domingo, 26 de abril de 2020

POLÍTICA - O candidato da Globo já está sendo inflado.


Os velhos e conhecidos métodos das mídias, desta vez para fazer de Moro presidente

25/04/2020  Por ADRIANA FARIAS
Et Urbs Magna – Jornalões em seus editoriais evidenciam o discurso do ex-Ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, após seu pedido de demissão em rede nacional (a construção de um novo populista). Isso se torna interessante se conseguirmos observar sob o ponto de vista da influência que a mídia exerce sobre nós, massa em constante transformação de ideias oras indecisas (“já não sei mais em quem acreditar”) oras ilusórias (“me senti engando, traído, não confio em mais nada”)!
Jair Bolsonaro, presidente do Brasil, em ‘Tiro em seu próprio pé’ – fonte da imagem: internet
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O conteúdo apresentado nesses editais é tão assustador, de forma tão vaga, tão vazia, tão rasa… que percebo que há mudança no formato, mas o contexto é preservado. A técnica que faz renascer os próximos presidentes do país não muda. Aconteça o que acontecer.
A necessidade de se criar um líder é notória no mundo todo. As mídias exercem sua influência diretamente nessa construção. Porém, pessoas com potencial de liderança ou são natas ou são moldadas. A mídia, de um modo geral, entra no contexto de moldar um líder, já que, na maioria das vezes, despreza ou até tira de cena um que seja nato, geralmente aqueles contrários aos seus interesses.
Cabe ressaltar, ainda, que grandes líderes não se constroem da noite para o dia. Nem os natos nem os moldados. Leva um certo tempo. Décadas até.
Vamos aos fatos históricos…
Se o leitor forçar um pouco a memória, lembrará que 2014 foi o ano de “criação” da Operação Lava Jato (OLV), coordenada por Deltan Dallagnol e julgada na instância do então juiz Sérgio Moro após vazamentos do esquema de corrupção da Petrobras, no Brasil. Os elementos que compunham a OLV não estavam ali ao acaso, tampouco porque eram funcionários públicos ilibados. Não! Eles foram muito bem selecionados e alguns treinados (fora do país) para ocuparem essa posição. Não importavam os métodos, importava o resultado.
E resultados… bem… esses podem ser excelentes se considerarem toques de trapaça e métodos inconstitucionais, mas que se forem acobertados pela mídia, que seria usada como cortina de fumaça, exaltando apenas os “grandes feitos” da caça aos corruptos (uma analogia à “caça às bruxas”, da Idade Media), tudo bem! É permitido! Você nem vai perceber o grande problema disso. O leitor entende que os métodos são bastante antigos e diversificados, com vários resultados já usados outrora: como um tal de “apartamento dado como propina a um ex-presidente do Brasil, na década de 60”.
Se o leitor for mais interessado ainda, lembrará de Assange no episódio do WikiLeaks, que vazou informações secretas mundo afora, inclusive, sobre o Brasil em 2010. Lembrará sobre a descoberta do pré-sal, em 2006, que colocou o Brasil em destaque no mundo do petróleo, mas se tornando o “inimigo” do G5. E é exatamente nesse contexto que nasce o início da “Guerra” contra o Partido dos Trabalhadores – com seu fundador na presidência do país. E aqui nasceu o “mensalão”. Em 2012, resolveram aprovar uma lei cujos lucros dessa porção do petróleo foram destinados à saúde e à educação (setores mais carentes no mundo todo). Isso esclarecido. Voltemos à OLV.
A super operação, que indiciou centenas de corruptos, de forma sensacionalista, dentre eles empresários, políticos e funcionários do quadro administrativo da estatal, não contou apenas como uma mega operação. O objetivo era colocar o país a serviço do Mercado Financeiro e, apesar dos governos anteriores abrirem esse espaço aos empresários, os banqueiros e rentistas, na sanha de quererem mais e mais e mais… ainda não estavam satisfeitos.
Precisava privatizar. Precisava dar ao capital estrangeiro nossas reservas petrolíferas bastante cobiçadas, para que eles, que ainda não haviam se recuperado de duas crises: a de 2008 com a crise da bolha da especulação imobiliária e a de 2012, com a crise da Zona do Euro, pudessem fortalecer a economia deles e respirarem aliviados.
Além do extrativismo (hoje globalizado para “commodities”) de suas ex-colônias serem fundamentais para abastecerem o mercado financeiro das potências internacionais, eles também migraram suas indústrias 2.0 (máquinas que eram operadas por seres humanos), no conhecido mercado do consumo. Aumenta a força de trabalho com aumento do consumo da própria produção e o lucro é revertido à moeda do país de origem.
A função do país-filial é injetar recursos financeiros públicos (sob a forma de flexibilização de taxas ou sob a forma de juros baixos para investimentos internos).
Para que tudo continuasse funcionando redondinho, era preciso tirar um partido político do poder. Porque a necessidade do upgrade para indústria 3.0 (máquinas sem a necessidade de muitos humanos para produção) e tão breve a 4.0 (processo totalmente robotizado) emergia. Flexibilizar as leis trabalhistas, as leis previdenciárias para manter as indústrias aquecidas, era necessário.
Pra isso um velho aliado dos interesses escusos, vis, podres – que já havia mostrado seu potencial no caso Banestado (em 2003) – volta em cena na OLV. Se trata dele mesmo. O ex-juiz Sergio Moro.

