Com pouco mais de mil seguidores, o perfil @badgcat foi responsável pelo tuíte mais citado após o assassinato da vereadora do PSOL. Dizia:
“marielle morreu dps de denunciar abuso dos militares e a galera tá falando “morreu pelas mãos bandidos que ela defende”.
acho que ela morreu pelas mãos dos bandidos que você defende, amigo”. Mais de 33 mil retuítes transformaram sua dona no segundo nó mais importante da rede formada a partir da tragédia – atrás só do da própria Marielle.
A autora do tuíte, a @badgcat, tem 17 anos, é negra e militante. Ela mora em Queimados, na Baixada Fluminense, a mais de 50 quilômetros do local onde a vereadora do PSOL foi assassinada. Milena Martins contou à piauí que não pôde ir ao protesto contra a morte de Marielle. Não teve dinheiro para a passagem. Mia, como é chamada, cuida da avó, de 95 anos, cega e surda.
(…)
Mas Mia não era a única mulher negra a falar muito e alto nas mídias sociais. Entre os 3,6 milhões de tuítes sobre o assassinato de Marielle, o que mais agradou internautas foi escrito por uma cantora de 80 anos de idade. Elza Soares escreveu: “Das poucas vezes que me falta a voz. Chocada. Horrorizada. Toda morte me mata um pouco. Dessa forma me mata mais. Mulher, negra, lésbica, ativista, defensora dos direitos humanos. Marielle Franco, sua voz ecoará em nós. Gritemos.”
Recebeu mais de 50 mil “likes”. A cantora octogenária, carioca de Padre Miguel, juntou-se assim à adolescente da Baixada para tecer a rede digital que cobriu Marielle. 17, 38 e 80 anos. Três negras, três nós, três gerações – juntas na mesma indignação.
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