terça-feira, 6 de dezembro de 2022

Esquerda.net: Reconfiguração de extrema-direita em Itália.

 

Sobre a reconfiguração da extrema-direita em Itália

Neste artigo, o investigador Giuseppe Cugnata faz uma uma análise da composição eleitoral dos Fratelli d’Italia e da Lega depois das eleições nacionais italianas de 2022.
Giorgia Meloni no seu primeiro encontro em Bruxelas com o líder do Conselho após tomar posse como primeira-ministra em Itália. Foto União Europeia.

As eleições italianas de 2022 foram ganhas pela coligação de direita. No entanto, esta vitória esconde divisões internas profundas. Uma análise das transferências eleitorais mostra que enquanto o partido pós-fascista Fratelli d’Italia (FDI), liderado pela primeira-ministra Giorgia Meloni conseguiu 26% dos votos, fê-lo principalmente à custa dos aliados Forza Italia (partido de Silvio Berlusconi) e da Lega de Matteo Salvini, particularmente nos redutos do norte de Itália. 

A análise da composição socioeconómica dos dois partidos revela uma diferença entre os FDI e a Lega: o primeiro obteve votação especialmente nas classes médias, enquanto o segundo preservou parte do eleitorado popular, perdendo eleitorado “tradicional” – trabalhadores independente e empresários. Por fim, a análise do posicionamento ideológico mostra que o voto nos FDI e na Lega está totalmente enraizado no campo da direita.

Uma visão global dos resultados das eleições italianas de 2022

A 28 de outubro de 1922, uma manifestação armada orquestrada pelos camisas negras de Benito Mussolini assaltou Roma e outras cidades italianas; a isto se chamou a Marcha Sobre Roma e marcou o início da ditadura fascista1. Exatamente cem anos depois, a 22 de outubro de 2022, a líder da extrema-direita italiana Giorgia Meloni é nomeada primeira-ministra da República italiana. 

Os antecedentes políticos de Meloni começam nas fileiras do neofascista Movimento Social italiano (Movimento Sociale Italiano - MSI), tornando-se depois uma das figuras de proa da pós-fascista Aliança Nacional (Allleanza Nazionale - NA) e, quando o partido se juntou ao Povo da Liberdade (Popolo della Libertà - PDL) de Silvio Berlusconi, foi nomeada ministra da Juventude do quarto governo de Berlusconi. Em 2012, Meloni criou um partido chamado “Irmãos de Itália” (Fratelli d’Italia – FDI)2 cujo símbolo - a chama tricolor anteriormente usada pelo MSI e a NA - representa a chama que se ergue do túmulo de Mussolini, evocando uma ligação tácita ao regime fascista3.

Giorgia Meloni assumiu o cargo de primeira-ministra um mês após a realização das eleições legislativas, que decorreram a 25 de setembro de 2022, e que resultaram na vitória da coligação de direita4. Graças a um sistema eleitoral proporcional-maioritário misto - que atribui um terço dos assentos à coligação vencedora - e graças à maior taxa de abstenção na história das eleições italianas (68.3%), a coligação de direita conquistou uma maioria absoluta (43.79%) quer na Câmara dos Deputados, quer no Senado.

Como é mostrado na figura 1, a coligação de direita (representada a azul no mapa) conseguiu a primeira posição em praticamente todos os municípios. Ganha por todo o lado na Itália central e, também, no Norte (com exceção da região autónoma do Valle d’Aosta e na província autónoma de Bolzano, onde os partidos regionalistas ficaram em primeiro). A direita tem forte penetração nas Regioni Rosse (as “Regiões Vermelhas”, ou seja, Toscânia, Emilia Romagna, Umbria e Marche, tradicionalmente associadas ao Partido Comunista Italiano). Aqui, a coligação de centro-esquerda5 conseguiu a custo ficar à frente em alguns dos municípios (representados a vermelho no mapa). A coligação de centro-esquerda obteve 26.13% dos votos (o Partido Democrático confirma um baixo resultado de 19.07%, o mesmo que nas eleições anteriores). 

