linear de notícias e tente enxergar o novo.

Coloquemos, por exemplo, o fato de que os indignados pertencem, na maioria, à chamada “geração Y” – cujos valores e visão de mundo se colocam em total contraposição aos dos yuppies, que a partir do final dos anos 1980 se apossaram da liderança dos grandes negócios e da condução dos humores do mercado.

Pergunta essencial
Os indignados são essencialmente diferentes da chamada “geração X”, na qual são classificados os predadores de Wall Street, que gozaram a infância no final dos “30 anos gloriosos” e, quando jovens adultos, entenderam que precisavam cuidar pessoal e egoisticamente de seus interesses. Mas também são nascidos na “geração X” os criadores do movimento punk, originalmente uma reação às dificuldades surgidas com a primeira grande crise do petróleo, nos anos 1970.

Assim, é preciso inicialmente diferenciar os indignados de hoje dos alienados de ontem. A atual geração que chega à idade adulta após o advento da internet encontrou o mundo preparado para outros 30 anos de bem-estar e evolução: as novas tecnologias reinventam os negócios, a inovação lança ininterruptamente na rotina aparelhos e sistemas que ampliam o alcance do conhecimento, alargam-se os horizontes geográficos para a ação estimulante do capital.

Mesmo a urgência ambiental, percebida já nos anos 1980 com as ocorrências de chuvas ácidas na Europa, na Ásia, no antigo território soviético e na América do Norte, produziu reações positivas ao impactar a vida social no fim da década passada, como a rápida conscientização sobre a necessidade de novos paradigmas na indústria, no transporte, na vida privada e na organização das cidades.

O que é, então, que não está dando certo?

Essa é uma pergunta essencial da pauta contemporânea.

Indignados e resignados
O que está destoando desse contexto é justamente a “geração X”, que se aquartelou no capital financeiro, entranhou-se nas instituições do poder – entre elas a imprensa tradicional – e, envelhecida precocemente, não consegue enxergar as possibilidades do novo século.

Há um mal-estar generalizado quando se olha para o futuro, mas essa percepção não parece ter relação direta com o fim da era do petróleo e o advento da era da responsabilidade pessoal pelo destino coletivo. Esse é um pressuposto explícito em todos os movimentos contemporâneos, desde a chamada “primavera árabe” até o “ocupe Wall Street”.

O mal-estar no ambiente da globalização vincula-se claramente à incompatibilidade dos interesses do setor financeiro – chamado genericamente de “o mercado” – com as necessidades e interesses da sociedade em geral.

No momento em que a inovação tecnológica oferece soluções para o desenvolvimento sustentável, a irresponsabilidade individualista dos remanescentes da “geração X” ameaça colocar tudo a perder. Eles se tornaram mais do que conservadores – são reacionários no limite da insanidade.

Podem ser claramente identificados nos conselhos de grandes conglomerados transnacionais, no comando dos gigantescos fundos de investimento e nas chefias de muitos governos importantes. Mas também estão presentes em postos de direção dos grandes grupos de mídia – valorizados como mão de obra qualificada por sua obediência cega aos cânones do chamado fundamentalismo de mercado.

Falta entender
O que diferencia essencialmente a geração dos indignados da geração dos resignados – que resistem a aceitar os novos paradigmas que se impõem ao mundo – é justamente a capacidade de alimentar uma utopia coletiva.

É quase dogma na maioria das redações a interpretação de que a queda do muro de Berlim representou o fim das utopias. É “chique” entre jornalistas adeptos dessa ideologia dizer-se “pós-moderno”, embora poucos deles saibam explicar o que isso quer significar.

Mas acontece que, ao contrário do que alardearam os jornais no fim do século passado, a História não acabou. Ela se desenrola hoje nas ruas de todo o planeta com a manifestação dos novos protagonistas. Mas a imprensa tradicional ainda não entendeu, ou não quer entender.

Comentário para o programa radiofônico do OI, 28/10/2011

BLOGS - Encontro Mundial dos Blogueiros.

1º Encontro Mundial de Blogueiros começa em Foz com cobranças por banda larga e marco regulatório da mídia

Marcel Gomes

Carta Maior


Além da música caipira de um grupo regional, abertura foi marcada pela tradicional cerimônia de iluminação da barragem de Itaipu, acompanhada de queima de fogos. Blogueiros presentes puderam replicar na internet o que acontecia no local, através de uma conexão sem fio gratuita.

O encontro segue até sábado e conta com representantes de 32 países e 16 Estados brasileiros.

