A corrente de apoio que se formou em torno do TIB ao longo dessa semana pela investigação contra mim foi uma das coisas mais impressionantes que eu já vi. Durante a Vaza Jato, várias pessoas e entidades se movimentaram para defender nosso jornalismo. Dois atos enormes, um na Associação Brasileira de Imprensa, no Rio, outro na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, em São Paulo, mostraram força descomunal. Mas nesta semana foi diferente.
Diferente porque a intimação contra mim é claramente abusiva e soa intimidatória. Ao me investigar, a Polícia Civil do Rio de Janeiro parece querer calar todos os meus colegas, pessoas com as quais eu trabalho há anos, com quem criei laços afetivos e que tive a sorte de poder escolher para fazer do TIB o que ele é hoje.
Em dezembro de 2017, quando cheguei, o Intercept Brasil era uma salinha pequena em busca de um lugar ao sol. Hoje somos uma multidão. Eu não fiz nada sozinho. Por isso, me intimidar é tentar intimidar meu camaradas de redação. Nós não vamos deixar isso acontecer. Não vamos nos deixar calar, nunca. E o que nos dá força para continuar a fazer nosso trabalho é a comunidade que hoje existe ao redor do site.
Um manifesto organizado a partir da universidade Unisinos juntou mais de mil e quinhentas assinaturas em 24 horas. Tem todo mundo ali, de jornalistas a artistas, de profissionais liberais a estudantes; gente famosa ou anônima que acredita que o jornalismo é parte da fórmula de saída do buraco em que nosso país se encontra, e não um caso de polícia.
Obrigado, amigos. Não vamos esquecer.
E não vamos parar.
Aproveitem a vida por aí.
Abraços. | 
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