 Figura 1. Mapa das coligações/listas vencedoras em cada município italiano. Fonte: Sondaggi BiDiMedia

 

No Sul de Itália o Movimento Cinque Stelle (“Movimento Cinco Estrelas” – M5S), liderado pelo antigo primeiro-ministro Guiseppe Conte, conseguiu ficar à frente em vários municípios (a amarelo no mapa). Comparando com as eleições legislativas de 2018, o M5S perde mais de 6 milhões de votos, mas atinge ainda 15.43% dos votos através de uma campanha orientada especialmente para o eleitorado popular. A esquerda apresenta-se, uma vez mais, dividida: por um lado, a aliança Verde-Esquerda (dentro da coligação de centro-esquerda) consegue 3.63% dos votos e 16 assentos e, por outro lado, a lista da Unione Populare (“Unão Popular” – UP) - que junta o Partido da Refundação Comunista, o Potere al Popolo e outras listas da esquerda radical - liderada pelo antigo presidente da Câmara de Nápoles Luigi de Magistris e que consegue 1.43%, e nenhum assento.

A extrema-direita canibaliza-se a si mesma

A recente vitória eleitoral mascara fraturas profundas no interior da direita – e, em particular, da extrema-direita. O peso de cada uma das forças políticas dentro da coligação é, de facto, muito desequilibrado. Se os Fratelli d’Italia conseguiram obter 26% dos votos, os seus aliados obtiveram menos de um terço dos votos cada um: a Forza Italia 8.11% e a Lega 8.77%. A análise das transferências eleitorais revela que o resultado dos Fratelli d’Italia foi conseguido à custa da sangria dos seus aliados eleitorais. Como demonstra a análise da empresa de estudos eleitorais SWD (figura 2), os FDI crescem de 4.3% nas eleições de 2018 para 26.1% em 2022, com um eleitorado composto por 20% de antigos eleitores da Forza Italia e 30% de antigos eleitores da Lega. Esta última surge como a verdadeira derrotada nestas eleições, se considerarmos que apenas há três anos obteve 34.3% de votos nas eleições europeias.

 Figura 2: Transferência de votos para os Fratelli d’Italia. Fonte: SWG

 

A análise de transferência de votos feita pela Ipsos entre as eleições europeias de 2019 e as legislativas de 2022 revela que a Lega apenas conseguiu recuperar 21.9% dos eleitores, enquanto 38.4% decidiu votar nos FDI e 26.7% absteve-se6. Estes resultados mostram, portanto, a canibalização da Lega pelos Fratelli d’Italia.

Este processo é evidente quando se olha para os resultados da extrema-direita no norte de Itália, o reduto da Lega. Aqui o voto nos FDI aumentou 516.2% em comparação com 20187. Em Veneto, uma região atualmente governada pela Lega – e que também tem vários dos municípios - Salvini consegue 14% dos votos, o resultado mais baixo em dez anos, enquanto os FDI alcançam 32%. As estruturas de voto (municípios, secções locais) que outrora catalisaram o voto na Lega implodiram e foram agora substituídas por uma opinião de voto de direita generalizado que, de tempos a tempos, é hegemonizada pelo candidato mais forte – neste caso, Giorgia Meloni8.

A representação geográfica do voto (figura 3) mostra uma divisão muito clara do espaço entre os Fratelli d’Italia, a Lega e a Forza Italia. Os FDI (a azul-escuro, na primeira das imagens) que teve historicamente os seus redutos no Centro e Sul de Itália, parece agora ter principal preponderância nas regiões do Centro e do Norte. A Lega (a verde, imagem central) surge concentrada no Norte do país. No entanto, isto não significa que a Lega tenha voltado às suas fronteiras “naturais” sem que se tenha estabelecido noutros locais. Alguns estudos mostram que a diferença de votos entre Norte e Sul é menor em 2022 do que em eleições anteriores9. A homogeneização geográfica do voto na Lega ocorre, assim, em baixa: ao não ter sido capaz de conseguir mais votos no Sul, mas, pelo contrário, tendo perdido muitos votos no Norte, produziu-se um equilíbrio indireto na distribuição do voto. No Sul, onde a Forza Italia (a azul-claro, última imagem) administra algumas regiões e grandes cidades, o partido de Berlusconi resiste à competição interna mantida com o partido aliado Fratelli d’Italia.

 Figura 3: Distribuição geográfica dos votos em cada um dos membros da coligação de direita.

 

Nenhuma atração para além das fronteiras da direita

Giorgia Meloni teve sucesso em penetrar e hegemonizar o eleitorado de direita. Conseguiu, também, atrair alguns segmentos do antigo eleitorado do Movimento Cinco Estrelas (17% do eleitorado dos FDS é composto por pessoas que votaram M5S em 2018, de acordo com a SWG). No entanto, é necessário considerar que o eleitorado do Movimento Cinco Estrelas era tradicionalmente heterogéneo e que grandes segmentos, especialmente durante o pico eleitoral de 2018, estavam já polarizados à direita10. Um grande segmento deste eleitorado tinha já abandonado o M5S e passado para a extrema-direita nas últimas eleições europeias. Giorgia Meloni, por outro lado, falhou em captar para além do eleitorado “tradicional” da direita. Por exemplo, falhou amplamente na mobilização da abstenção11.

