terça-feira, 15 de janeiro de 2019

POLÍTICA - Armas de fogo.

Bolsonaro importa para o Brasil o pior dos EUA: armas de fogo para todos.

O decreto assinado hoje pelo presidente flexibiliza critérios para a compra de armas e permite que uma pessoa possa adquirir até quatro armas de fogo. O Chefe da Casa Civil, Onyx Lonrenzoni, recebeu financiamento eleitoral da Taurus, a maior fabricante brasileira de armas.

Na contramão dos estudos sobre violência realizados em todo o mundo, Bolsonaro assinou nesta terça-feira (15) decreto que facilita o porte de armas de fogo no Brasil. Segundo o “Atlas da Violência 2018”, produzido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e IPEA, em 2016, o Brasil alcançou a marca histórica de 62.517 homicídios.
De 2006 para 2016, a taxa de homicídio por arma de fogo cresceu 15,4% no país. A maioria das vítimas são jovens pobres e negros.
Fazendo referência ao ex-presidente Lula, Bolsonaro disse que governos anteriores negaram o direito à população da posse de armas.
“O governo à época buscou negar o direito. O povo decidiu por comprar armas e munições e não podemos negar o direito”, disse. Bolsonaro se referia ao referendo do desarmamento, feito durante o primeiro governo Lula, em 2005. À época, 63% da população votou a favor do comércio de armas. Bolsonaro, então deputado, era coordenador regional da Frente Parlamentar pelo Direito da Legítima Defesa.
“Para lhes garantir esse legítimo direito a defesa, eu, como presidente, usarei essa arma (em referência à caneta)”, disse o capitão da reserva no momento da assinatura.

Em 2014, a fabricante de armas Taurus foi uma das financiadoras da campanha a deputado do atual ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.

Nesta manhã, da empresa chegaram a disparar mais de 10%, mas reduziram a alta ao longo do dia. Essa variação é natural no mercado financeiro sempre que há um anúncio desse tipo. A mesma Taurus já havia financiado a campanha pró-armamento do referendo de 2005.
A mudança mais importante do decreto é o estabelecimento de critérios para justificar a necessidade de ter uma arma. Segundo críticos da legislação anterior, a avaliação da chamada “efetiva necessidade” era feita pela Polícia Federal de forma subjetiva. A concessão da posse dependia de quem avaliava cada pedido.
Com o novo decreto, somente morar em área rural ou em regiões violentas já será considerada uma justificativa plausível para a liberação do porte de arma de fogo.

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