ELES NÃO CONSEGUEM GOVERNAR
A crise que o governo Bolsonaro vive não é, apenas, uma crise do governo federal, das brigas em seus ministérios e da incapacidade do capitão e de sua troupe gerirem qualquer organização. É uma crise dos setores sociais que apoiaram o capitão tresloucado na sua eleição ou que a permitiram na sua omissão.
Alguns fatos. Nessa sexta, dia 15, o gestor de fundos provisoriamente ministro da economia, Paulo Gudes, resolveu radicalizar o discurso. “Vai Petrobras, vai Banco do Brasil, vai tudo”, ameaçou. Um seu sócio na presidência do Banco do Brasil se disse convencido da necessidade de privatizar o banco. Outro sócio, na presidência da Petrobras, disse ser o seu sonho privatizar a Petrobras e fechar o BNDES. Tudo no mesmo dia. E o provisório ministro ameaçou pedir o boné se o tresloucado capitão não garantisse um trilhão de corte das aposentadorias e pensões na votação da reforma da Previdência. Também decretou o fim do concurso público.
Enquanto o capitão tresloucado quer proibir a importação de bananas do Equador e proibir a lombada eletrônica, Paulo Guedes resolveu mostrar os dentes. Coisas de governo enfraquecido. Guedes se acha mais poderoso do que quem o nomeou ministro. Tem lá uma certa razão. Mas não se sente seguro de aprovar o seu pacote de maldades.
A Lava-jato tomou duas enquadradas históricas. O STF, em maioria apertada, resolveu mandar os crimes eleitorais para a Justiça Eleitoral. Causa pasmo que uma deliberação dessas seja objeto da pauta do Supremo. Na sequência, o ministro Alexandre Moraes proibiu a Lava-jato de tomar R$2,5 bilhões da Petrobras em um acordo duvidoso com o Departamento de Justiça dos EUA. Tempos estranhos em que a gente tem de aplaudir uma liminar concedida pelo Alexandre Moraes.
A Lava-jato, depois dessas decisões, vai ter mais dificuldade em prender quem quiser, destruir empresas e empregos e realizar rendosos acordos de delação premiada. E a imagem de Moro, Dalagnol e companhia fica irremediavelmente trincada. O STF tomou essas decisões por puro instinto de sobrevivência. Foi obrigado a por freio nos lavajatistas antes de serem engolidos pelo monstro que os doutos ministros apascentaram até agora.
Outro episódio, aparentemente desconexo, é o resultado da Kraft-Heinz, empresa de alimentos estadunidense que Jorge Paulo Lehman é dono em sociedade com o financista Warren Buffet. Perdas de 3 bilhões de dólares, investigação da CVM americana, derretimento das ações na Bolsa. Buffet quer saborear o fígado de Lehman e dos seus comparsas Marcel Telles e Sicupira. Lehman foi um dos financiadores o impeachment. E um ícone da ideologia neoliberal. Administra suas empresas, entre elas as Lojas Americanas e a Ambev, se lixando para empregados, consumidores e para a qualidade dos produtos. Perdeu muito da sua capacidade de mobilizar capital e alavancar investimentos. Consequentemente, de sua capacidade de fazer política.
Guedes, Lehman e Lava-jato têm algo em comum. São produto do predomínio da esfera financeira do capital na economia e na política do país. Lehman não abraçou Bolsonaro, a bem da verdade. Sabia da disfuncionalidade da nau do capitão. Sua ação contribuiu pra chegar onde chegamos. Guedes fretou o programa eleitoral do capitão e viu uma oportunidade única de ganhos em cima da destruição do Estado brasileiro. A Lava-jato assestou seus canhões sempre contra empresas produtivas e poupou as financeiras e especulativas. Vide o caso Trafigura. E viu no capitão um cavalo para o seu projeto de poder.
Todos esses personagens são alinhados com as finanças e política externa estadunidense. São incapazes de produzir um parafuso. A vida não parece tão fácil para eles. O circuito da alta finança continua poderoso. Mas não consegue governar. Não consegue manter o patamar de seus ganhos. E está perdendo o seu discurso para a sociedade. Um revolucionário russo falou dos de cima não conseguirem mais governar. Falta aos de baixo não quererem mais ser governados por banqueiros, financistas e seus aliados.
