“A imbecilidade política levou à violência”, diz Gleisi sobre indígenas feridos e policial flechado

22/06/2021  Por REDAÇÃO URBS MAGNA
“A imbecilidade política levou à violência”, diz Gleisi sobre indígenas feridos e policial flechado

O grupo protesta contra o projeto de lei 490/2007 que prevê, entre outras medidas, a criação de um marco temporal para delimitar o que são terras tradicionalmente ocupadas por eles

Um grupo de indígenas se manifestava em frente ao anexo 2 da Câmara dos Deputados, em Brasília, na tarde desta terça-feira (22), quando começou um confronto com policiais militares e da Polícia Legislativa. Segundo informações de agências de notícias, um policial foi atingido por uma flecha e foi levado pelo Corpo de Bombeiros do Distrito Federal para atendimento. O agente foi atingido no pé e passa bem.

A deputada federal e presidente nacional do Partido dos Trabalhadores afirmou que “a imbecilidade política levou à violência“, pois os indígenas apenas “queriam tirar o projeto 490 da pauta até dia 30, qdo STF decide s/ o marco temporal das terras indígenas“.

A direção da Câmara tem de explicar porque sua polícia dispersou os manifestantes e chamou a PM. Vários feridos“, escreveu a deputada sobre a ação.

Vídeos gravados no local mostram que a polícia usou bombas de gás lacrimogêneo para dispersar o grupo. Dentro do anexo da Câmara dos Deputados, uma nuvem de fumaça cobria o espaço, impedindo que o grupo entrasse no local.

Eles dizem que mesmo com indígenas feridos, os policiais seguem com os disparos.

Os indígenas protestam contra o projeto de lei 490/2007 que prevê, entre outras medidas, a criação de um marco temporal para delimitar o que são terras tradicionalmente ocupadas por eles.

Caso o PL seja aprovado, a competência para determinar a demarcação das terras indígenas passará a ser do Congresso. Atualmente, é o Governo Federal quem decide a demarcação das terras por meio de ato administrativo executado pela Fundação Nacional do Índio (Funai).

“É um manifesto de repúdio ao PL que está na pauta hoje para ser votado. Esse PL autoriza a exploração dos minérios, na verdade ele é um conjunto de todas a PECs que ferem diretamente os nossos direitos.
Nedina Yawanawa
Presidente da Organização das Mulheres Indígenas do Acre, Sul da Amazônia e Noroeste de Rondônia (Sitoakore)

O grupo pede o arquivamento do projeto para que ele seja retirado de pauta de forma definitiva. Segundo Yawanawa, que se encontra no Acre onde também ocorrem protestos, os povos indígenas não concordam com uma marcação temporal a partir de outubro de 1988.

Os indígenas estão há 15 dias acampados na Praça dos Três Poderes.