Foz do Iguaçu - O 1º Encontro Mundial de Blogueiros começou na noite de quinta-feira (27), em Foz do Iguaçu (PR), com um ato de abertura marcado por mensagens em favor da democratização da comunicação, críticas à grande mídia, pedidos por internet banda larga gratuita e mais políticas públicas para o setor. O evento ocorreu em um belo mirante em frente à usina de Itaipu, que é uma das patrocinadoras do encontro.

Além da música caipira de um grupo regional, a abertura foi marcada pela tradicional cerimônia de iluminação da barragem, acompanhada de queima de fogos. Os blogueiros presentes puderam replicar na internet o que acontecia no local, através de uma conexão sem fio oferecida gratuitamente pelos organizadores. O encontro continua nesta sexta (28) e sábado (29) e conta com representantes de 32 países e de 16 Estados brasileiros (veja programação abaixo).

Para o jornalista Renato Rovai, presidente da Associação Brasileira de Empresas e Empreendedores da Comunicação (Altercom), o encontro dos blogueiros é uma oportunidade para "ampliar as possiblidades humanas dentro das novas tecnologias". "Estamos conseguindo construir a democratização da comunicação aproveitando o que a tecnologia e a inteligência humana nos colocaram a disposição. Isso é importante porque não dependemos mais de concessões e de empresas", disse.

Editor da revista Fórum, Rovai lembrou que os blogueiros precisam aproveitar a "oportunidade" por o evento ocorrer em Foz, cidade onde está a tríplice fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai. "Muitas vezes nós, brasileiros, temos mais conexões com europeus e norte-americanos. Mas o fato de esse evento acontecer aqui ajuda a nos aproximar da América Latina, a construir um espaço que permita a construção de ações políticas reais", afirmou.

Ao lembrar que o encontro ocorria na usina de Itaipu, "um espaço estatal", Rosane Bertotti, secretária nacional de Comunicação da Central Única dos Trabalhadores (CUT), defendeu que o Estado tem obrigação de "fazer com que a comunicação seja um direito e de garanti-lo junto a sociedade". "Esse encontro também precisa ser um espaço para discutir gestão pública e como ela pode garantir a democratização do direito à comunicação", pontuou ela, que integra o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC).

Ainda sobre o papel do Estado no setor, Altamiro Borges, do Instituto de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, defendeu a luta por um marco regulatório para a comunicação no país e por uma banda larga de qualidade. "São bandeiras que nos unificam e que nos ajudam a enfrentar os impérios midiáticos deformadores de comportamentos e manipuladores da informação", disse o jornalista. Por sinal, o mote central do encontro é “O papel da blogosfera na construção da democracia”, a partir da constatação de que as novas mídias absorveram grande parte da audiência da imprensa tradicional.

Também saudaram a abertura do evento o superintendente de Comunicação Social de Itaipu, Gilmar Piolla ("a nova missão institucional de Itaipu abriu a empresa para a comunidade e o debate sobre novas mídias é fundamental, porque transformou o relacionamento humano"), o secretário de Comunicação do governo Beto Richa (PSDB), Marcelo Catani ("será um evento com total garantia de pluralidade"), e o deputado federal e secretário nacional de Comunicação do PT, André Vargas ("como tuiteiro, sou um militante da causa, e o próprio Congresso do PT determinou a construção de um marco regulatório da mídia").

Ao longo dos próximos dois dias, participarão de debates em Foz do Iguaçu personalidades como Ignácio Ramonet, criador do Le Monde Diplomatique; Kristinn Hrafnsson, porta-voz do WikiLeaks; Luis Nassif, jornalista e blogueiro; Jesse Chacón, ex-ministro das Comunicações da Venezuela; e Pascual Serrano, fundador de um dos maiores sites de esquerda da Europa, o Rebelión. A mediação será feita por jornalistas e blogueiros vindos de diversos Estados brasileiros. O evento é promovido pelo Instituto Barão de Itararé e a Altercom, com patrocínio da Itaipu Binacional e da Sanepar.

Programação

27 de outubro – quinta-feira, 20 horas

19 horas – abertura oficial do evento no Centro de Recepção de Visitantes (CRV) de Itaipu

- Coquetel e iluminação da barragem de Itaipu

28 de outubro – sexta-feira

9 horas – Debate: “O papel das novas mídias”
- Ignácio Ramonet – criador do Le Monde Diplomatique e autor do livro “A explosão do jornalismo”;
- Kristinn Hrafnsson – porta-voz do WikiLeaks;
- Dênis de Moraes – autor do livro “Mutações do visível: da comunicação de massa à comunicação em rede”;
- Luis Nassif – jornalista e blogueiro;
* Mesa dirigida por Natalia Vianna (Agência Pública) e Tatiane Pires (blogueira do RS)