Alguns fatos. Nessa sexta, dia 15, o gestor de fundos provisoriamente ministro da economia, Paulo Gudes, resolveu radicalizar o discurso. “Vai Petrobras, vai Banco do Brasil, vai tudo”, ameaçou. Um seu sócio na presidência do Banco do Brasil se disse convencido da necessidade de privatizar o banco. Outro sócio, na presidência da Petrobras, disse ser o seu sonho privatizar a Petrobras e fechar o BNDES. Tudo no mesmo dia. E o provisório ministro ameaçou pedir o boné se o tresloucado capitão não garantisse um trilhão de corte das aposentadorias e pensões na votação da reforma da Previdência. Também decretou o fim do concurso público.
Enquanto o capitão tresloucado quer proibir a importação de bananas do Equador e proibir a lombada eletrônica, Paulo Guedes resolveu mostrar os dentes. Coisas de governo enfraquecido. Guedes se acha mais poderoso do que quem o nomeou ministro. Tem lá uma certa razão. Mas não se sente seguro de aprovar o seu pacote de maldades.
A Lava-jato tomou duas enquadradas históricas. O STF, em maioria apertada, resolveu mandar os crimes eleitorais para a Justiça Eleitoral. Causa pasmo que uma deliberação dessas seja objeto da pauta do Supremo. Na sequência, o ministro Alexandre Moraes proibiu a Lava-jato de tomar R$2,5 bilhões da Petrobras em um acordo duvidoso com o Departamento de Justiça dos EUA. Tempos estranhos em que a gente tem de aplaudir uma liminar concedida pelo Alexandre Moraes.
A Lava-jato, depois dessas decisões, vai ter mais dificuldade em prender quem quiser, destruir empresas e empregos e realizar rendosos acordos de delação premiada. E a imagem de Moro, Dalagnol e companhia fica irremediavelmente trincada. O STF tomou essas decisões por puro instinto de sobrevivência. Foi obrigado a por freio nos lavajatistas antes de serem engolidos pelo monstro que os doutos ministros apascentaram até agora.
Outro episódio, aparentemente desconexo, é o resultado da Kraft-Heinz, empresa de alimentos estadunidense que Jorge Paulo Lehman é dono em sociedade com o financista Warren Buffet. Perdas de 3 bilhões de dólares, investigação da CVM americana, derretimento das ações na Bolsa. Buffet quer saborear o fígado de Lehman e dos seus comparsas Marcel Telles e Sicupira. Lehman foi um dos financiadores o impeachment. E um ícone da ideologia neoliberal. Administra suas empresas, entre elas as Lojas Americanas e a Ambev, se lixando para empregados, consumidores e para a qualidade dos produtos. Perdeu muito da sua capacidade de mobilizar capital e alavancar investimentos. Consequentemente, de sua capacidade de fazer política.
Guedes, Lehman e Lava-jato têm algo em comum. São produto do predomínio da esfera financeira do capital na economia e na política do país. Lehman não abraçou Bolsonaro, a bem da verdade. Sabia da disfuncionalidade da nau do capitão. Sua ação contribuiu pra chegar onde chegamos. Guedes fretou o programa eleitoral do capitão e viu uma oportunidade única de ganhos em cima da destruição do Estado brasileiro. A Lava-jato assestou seus canhões sempre contra empresas produtivas e poupou as financeiras e especulativas. Vide o caso Trafigura. E viu no capitão um cavalo para o seu projeto de poder.
Todos esses personagens são alinhados com as finanças e política externa estadunidense. São incapazes de produzir um parafuso. A vida não parece tão fácil para eles. O circuito da alta finança continua poderoso. Mas não consegue governar. Não consegue manter o patamar de seus ganhos. E está perdendo o seu discurso para a sociedade. Um revolucionário russo falou dos de cima não conseguirem mais governar. Falta aos de baixo não quererem mais ser governados por banqueiros, financistas e seus aliados.
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