Os dados no autoposicionamento político (figura 4) mostram um resultado muito claro. O partido de Giorgia Meloni atrai quase exclusivamente eleitores que se consideram a si próprios de direita: 47% consideram-se de centro-direita, 31% de direita e 13% nem de direita, nem de esquerda. A tese do chamado “esquerdo-lepenismo” (“gaucho-lepenism”)12, com origem na ciência política francesa para analisar a existência de eleitores que se posicionam à esquerda ou que provêm de círculos sociais de esquerda, mas que votam na extrema-direita, fica por demonstrar no caso italiano. Apenas 1% do eleitorado de Meloni se posiciona à esquerda e 3% no centro-esquerda.

 Figura 4: Autoposicionamento político dos eleitores italianos em 2022. Fonte: Ipsos

 

Apesar da reconfiguração interna do campo da direita, o autoposicionamento do eleitorado da Lega também não parece ser distante do dos FDI: 48% dos eleitores posiciona-se no centro-direita, 28% na direita e 13% nem na direita, nem na esquerda. Uma vez mais, as percentagens de eleitores que se posicionam à esquerda (1%) ou no centro-esquerda (3%) é mínima.

Fratelli d’Italia e Lega: semelhanças e diferenças ao nível socioeconómico

Apesar da semelhança na auto-identificação política, eleitores dos Fratelli d’Italia e da Lega diferem parcialmente do ponto de vista sociodemográfico (figura 5). Relativamente à composição por género, o eleitorado dos Fratelli d’Italia é composto por mais homens (27.6%) do que por mulheres (24.2%). Inversamente, a Lega recebe parcialmente mais apoio de mulheres (9.5%) do que de homens (8.1%), ainda que a diferença seja muito pequena. Portanto, o facto de o maior partido da extrema-direita ser liderado por uma mulher não implica uma inversão de género da tradicional sobre-representação masculina no eleitorado da extrema-direita.

Ambos os partidos de extrema-direita estão sub-representados nos grupos de eleitores mais jovens (os FDI atingem 15.8% e a Lega 5.2% no segmento 18-34 anos) e estão sobre-representados entre os segmentos da população com níveis mais baixos de escolaridade: 29% para os FDI e 10.8% para a Lega. Estes resultados estão em consonância com a literatura no eleitorado da extrema-direita. Como observado por Daniel Oesch, os ressentimentos culturais, mais do que os económicos, estão na base do apoio do eleitorado com menor escolaridade à extrema-direita: “indivíduos com níveis de instrução mais baixos poderão percecionar a imigração e as culturas estrangeiras com ameaças maiores à sua identidade”13.

No entanto, uma diferença principal entre os FDI e a Lega emerge quando se olha para a composição profissional e de classe dos respetivos eleitorados. No que diz respeito às categorias profissionais, observa-se em ambos os partidos uma sobre-representação de trabalhadores pouco qualificados (34.6% para os FDI e 13.4% para a Lega). No entanto, deve notar-se que outros estudos fornecem percentagens mais baixas de trabalhadores para os FDI14. O M5S, agora reposicionado para o espaço político do centro-esquerda, também revela uma tendência de sobre-representação neste segmento.

Estes resultados reproduzem parcialmente o padrão tripolar do espaço político teorizado por Oesch e Rennwal. De acordo com este esquema, a esquerda e a extrema-direita competem no voto da classe trabalhadora enquanto o centro-direita e a extrema-direita competem no voto de comerciantes e empresários15. Apesar de parecer ser este o caso para comerciantes e empresários – que votam extrema-direita e centro-direita -, a principal diferença entre os FDI e a Lega aparece quando se olha para o voto de artesãos e trabalhadores independentes, que eram um pilar importante do voto tradicional na Lega. Aqui a Lega aparece grandemente sub-representada (4.7%), enquanto os Fratelli d’Italia atingem 30.2% de votos.

Este resultado deverá estar associado a outra diferença importante entre os dois partidos e que diz respeito à composição de classe. Ambos os partidos mostram sub-representação nas classes mais altas. No entanto, os Fratelli d’Italia também estão sub-representados entre as classes mais baixas e médias (26.5% e 29%). A Lega, pelo seu lado, está vastamente sobre-representada entre as classes mais baixas (12.2%) e parcialmente sobre-representada entre as classes média e baixa (10.3%). Também, os FDI apresentam melhores resultados entre grupos sociais sem problemas financeiros, enquanto a Lega está grandemente sobre-representadas entre os que sofrem condições financeiras inadequadas16. No entanto, em ambos os casos os eleitores dos FDI e da Lega tendem a estar sobre-representados entre o eleitorado que declara ter um crédito ao Estado, os mesmos que sentem maior ressentimento social em relação a grupos sociais que recebem mais apoio do Estado. 

