Com bilhões de dólares pendurados no BNDES, o mínimo que ele poderia fazer é
preferir empresas nacionais como parceiras, mas ele optou pela FCC espanhola
numa grande obra.
Com bilhões de dólares emprestados pelo BNDES, e mais ajuda do governo a caminho para seus negócios, o Brasil tem sido generoso com o empresário Eike Batista.
Sendo esse o caso, e indo mal os seus negócios, dependentes cada vez mais de dinheiro público, o mínimo que ele poderia fazer seria preferir, sempre, empresas nacionais como parceiras, e criar empregos no Brasil.
É estranho, portanto, que para as obras do Porto de Açu, no Rio de Janeiro, a LLX, de Eike Batista, tenha escolhido para a construção de um gigantesco cais, com estrutura pré-moldada, uma empresa espanhola, a FCC – Fomento de Construcciones y Contratas.
Mesmo considerando-se que essa empresa possa ter mais know-how em construção de portos – e que alguns pretendem prestar generosa ajuda à Espanha – seria necessário, no presente caso, se obter um mínimo de contrapartida.
As condições do contrato, no valor de 448 milhões de dólares, deveriam incluir a obrigatoriedade da realização de um consórcio com uma empresa brasileira para a execução da obra. Quando a encomenda envolve dinheiro público, essa é uma exigência comum em muitos países do mundo.
Nos EUA, por exemplo, a EMBRAER, para fornecer 20 aviões ao governo dos Estados Unidos, foi obrigada a se unir minoritariamente a uma empresa local para construir e inaugurar nova fábrica na Flórida.
Em Açu, essa empresa espanhola foi contratada diretamente, sem exigência de acordo local, e, muitíssimo mais grave, sem a exigência sequer de construir, no Brasil, as peças pré-fabricadas usadas para a execução do projeto.
Como resultado, 700 empregos deixaram de ser criados em nosso país e foram transferidos para Algeciras na Espanha. Ali foram armados e concretados 10 gigantescos caixotes de concreto com 45 metros de comprimento, 24 de largura, e 18 de altura, e 10.000 toneladas cada um (ver foto). Cinco deles estão atravessando o oceano nesse momento em uma viagem de quase 8.000 quilômetros rumo ao Brasil.
Será que no Brasil de Itaipu, de Oscar Niemeyer, e do BNDES, banco que empresta dinheiro ao Sr. Eike Batista, não havia ninguém capaz de produzir aqui mesmo esses caixotes de concreto armado? Se esses cubos tivessem sido pré-moldados no Brasil, ficariam muito mais baratos.
Há ainda que considerar os custos de içá-los para o convés de um navio semi-submersível e atravessar com eles o oceano.
A PEMEX, companhia de petróleo mexicana, interessada em tecnologia de certo estaleiro ibérico, não teve dúvida. Foi até lá, na semana passada, e comprou o controle do negócio.
No Brasil, usamos bilhões de dólares dos recursos públicos para financiar multinacionais espanholas, como ocorreu com a Vivo.
Ou perdoamos suas dívidas aos bilhões de reais, como o CARF perdoou ao Santander, para que continuem explorando nosso povo, e sigam enviando, todos os anos, bilhões e bilhões de euros em remessa de lucros para a Espanha.
Blog do Mauro Santayana.
Com bilhões de dólares emprestados pelo BNDES, e mais ajuda do governo a caminho para seus negócios, o Brasil tem sido generoso com o empresário Eike Batista.
Sendo esse o caso, e indo mal os seus negócios, dependentes cada vez mais de dinheiro público, o mínimo que ele poderia fazer seria preferir, sempre, empresas nacionais como parceiras, e criar empregos no Brasil.
É estranho, portanto, que para as obras do Porto de Açu, no Rio de Janeiro, a LLX, de Eike Batista, tenha escolhido para a construção de um gigantesco cais, com estrutura pré-moldada, uma empresa espanhola, a FCC – Fomento de Construcciones y Contratas.
Mesmo considerando-se que essa empresa possa ter mais know-how em construção de portos – e que alguns pretendem prestar generosa ajuda à Espanha – seria necessário, no presente caso, se obter um mínimo de contrapartida.
As condições do contrato, no valor de 448 milhões de dólares, deveriam incluir a obrigatoriedade da realização de um consórcio com uma empresa brasileira para a execução da obra. Quando a encomenda envolve dinheiro público, essa é uma exigência comum em muitos países do mundo.
Nos EUA, por exemplo, a EMBRAER, para fornecer 20 aviões ao governo dos Estados Unidos, foi obrigada a se unir minoritariamente a uma empresa local para construir e inaugurar nova fábrica na Flórida.
Em Açu, essa empresa espanhola foi contratada diretamente, sem exigência de acordo local, e, muitíssimo mais grave, sem a exigência sequer de construir, no Brasil, as peças pré-fabricadas usadas para a execução do projeto.
Como resultado, 700 empregos deixaram de ser criados em nosso país e foram transferidos para Algeciras na Espanha. Ali foram armados e concretados 10 gigantescos caixotes de concreto com 45 metros de comprimento, 24 de largura, e 18 de altura, e 10.000 toneladas cada um (ver foto). Cinco deles estão atravessando o oceano nesse momento em uma viagem de quase 8.000 quilômetros rumo ao Brasil.
Será que no Brasil de Itaipu, de Oscar Niemeyer, e do BNDES, banco que empresta dinheiro ao Sr. Eike Batista, não havia ninguém capaz de produzir aqui mesmo esses caixotes de concreto armado? Se esses cubos tivessem sido pré-moldados no Brasil, ficariam muito mais baratos.
Há ainda que considerar os custos de içá-los para o convés de um navio semi-submersível e atravessar com eles o oceano.
A PEMEX, companhia de petróleo mexicana, interessada em tecnologia de certo estaleiro ibérico, não teve dúvida. Foi até lá, na semana passada, e comprou o controle do negócio.
No Brasil, usamos bilhões de dólares dos recursos públicos para financiar multinacionais espanholas, como ocorreu com a Vivo.
Ou perdoamos suas dívidas aos bilhões de reais, como o CARF perdoou ao Santander, para que continuem explorando nosso povo, e sigam enviando, todos os anos, bilhões e bilhões de euros em remessa de lucros para a Espanha.
Blog do Mauro Santayana.
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