sábado, 21 de janeiro de 2023

Brasil de Fato: As digitais da milicada nos atos golpistas.

 


 
Brasil de Fato
 
As digitais das Forças Armadas nos atos golpistas
 
Sábado, 21 de janeiro de 2023
 
 
Durante a semana, o Brasil de Fato trouxe algumas das revelações que pouco a pouco trazem luz às relações perigosas estabelecidas entre integrantes das Forças Armadas e a gestão Bolsonaro. Na segunda-feira- (16), publicamos reportagem, em primeira mão, mostrando que o tenente-coronel Marcelo Ustra da Silva Soares, primo do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, torturador da Ditadura Militar (1964-1985), viajou com a comitiva de Bolsonaro a Orlando, nos Estados Unidos. A informação foi depois repercutida por veículos de comunicação da mídia tradicional do país.
Marcelo Ustra da Silva Soares foi dispensado pelo presidente Lula, mas, durante o governo anterior, teve acréscimo no salário de R$ 1.432,40 durante 30 meses, além de R$ 91 mil em diárias, totalizando R$ 134 mil extras.
No entanto, nem só de benefícios pra lá de questionáveis vive parte da caserna. A cada dia, as digitais de integrantes das Forças Armadas na promoção dos atos golpistas de 8 de janeiro fica mais evidente.
Um levantamento publicado pelo jornal O Globo na última terça (17) apontava ao menos 15 integrantes do Exército, Marinha e Aeronáutica, além de um bombeiro, como suspeitos de envolvimento com as invasões às sedes dos Três Poderes. O BdF ouviu especialistas e, para eles, os integrantes das Forças Armadas têm muito a explicar.
"Os militares são como instituição contra o governo Lula? Na minha opinião, não. Nesse momento, parte dos grupos refratários à democracia e ao presidente Lula em especial, ainda têm funções de comando. Esse é o problema. Investidos das suas funções, eles têm poder para dar e não dar ordem. Agora, quando não se dá ordem ou não se segue, é crime de prevaricação", aponta o sociólogo Paulo Silvino Ribeiro, professor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo nesta matéria.
O Brasil, que tem uma tradição de não enfrentamento a militares que atentaram contra a democracia e que já anistiou inclusive agentes da última ditadura implementada após o golpe de 1964, terá chegado a um ponto de virada no qual essa história pode mudar?
Se depender da mídia tradicional ou comercial, isso será difícil. Não são poucos os jornalistas que dão voz a supostos oficiais que traduzem um espírito belicoso em relação a qualquer possibilidade de responsabilização.
Além disso, as manchetes e títulos de veículos centenários trazem falsas equivalência, traduzindo como "revanchismo", "retaliação" e expressões equivalentes aquilo que seria simplesmente o cumprimento da lei. Ou a realização da Justiça. 
Perto de Bolsonaro
Já na sexta (20), mais e más notícias para o ex-presidente Jair Bolsonaro. Ao menos oito militares que trabalhavam na Presidência da República durante o governo anterior participaram de atos golpistas no acampamento golpista em frente ao quartel-general do Exército, em Brasília, segundo um relatório do Ministério da Justiça.
E não ficou por aí. De acordo com o portal Metrópoles, investigações envolvendo o tenente-coronel do Exército Mauro Cesar Barbosa Cid, ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, conectam o gabinete do ex-presidente com a mobilização dos atos golpistas a ainda sugerem a existência de um possível esquema de caixa 2 com dinheiro que viria de saques feitos a partir de cartões corporativos da Presidência e de quartéis das Forças Armadas.
E além do próprio ex-presidente, aliados vão ficando em situação complicada. Ramiro Alves da Rocha Cruz Junior, vulgo Ramiro Caminhoneiro, foi preso pela Polícia Federal na manhã desta sexta-feira no âmbito da Operação Lesa Pátria, que tem como objetivo identificar participantes, financiadores e incentivadores dos atos golpistas de 8 de janeiro. No mesmo dia, foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão em SP, DF, RJ, MG, GO e MS e expedidas 8 ordens de prisão. Não sabe quem é o Ramiro? O BdF te conta.
Muita notícia, né? E pra produzir tudo isso e ainda trazer análises e todo o contexto político do Brasil, não só em nosso site, mas em nossa rádio, em nossas redes e também na telinha, o Brasil de Fato investe muita energia e recursos. E por conta disso pedimos sua colaboração com nossa campanha de financiamento coletivo, para que a gente continue nosso trabalho e avance ainda mais. Dá uma olhadinha lá, tem um valor que certamente é do tamanho do seu bolso. A gente agradece demais.
E até a semana que vem!
 

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