quinta-feira, 18 de abril de 2024

"Panama Papers"

 

Procuradoria do Panamá pede pena máxima para detidos no Panama Papers

Jürgen Mossack e Ramon Fonseca, fundadores do gabinete de advogados centro das atenções na investigação sobre lavagem de dinheiro e paraíso fiscal, tiveram requerimento de pena em 12 anos

Penas de doze anos por lavagem de dinheiro foram requeridas na cidade do Panamá, a capital do país do mesmo nome, contra os dois fundadores do gabinete de advogados Mossack Fonseca, que estava no centro das atenções nos “Panama Papers“.

Jürgen Mossack e Ramon Fonseca “receberam e transferiram fundos provenientes de atividades ilícitas na Alemanha e na Argentina”, indicou a Procuradora Isis Soto, pedindo assim a pena máxima para os dois homens detidos.

Os dois reclusos também “dissimularam, cobriram e forneceram falsas informações a entidades bancárias para abrir contas“, acrescentou a Procuradora.

Segundo a acusação, os dois homens são responsáveis de terem facilitado, por intermédio do gabinete de advogados, a criação de empresas ocultas nas quais pessoas ligadas à empresa alemã, Siemens, depositaram milhões de euros, fora das contas da empresa. Essas sociedades serviam para esconder de onde era proveniente o dinheiro ganho com o pagamento de comissões.

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O gabinete de advogados também foi utilizado para conservar dinheiro proveniente de um esquema de atividades ilegais na Argentina.

valenciano/Wikicommons
Procuradora, Isis Soto, também pediu a condenação de 24 outras pessoas acusadas neste caso, sendo essencialmente empregados da empresa

A Procuradora, Isis Soto, também pediu a condenação de 24 outras pessoas acusadas neste caso, sendo essencialmente empregados da empresa.

Recorda-se que o julgamento deste caso se iniciou a 9 de Abril de 2024, no entanto a divulgação destes esquemas foi publicada em 2016 por um Consórcio Internacional de jornalistas de investigação sob o nome “Panama Papers”.

Esse consórcio teve acesso a mais de 11,5 milhões de documentos provenientes do gabinete Mossack Fonseca. A investigação revelou que chefes de Estado e de Governo, bem como figuras políticas, da finança, do esporte, ou ainda do mundo artístico esconderam aos serviços fiscais vários aspectos financeiros como propriedades, empresas, capitais e benefícios.

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Nesses documentos constam nomes como o Presidente Vladimir Putin, o antigo chefe do Governo britânico, David Cameron, o antigo presidente da Argentina Mauricio Macri, o jogador de futebol argentino Lionel Messi e o cineasta espanhol Pedro Almodóvar.

O escândalo levou ao encerramento do gabinete de advogados Mossack Fonseca e a imagem do Panamá, o país da América Central, foi gravemente afetada. O Panamá está agora na lista negra dos paraísos fiscais estabelecida pela União Europeia.

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