14 horas – Painel: “Experiências nos EUA e Europa”
- Pascual Serrano – blogueiro e fundador do sítio Rebelión (Espanha);
- Andrés Thomas Conteris - fundador do Democracy Now em Espanhol (EUA);
- Henrique Palma – criador do blog “A perdre La raison” (França) ;
- Jillian York – blogueira, colunista do Huffington Post, Guardian e da TV Al Jazeera (EUA);
* Mesa dirigida por Renata Mielli (Barão de Itararé) e Altino Machado (blogueiro do Acre);

16 horas – Painel: “Experiências na Ásia e África”.
- Ahmed Bahgat – blogueiro e ativista digital na “revolta do mundo árabe” (Egito);
- Atanu Dey – blogueira da Índia e especialista em Tecnologia da Informação (Índia);
- Pepe Escobar – jornalista e colunista do sítio Ásia Times Online (Japão);
- Mar-Jordan Degadjor – blogueiro e diretor da ONG África para o Futuro (Gana);
* Mesa dirigida por Renato Rovai (Altercom) e Sérgio Telles (blogueiro do Rio de Janeiro);

Dia 29 de outubro – sábado

9 horas – Painel: “Experiências na América Latina”.
- Iroel Sánchez – blogueiro da página La Pupila Insomne e do sítio CubaDebate (Cuba);
- Osvaldo Leon – editor sítio da Agência Latinoamericana de Informação – Alai (Equador);
- Martin Becerra – professor universitário e blogueiro (Argentina);
- Jesse Freeston – blogueiro e ativista dos direitos humanos (Honduras);
- Luis Navarro (Editor do jornal La Jornada – México)
- Martin Granovsky (Editor Especial do jornal Página 12 – Argentina)
* Mesa dirigida por Sérgio Bertoni (blogueiro do Paraná) e Cido Araújo (blogueiro de São Paulo);

14 horas – Painel: “As experiências no Brasil”
- Leandro Fortes – jornalista da revista CartaCapital, blogueiro e da comissão nacional do BlogProg;
- Esmael Moraes – criador do blog do Esmael.
- Conceição Oliveira – criadora do blog Maria Frô e tuiteira.
- Bob Fernandes – editor do sitio Terra Magazine [*];
* Mesa dirigida por Maria Inês Nassif (Carta Maior) e Daniel Bezerra (blogueiro do Ceará);

16 horas – Debate: A luta pela liberdade de expressão e pela democratização da comunicação.
– Paulo Bernardo – ministro das Comunicações do Brasil [*];
- Jesse Chacón – ex-ministro das Comunicações da Venezuela;
- Damian Loreti – integrante da comissão que elaborou a Ley de Medios na Argentina;
- Blanca Josales – ministra das Comunicações do Peru;
* Mesa dirigida por Julieta Palmeira (associação de novas mídias da Bahia) e Tica Moreno (blogueiras feministas);

18 horas – Ato de encerramento.
- Aprovação da Carta de Foz do Iguaçu (propostas e organização).Fonte:FNDC.






Encontro Mundial de Blogueiros reúne 500 pessoas em Foz do Iguaçu

Mariana Serafini

Portal Vermelho


O 1º Encontro Mundial de Blogueiros Progressistas surge com o desafio de debater a importância da blogosfera para a democratização da comunicação e mais, de definir propostas sólidas que contemplem todas as bandeiras presentes. O evento começou nesta quinta-feira (27) e segue até o dia 29 de outubro. Todas as atividades acontecerão nas dependências da Usina Hidrelétrica Itaipu Binacional.

Iluminação da barragem foi o espetáculo reservado para o final da atividade

A abertura do evento aconteceu no Mirante Central de Itaipu Binacional. Cerca de 500 pessoas participaram da atividade, que contou com a presença de autoridades locais e estaduais. Estudantes, blogueiros, jornalistas e profissionais liberais que vão participar dos dois dias de debate aproveitaram a oportunidade para divulgar a hashtag oficial do evento #blogmundofoz.

Altamiro Borges, presidente do Centro de Estudos de Mídias Alternativas Barão de Itararé, propôs que, entre as propostas, estejam as questões do Plano Nacional de Banda Larga e a liberdade na rede.

O encontro Mundial de Blogueiros reúne palestrantes de 10 países e participantes de 16 estados brasileiros. Até as 18 horas de quinta-feira (27), o evento já contava com mais de 650 inscritos, mas as inscrições poderão ser feitas durante toda a manhã de sexta-feira (28).

Transmissão

Quem não pôde estar presente no encontro não precisa ficar de fora da discussão, todas as mesas serão transmitidas em tempo real pela internet através do site oficial Blogueiros do Mundo. Para interagir com os participantes basta twittar com a hashtag #blogmundofoz ou curtir a página oficial do evento no Facebook.

POLÍTICA - Dilma vê oportunidade de endurecer com a FIFA.

