Esperando o Wagner chegar
O
“Grito da Liberdade”, manifestação convocada por atores da Globo,
reuniu perto de 600 pessoas no centro do Rio de Janeiro no dia 31 de
outubro. Foi um passeio agradável. Um vídeo havia sido gravado com a
participação de Wagner Moura, Mariana Ximenes, Leandra Leal, Camila
Pitanga, entre outros, chamando para o ato.
Em
princípio, o mote era a violência policial. Mais tarde, pauta acabou
com dez reivindicações (!). A saber: fim das prisões políticas; anistia
aos processados e presos políticos; garantia do direito à livre
manifestação; fim da violência policial; desmilitarização da PM; fim da
pacificação armada; investigação dos crimes cometidos pelas polícias
militar e civil; democratização dos meios de comunicação; em defesa do
Marco Civil da Internet; a abertura de diálogo entre Estado e sociedade
civil.
Tim
Maia estava ali em espírito: tudo é tudo e nada é nada. Os outros, nem
isso. O nível de comprometimento dos artistas ficou evidente quando
nenhum deles compareceu ao ato. Ou melhor, a atriz Teresa Seiblitz
estava lá. "É uma questão complexa, não tem como avaliar se black blocs
são isso ou aquilo... Não sei. Mas o mais plausível é que seja um jeito
de se defender da polícia", disse. O rosto mais conhecido era o do rapaz
que se fantasia de Batman.
O
que o fiasco mostrou é que, primeiro, esse tipo de vídeo serve mais
para os propósitos dos próprios artistas do que para o protesto. Depois,
que a imagem da Globo está impressa em seus rostos. Por último, mas não
menos importante, o vídeo-convocação era muito ruim. Mariana Ximenes
garantia, a certa altura, que a coisa seria "lúdica".
A
solução: Wagner Moura. Sim, o Capitão Nascimento. Os artistas estão
tentando convencer Moura a vestir a farda do Bope, como nos velhos
tempos, e falar pro pessoal: “Aí, quem não comparecer vai pro saco.
Missão dada é missão cumprida! Se não for pra rua, vai pro
microondaish”. Moura ainda não concordou, mas está pensando com carinho
no assunto.
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