Estes resultados refutariam a tese do “welfare chavinist” ("chauvinista do Estado Social"), amplamente enfatizada nas últimas décadas por estudos sobre a extrema-direita17. De acordo com esta tese, os apoiantes de extrema-direita favoreceriam o bem-estar social e as medidas sociais reservadas aos cidadãos, excluindo os migrantes, estrangeiros ou minorias étnicas. Com base nestes resultados, deveremos rejeitar esta tese: os apoiantes da extrema-direita tendem a condenar, simultaneamente, as minorias e a pobreza. Esta observação está de acordo com uma das principais propostas que tanto os Fratelli d'Italia como a Lega promoveram durante a campanha eleitoral: a abolição do rendimento de cidadania, um rendimento para pessoas em situação de pobreza, tanto para desempregados como para trabalhadores com baixo estatuto económico. Por conseguinte, a ideia de que a extrema-direita ganhou as eleições graças ao apoio das classes populares desfavorecidas deve ser rejeitada.

Figura 5: A composição socio-demográfica e socio-económica do eleitorado. Fonte: Ipsos

 

Conclusão

Em jeito de conclusão, pode dizer-se que se a extrema-direita conseguiu ganhar as últimas eleições italianas fê-lo em grande medida à custa de outras forças da direita, e não pela conquista de novos espaços eleitorais. Além disso, esta vitória é também devida à baixa afluência às urnas registada. Por fim, não pode afirmar-se que a vitória se possa atribuir à classe trabalhadora italiana ou a classes desfavorecidas. Seguramente que alguns segmentos do voto das classes populares vão para a extrema-direita; de facto, o caso do voto na Lega mostra que são as classes mais desfavorecidas que mais sedimentam no eleitorado da extrema-direita. Simultaneamente, a vitória dos Fratelli d’Italia e da coligação de direita mostra que a força motriz do voto na direita tem de ser encontrada nos segmentos ressentidos da pequena burguesia e do sector empresarial. As reações favoráveis dos mercados financeiros internacionais no rescaldo das eleições18, bem como a continuidade com o primeiro-ministro cessante, Mario Draghi, quer a nível doméstico quer a nível da política internacional19 que Giorgia Meloni se apressou a enfatizar no seu primeiro discurso público, são indicadores deste processo. O governo de Meloni não recebeu um apoio popular extraordinário e, como se viu, sofre profundas divisões internas na sua base eleitoral e nas relações de poder entre aliados. No entanto, representa de forma artificial o modelo executivo que a crise neoliberal produziu: um governo autoritário, patriarcal, racista e negacionista da crise climática que desempenha, em perfeita linha com os anteriores governos autoproclamados liberais, uma batalha cultural e económica contra as classes desfavorecidas.

No entanto, a esquerda radical permanece a grande perdedora destas eleições. Se em Itália a reconfiguração política que ocorreu após a crise financeira de 2008-2011 não abriu novos espaços eleitorais para a esquerda radical – como aconteceu noutros países -, não deixou de dar um novo ímpeto a muitos movimentos sociais (movimentos de estudantes, laborais, de justiça climáticas, feministas, LGBTQ+, antirracistas e pela paz) que, de formas mais ou menos organizadas e convergentes, têm representado a maior forma de resistência ao retrocesso político e avanço da extrema-direita20. Temos de assegurar que estes movimentos continuam a avançar, como já o fazem, no sentido de estabelecer convergência e encontrar os espaços certos para que sejam capazes de catalisar ações de protesto no consenso eleitoral e, assim, abrir espaços para a confrontação hegemónica na era orgânica da crise do neoliberalismo.


Giuseppe Cugnata é doutorando em Ciência Política na Scuola Normale Superiore de Florença, membro do Centro de Estudos dos Movimentos Sociais (COSMOS), investigador do Instituto Espaces Marx e da rede Transform! Europe acerca de temas ligados à extrema-direita.

Artigo publicado no site do Observatório da extrema-direita(link is external).

