terça-feira, 12 de agosto de 2008

COLÔMBIA - Mais um sindicalista assassinado.

Na sexta-feira, 8, o dirigente político Luis Mayusa Prada foi assassinado com vários tiros no município de Saravena na Colômbia. Mayusa Prada tinha 46 anos de idade e era integrante do Partido Comunista Colombiano (PCC) e da direção do Pólo Democrático Alternativo, além de atuar na Central Única dos Trabalhadores da Colômbia (CUT).

Segundo informações da ONG Reiniciar, voltada para a defesa e promoção dos direitos humanos, Mayusa Prado foi um importante dirigente da União Patriótica (UP), o partido político que nasceu do acordo de 1984 entre a guerrilha entre as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e o governo colombiano. Estima-se que entre 3 e 5 mil membros da UP tenham sido assassinados.

A morte de Mayusa Prada também chama a atenção por ser o segundo em três dias, como denuncia a Fundação de Direitos Humanos Joel Sierra. “Denunciamos o assassinato de Omar Yesid Tarazona, de 29 anos, no dia 5 de agosto”, afirma a organização via comunicado a imprensa e as organizações de direitos humanos. Além disso a entidade pede que se iniciem investigações e que os defensores de direitos humanos continuem a monitorar “a grave crise social e humanitária que vive a Colômbia”, além de reforçar o pedido por um acordo político. “Aos atores dos conflitos armados solicitamos a exclusão da população civil de suas ações e busquem saídas políticas para acabarmos com o banho de sangue em nosso país”

Com o assassinato de Mayusa Prado, sobem para 30 os sindicalistas mortos na Colômbia. Segundo a CUT, 39 lideranças ligadas à central foram mortos em 2007. Desde a sua criação, em 1986, 2.600 pessoas ligadas ao sindicalismo foram assassinadas, com a estimativa de 97% dos homicídios ainda hoje impunes.

União Patriótica.

No sábado, 9, completaram-se 14 anos do assassinato de Manuel Cepeda Vargas, senador da UP e seu último membro do parlamento.

Segundo o Movimento Nacional de Vítimas de Crimes de Estado (Movice), após 14 anos os responsáveis pelo crime foram julgados, porém as raízes do assassinato e o genocídio dos membros da UP permanecem impunes. “O Estado continua não reconhecendo publicamente que foi um dos atores intelectuais destes crimes, porém mais do que nunca estamos trabalhando pela reconstrução da memória, da verdade e da justiça dos acontecimentos”.

Segundo nota da organização, em memória do assassinato de Cepeda Vargas, a sociedade colombiana tem direito de conhecer toda a verdade sobre os crimes cometidos contra a UP. “Exigimos que o Etado colombiano assuma suas responsabilidades pelos feitos e que garanta que não voltem a acontecer estes crimes. Exigimos também que se possa exercer o direito a divergir e propor um projeto alternativo ao país, sem que isto custe nossas vidas”.
Brunna Rosa.
Fonte: Revista Fórum.

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