A presidente Dilma Rousseff quer aproveitar a troca do seu ministro do Esporte para endurecer as negociações com a Fifa e a CBF e evitar que a Copa de 2014 no Brasil se transforme, nas suas palavras, numa "festa particular" das duas organizações.

A reportagem é do jornal Folha de S. Paulo, 27-10-2011.

O sucessor de Orlando Silva terá mais duas missões: fazer uma mudança na gestão do ministério, o que implicará demissões de assessores do PC do B, e retirar a pasta do noticiário negativo.

Segundo assessores, Dilma quer também um auxiliar que jogue firme nas negociações com as entidades do futebol. Ela conversou há poucos dias com a chanceler alemã Angela Merkel e o presidente sul-africano Jacob Zuma, dirigentes dos dois países que sediaram as últimas copas do mundo. Os diálogos teriam reforçado sua disposição.

Tanto Merkel como Zuma disseram à presidente que a Fifa encara o campeonato como um evento exclusivo dela e tenta definir tudo. Na Alemanha, por exemplo, a Fifa tentou restringir a venda de cerveja local para favorecer uma cervejaria patrocinadora do evento, mas acabou cedendo diante da resistência do governo alemão.

Já a África do Sul não teve condições de resistir tanto como a Alemanha, segundo relatórios internos produzidos pelo Planalto que subsidiaram Dilma para as conversas com os dois colegas.

A Fifa quer que o Brasil altere suas leis nos Estados para não oferecer meia-entrada a estudantes. Além disso, a entidade torce o nariz para a proibição de venda de bebidas alcoólicas nos estádios. A Fifa já vendeu cotas de patrocínio a uma cervejaria, que reclama da restrição.

A decisão de endurecer só aumentou depois das últimas declarações do secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, vistas pelo governo como uma intromissão em assuntos internos. O dirigente comentou a sucessão de Orlando Silva antes mesmo de sua queda. Na sexta, Valcke disse que já esperava tratar com "um novo representante do país" a Lei Geral da Copa.

A assessores, Dilma lembrou que o governo está colocando dinheiro público na preparação da competição e, por isso, não pode admitir que ela acabe se transformando em uma "festa particular" da Fifa e da CBF.

Fonte: IHU

MOVIMENTO "OCCUPY" - veterano ferido gravemente.

Veterano é ferido gravemente em repressão policial contra ocupantes de Oakland


Blog do Annonymous

Nosso irmão, veterano do Corpo de Fuzileiros (Marines), Scott Olsen, permanece no Hospital em estado crítico após ter recebido um golpe na cabeça de um projétil disparado por um policial da direção anti-distúrbio do Departamento de Polícia de Oakland na manhã de quarta-feira, 26 de outubro.


O grupo "OccupyMARINES" assistiu atentamente a resposta do Departamento de Polícia de Oakland, do prefeito, do governador e de todos os outros envolvidos no ataque em Oakland contra manifestantes pacíficos; observamos estes covardes patéticos negarem responsabilidade por suas ações que podem muito bem alterar o curso da vida de nosso irmão . Além disso, muitos outros departamentos de polícia pelo país pretendem implantar similares táticas contra distúrbios contra os manifestantes que honram o 8a documento do OWS, uma declaração pacífica da assembléia: vamos nos organizar pacificamente contra esses departamentos.

Em resposta ao tiro de Oakland contra o OccupyMARINES Scott Olsen solicitamos o seguinte:

Os responsável por provocarem este evento serram levados à justiça.

Enviar para nós os nomes, fotos dos policiais da direção anti-distúrbio da polícia de Oakland identificação no fardamento Descobriremos os nomes e fotos de cada um e os enviaremos por e-mail a identificação dos 300 policiais da direção anti-distúrbio da polícia de Oakland, que serão denunciados por se engajarem em atos ilícitos com o uso de força excessiva contra americanos que pacificamente protestavam.

Identificar, com nome e foto para acusação, o policial responsável pelos danos causados a Scott Olsen.

A demissão honrosa do prefeito de Oakland, Jean Quan, e do atuante chefe de polícia, Howard Jordan.

Um pedido de desculpas público de governador da Califórnia, Edmund G. Brown Jr., pela sua injúria, ilegal, contra nosso irmão Scott Olsen.

Nós plenamente temos a intenção de dar um exemplo, legal e pacificamente, de que se covardes em associação ataquem ou prejudiquem um veterano norte-americano, não vamos parar até que nossas exigências mencionadas sejam atendidas em sua integridade.


Deus esteja com Scott Olsen. Nós oramosuma rápida recuperação para ele e sua mãe.

Semper Fidelis Scott Olsen

Mantenham a América avançando: nós lhes daremos suporte.