Notas:

1 Albanese, G. (2019). The March on Rome: Violence and the Rise of Italian Fascism. Routledge.

2 Ventura, S. (2022) Giorgia Meloni e Fratelli d’Italia. Friedrich-Ebert-Stiftung Italia. https://library.fes.de/pdf-files/bueros/rom/19659.pdf(link is external)

3 Bruno, V. A., Downes, J. F., & Scopelliti, A. (2021) Post-Fascism in Italy:“So why this flame, Mrs. Giorgia Meloni?”https://culturico.com/2021/11/12/post-fascism-in-italy-so-why-this-flame-mrs-giorgia-meloni/(link is external)

4 Para além dos Fratelli d’Italia, esta coligação era formada pelo partido de extrema-direita Lega (a Liga) do antigo ministro da Administração Interna Matteo Salvini, o partido conservador Forza Italia fundado pelo antigo primeio-ministro Silvio Berlusconi e uma pequena lista, que juntava antigos democratas-cristãos, conservadores-liberais e presidentes de Câmara e governadores, chamada Noi Moderatti (“Nós Moderados”).

5 A coligação de centro-esquerda foi composta pelo partido centrista Partito Democratico (“Partido Democrático” – PD), a Alleanza Verdi-Sinistra (“Aliança Verde-Esquerda” – AVS), o partido liberal +Europa (+E) e os centristas Impegno Civico (“Empenho Cívico” – IC) criado pelo antigo líder do Movimento Cinco Estrelas Luigi Di Maio.

6 Para uma análise global das transferências de votos de cada partido consultar https://www.ipsos.com/it-it/elezioni-politiche-risultati-elettorali-analisi-post-voto-ipsos(link is external)  

7 Maggini N. (2022). Perdite e guadagni dei principali partiti. Solo FdI guadagna voti. CISE. https://cise.luiss.it/cise/2022/09/28/perdite-e-guadagni-dei-principali-partiti-solo-fdi-guadagna-voti/(link is external)

8 Ver Zamponi L. (2022). La destra vince nelle urne vuote, Jacobin Italia: https://jacobinitalia.it/la-destra-vince-nelle-urne-vuote/(link is external)

9 Biancalana C. and Mancosu M. (2022). Elezioni 2022. La nuova geografia del voto. Istituto Cattaneo: https://www.cattaneo.org/wp-content/uploads/2022/09/2022-09-26_Geografia.pdf(link is external)

10 De acordo com o estudo da SWG, a percentagem interna de eleitores do M5S que crêem pertencer ao espaço do centro-direita passa de 16% em 2018 para 4% em 2022, enquanto a percentage dos que não pertencem a nenhum espaço politico passa de 44% par 31%. https://www.swg.it/pa/attachment/6331dfecce935/Radar_speciale%20Elezioni%202022,%2026%20settembre%202022.pdf(link is external)

11 De acordo com a SWG, 17% do eleitorado dos FDI é composto por pessoas que não votaram nas últimas eleições. No entanto, de acordo com a Ipsos, apenas 5.5% dos abstencionistas de 20218 votaram nos FDI nas últimas eleições.

12 Perrineau P. (2016), Le Gaucho-Lepénisme. Des fractures dans la transmission des valeurs et des orientations politiques ? in Anne Muxel, Temps et politique, Presses de Sciences Po (P.F.N.S.P.).

13 D. Oesch. (2008) Explaining Workers’ Support for Right-Wing Populist Parties in Western Europe: Evidence from Austria, Belgium, France, Norway and Switzerland. International Political Science Review, Vol 29 (3)

14 De acordo com o estudo da SWG, os FDI teriam 21% e a Lega 13% de votos de trabalhadores.

15 D. Oesch, L. Rennwal. (2018) Electoral Competition in Europe’s New Tripolar Political Space: Class Voting for the Left, Centre-Right and Radical Right. EUI Working Paper MWP, Vol. 57 (4).

16 De acordo com o estudo do Istituto Ixé, os FDI obtêm entre 25.3% and 28.3%entre pessoas que têm condições financeiras confortáveis/adequadas e 13.4% entre os que sofrem de condições financeiras inadequadas. A Lega tem resultados de 6.4 and 9.entre os que têm condições financeiras confortáveis/adequadas e 21.2 entre os que sofrem de condições financeiras inadequadas. https://www.istitutoixe.it/newsletter/2022/20220926_Flussi.pdf(link is external)

17 H. Kitschelt, (1997), The radical right in Western Europe: a comparative analysis, University of Michigan Press

18 Ver https://delano.lu/article/financial-markets-don-t-seem-t(link is external)

19 Ver https://www.reuters.com/world/europe/new-italy-government-wont-be-the-weak-link-west-says-meloni-2022-10-19

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