Manifestação em Bogotá de apoio a Evo Morales após os resultados do referendo.
O SIM do Povo da Bolívia no referendo revogatório convocado por Evo Morales configurou uma vitória das forças progressistas daquele país andino que transcende o quadro nacional e latino-americano. O imperialismo tinha apostado forte no NÃO. Washington estimulou e financiou generosamente a campanha da oposição desenvolvida pela oligarquia separatista de Santa Cruz, núcleo da frente secessionista Media Luna. A embaixada dos EUA desrespeitou a soberania nacional, apoiando ostensivamente os autarcas dos Departamentos, que reivindicando uma maior autonomia, pretendiam destruir o país.
Nos termos do referendo o Presidente da Republica teria de renunciar se não obtivesse uma votação superior aos 53 por cento obtidos em Dezembro de 2005.
A resposta do povo desfez duvidas sobre o seu apoio maciço à política progressista, anti-neoliberal, de Evo Morales. Ao receber quase 64% dos sufrágios emitidos, o chefe de Estado da Bolívia, reconfirmado no poder, pode agora invocar o mandato popular e o apoio da Central Obrera Boliviana – COB – obtido nas vésperas do referendo - para aplicar a Constituição contestada pela direita.
Os comentários dos grandes jornais dos EUA reflectem a decepção provocada pela vitória do SIM. O governo Bush estava consciente de que um êxito do separatismo na Bolívia seria um rude golpe para as forças que na Venezuela bolivariana e no Equador se opõem à tutela imperialista.
Seria, entretanto um erro subestimar as forças que há mais de dois anos tudo fazem para sabotar a politica de Evo. Os autarcas dos Departamentos separatistas responderam imediatamente ao apelo ao diálogo do Presidente com declarações provocatórias, afirmando que vão lutar pelo «reforço do estatuto de autonomia», imposto - registe-se - por iniciativas inconstitucionais.
As dificuldades de Evo para aprofundar o processo da revolução democrática e nacional são tanto maiores quanto os governos dos dois grandes vizinhos, o Brasil e a Argentina, desenvolvem politicas neoliberais de cumplicidade com o imperialismo. No próprio governo de La Paz é considerável o peso de alguns ministros que não escondem as suas opções anti- socialistas.
O perigo de um golpe atípico foi por ora evitado. Evo Morales ganhou uma batalha, mas a guerra contra as forças da direita empenhadas na recolonização do país vai prosseguir.
Fonte: O Diario.info.
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