Vale tudo para tentar incriminar o Lula.
O Brasil e o mundo vivem uma guerra contra as notícias falsas que, com as redes sociais, se espalham como rastilho de pólvora. O potencial das fake news é literalmente explosivo: estudo mostra que apenas três delas foram capazes de influenciar o resultado das últimas eleições nos EUA. No Brasil, as fake news têm servido para incitar o ódio contra o ex-presidente Lula, principal alvo delas no país hoje. Sobre Lula e sua família já se publicaram as maiores barbaridades, desde que o filho dele é dono de uma mansão no interior usando uma foto da ESALQ e que o Lula é dono da Friboi, até dizerem que sua mulher, Marisa, não morreu e está na Itália.
A pretexto de fazer ficção em cima de fatos reais, o cineasta José Padilha, de Tropa de Elite, se tornou um produtor de fake news ao inserir na boca do personagem baseado em Lula de sua nova série da Netflix, O Mecanismo, a frase sobre “estancar a sangria” celebrizada pelo senador golpista Romero Jucá. Ou seja, Padilha colocou na boca do ex-presidente uma frase pronunciada por um político que estava do outro lado do espectro político, seu ex-aliado, é verdade, mas naquele momento seu inimigo. Seria o mesmo que atribuir a John Kennedy uma frase dita por Richard Nixon. Isso não é ficção “baseada em fatos reais”; isso se chama falsear a história. Mentir.
É lamentável que um cineasta com carreira internacional se rebaixe dessa maneira, igualando-se a um troll qualquer de internet. Não há diferença entre Padilha e o troll Luciano Ayan (agora identificado como Carlos Augusto de Moraes Afonso), que teve seu perfil cancelado no facebook após ficar demonstrado que foi um dos principais disseminadores de calúnias sobre a vereadora Marielle Franco, executada há duas semanas. Ninguém duvide que, se algum dia for contar a história de Marielle, o cineasta coloque frases da desembargadora Marília de Castro Neves em sua boca.
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