Recordando: o caso Banestado foi uma CPI criada para investigar as responsabilidades sobre evasão de divisas do Brasil para paraísos fiscais entre 1996 e 2002 (governo tucano) e o tal juiz absolveu criminosos do colarinho branco em potencial. Muitos deles que alguns eleitores idolatram.
Com o advento da Internet 4G e diversos aplicativos para comunicação, outros políticos ficaram em evidência, como o concorrente direto de Dilma no segundo turno das eleições de 2014, o Aécio Neves.
Aécio estava envolvido nos escândalos do Petrolão além de ter favorecido a construção de um aeroporto em terras particulares, como também, ter sido envolvido em carga de 500 kg de cocaína no helicóptero de outro parlamentar.
Na metade de 2016, então, a presidente eleita democraticamente foi deposta sem cometer crime nenhum, apenas não cogitava a flexibilização das leis trabalhistas, além de toda a imagem do seu partido estar envolvido em escândalos midiáticos por causa da OLV que ora acobertava “amigos” com provas; ora eram cheios de convicções, sem provas, contra os “inimigos”; ora forjavam provas como no grampo ilícito da ligacão telefônica de Dilma Rousseff ao ex-presidente Lula.
Como laboratório da mídia, da Cia e do Moro, Bolsonaro entra em cena. Todos os crimes que Bolsonaro nunca fez questão de esconder e nunca sofreu “penalidades” foram minimizados ou transformados em chacota pela mídia. Sendo sempre blindado ou visto como “um louco”, nasceu o mito. Com sua fabricação própria de Fake News. Com a ajuda de Steve Bannon e as estratégias de campanha ilegal.
Com a ajuda da mídia na desconstrução do caráter de Jair Bolsonaro e transformando-o em um sujeito honesto; com a ajuda de Sérgio Moro, para tirar Lula da disputa presidencial e com a ajuda dos Estados Unidos garantido apoio da CIA, Bolsonaro é elevada a líder.
Os discursos de ódio e criminosos do Bolsonaro foram transformados em alguém despojado, debochado e capaz de falar coisas que ninguém teria coragem de falar (até por ser inconstitucional e passível de sofrer condenação). Caiu no conto populista.
Após a facada, não faltou mais nada para ser o novo herói da nação, um homem ilibado. Nesta mesma linha, após o plano perfeito ter funcionado e o laboratório Bolsonaro ter dado certo: o plano continua em ação.
Como os filhos do presidente estão envolvidos em escândalos de natureza criminosa, Bolsonaro se torna protetor no momento errado. Tenta manobrar para não perder o poder e tenta manipular a polícia federal e a justiça para preservar a vida de seus filhos. Isso cai, propositalmente, na mídia. Para que novo líder, um novo herói possa ser construído.
E que tal Sérgio Moro? Aquele que, de forma escusa, derruba quem estiver à frente, usando métodos nada transparentes? E por ser o “querido” da mídia, vai esquivar seu pedido de “pensão familiar” como algo que não aconteceu. Porque só falando todos os podres do Bolsonaro, para que este não o nomeie como Ministro do STF e não pague a pensão exigida nos acordos.
Em contrapartida, Moro já levantou as provas que incriminam os filhos do presidente. Já usou a Carla Zambelli para oferecer o cargo de Ministro do STF e ele dizer que não está à venda! Sairá como herói numa versão melhorada e alcançará o “carinho da massa”. Os podres? A mídia trata de esconder.
A queda do Bolsonaro é só uma questão de tempo e de acordos.
Salve, Covid, que consegue esconder tudo isso.
E você, eleitor, quando vai procurar se politizar mais?

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