domingo, 21 de março de 2010

ECONOMIA - Tucano quer desacelar o emprego.

Tucano defende desacelerar emprego
"É preciso uma sensível desaceleração do crescimento do emprego para evitar o aumento de pressões inflacionárias". O trecho com que abro essa nota é de artigo do economista tucano Luiz Carlos Mendonça de Barros - ministro das Comunicações do presidente Fernando Henrique Cardoso - publicado hoje na Folha de S.Paulo sob o título "Copom: decisão política ou técnica?" Reproduzo trechos porque vale a pena ler o artigo para entender como um economista tucano e ex-ministro de FHC vê a economia brasileira no momento e os riscos de inflação. Mendonça de Barros diz que se a geração de empregos não for contida "a taxa de desemprego poderia chegar a 5% ao final de 2010, nível nunca visto no país"

“Como considero o canal dos salários um dos mais importantes mecanismos de aumento dos preços de mercado, teremos nos próximos meses uma forte pressão sobre a inflação. Os economistas da Quest trabalham com uma variação do IPCA de até 5,4% para 2010", avisa o economista tucano.

"Além desse mecanismo interno - prossegue - outra ameaça de inflação começa a desenhar-se no horizonte. Caso realmente aconteça uma estabilização do crescimento econômico no mundo desenvolvido, podemos viver uma nova rodada de alta dos preços das matérias-primas. No caso do minério de ferro, especula-se reajuste entre 60% e 80% já em abril", continua o ex-ministro.

Não elevar os juros pode custar caro ao BC, diz economista

"O preço do petróleo também está em alta e pode chegar a mais de US$ 90 o barril ainda neste ano. Faço votos de que o Copom tenha razão em sua paciência, mas temo que a eventual sincronia entre um choque externo de preços das commodities e um mercado interno pressionado por forte crescimento do consumo e do emprego custe caro ao Banco Central”, conclui ele.

Mendonça de Barros usa tudo isso para chorar porque o Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central (BC) não elevou os juros na reunião encerrada anteontem. Ele faz uma veemente defesa do aumento das taxas, como se uma inflação de 5,4% em 2010 fosse uma ameaça à estabilidade ou ao equilíbrio fiscal, sem considerar as outras opções para contê-la como a ampliação da produção interna e a substituição de importações, o aumento dos investimentos e a redução dos custos financeiros e tributários.

Não podemos imaginar ou projetar o crescimento de um país como o Brasil e de uma economia como a nossa sem pressões inflacionárias. E aí, não devemos reduzir ou imaginar que a única saída para contê-las - como sugere o tucano em seu artigo - seja cortar empregos e elevar os juros, valorizando o real e aumentando o serviço da dívida interna, reduzindo os investimentos públicos ou aumentando o déficit nominal.

É muita falta de imaginação e de criatividade! É reduzir, e pior, equiparar o Brasil a economias desenvolvidas que não tem a necessidade e a urgência de crescer e distribuir renda como tem a nossa.

Fonte:Blog do Zé Dirceu

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