“Se os generais colocarem o rabo entre as pernas com medo de mais instabilidade na relação com o presidente, verão a insubordinação “crescer no terreno do vizinho (…) Nada se compara ao que vai acontecer se o Comando do Exército der a sinalização de que as regras da corporação, que proíbem ações como a de Pazuello, não se aplicam quando o envolvido for Jair Bolsonaro“, escreve Leonardo SakamotoO futuro do general Eduardo Pazuello, que discursou em manifestação política de apoio a Jair Bolsonaro, no Rio de Janeiro, afrontando as regras militares, é visto como fundamental para frear a insubordinação de policiais junto aos governos estaduais. A impunidade do ex-ministro da Saúde será vista como sinalização de que agentes de segurança podem colocar o bolsonarismo acima do respeito à lei sem medo, pois o presidente da República garante, afirma, em artigo, o jornalista do Uol, Leonardo Sakamoto. A partir daí, Jair, que repete incansavelmente a expressão “Meu Exército”, como se as Forças Armadas estivessem à sua disposição para necessidades pessoais, também poderá usar “Minha Polícia” sem medo de errar, acelerando um processo de sequestro das instituições policiais que pode explodir nas eleições do ano que vem. Os atos recentes de violência explícita, com policiais em Pernambuco cegando pessoas durante um protesto contra Bolsonaro e um tenente da PM de Goiás prendendo um professor com base na Lei de Segurança Nacional por ter chamado o presidente de genocida são apenas o aperitivo. Nada se compara ao que vai acontecer se o Comando do Exército der a sinalização de que as regras da corporação, que proíbem ações como a de Pazuello, não se aplicam quando o envolvido for Jair Bolsonaro. A avaliação foi dada por três militares de alta patente em conversa reservada com a coluna. Se os generais colocarem o rabo entre as pernas com medo de mais instabilidade na relação com o presidente, verão a insubordinação “crescer no terreno do vizinho”, como disse um dos ouvidos. Podem conseguir contornar a situação entre suas tropas, mas o mesmo não será possível junto às forças policiais, prossegue o colunista da mídia. A aderência do bolsonarismo entre soldados, cabos, sargentos e subtenentes nos quarteis da PM é significativa em todo o país, mais até do que nas Forças Armadas. Tanto que o presidente tem nesse grupo uma das bases de seu eleitorado. Não à toa, defende com unhas e dentes a aprovação do excludente de ilicitude, sempre que pode, está presente em formaturas de policiais e até já defendeu policiais milicianos no Rio de Janeiro. Uma pesquisa divulgada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em agosto passado, apontou que 41% dos praças da PM participavam de grupos bolsonaristas nas redes e aplicativos de mensagens, 25% defendiam ideias radicais e 12% defendiam o fechamento do Supremo Tribunal Federal e do Congresso. Leia mais do artigo de Leonardo Sakamoto |
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