quinta-feira, 14 de agosto de 2008

ELEIÇÕES AMERICANAS - A fênix renasce.

por Bruno Garcez.

Ele parecia combalido, sem grande inspiração ou idéias para assumir a dianteira da corrida presidencial ou desferir golpes capazes de ferir o seu adversário.

Mas John McCain já foi chamado de fênix, dado o seu dom de renascer quando todos o dão como morto.

Segundo a correspondente em Washington do Estadão, Patricia Campos Mello, que viajou a bordo do avião do virtual candidato presidencial republicano, fênix é inclusive a alcunha pela qual McCain é conhecido pelos agentes do serviço secreto americano que fazem a sua proteção.

Hoje, o veterano senador, depois de andar a esmo por um longo período em sua campanha, disse a que veio.

A arena em que McCain exibiu a sua capacidade de reviver não poderia ser outra, se não a da política internacional, um terreno no qual ele próprio e seus correligionários não cansam de alardear a sua superioridade sobre o rival democrata Barack Obama.

Por isso, o conflito entre Rússia e Geórgia caiu como uma luva para McCain.


John McCain
Mensagem de McCain foi mais enfática do que a de Obama

Nas críticas à incursão militar russa, ele foi mais longe do que o presidente Bush e, mais importante, bem além dos comentários de Obama, que inicialmente optou por uma linha diplomática para, depois, assumir um tom mais enfático.

Para o republicano, a suposta agressão russa deve ser punida com a possível exclusão russa da Organização Mundial do Comércio e com a saída definitiva do país do G8.

Ele acusou a ação militar de ser uma ''agressão que causou a morte de centenas, se não de milhares'' de pessoas.

McCain se disse ''profundamente decepcionado'' com os russos.

Mas foi enfático ao dizer que os americanos não devem recorrer à opção militar para pôr fim ao conflito e que um embate nuclear ou a retomada da Guerra Fria estão definitivamente descartados.

Quando indagado se as respostas de Bush e de Obama à ação militar foram adequadas, McCain assumiu um ar de altivez, dando a entender que a gravidade da situação não permite que ela seja explorada politicamente.

Enquanto isso, Obama também deu declarações enfáticas a respeito do tema. Mas primeiro falou em tom evasivo sobre uma saída diplomática, para só depois assumir uma retórica mais dura.

E suas declalações foram feitas...em meio às suas férias no Havaí.

Claro que a pesada agenda do democrata também deve dar margem a uma folguinha aqui e ali.

Mas se já havia dúvidas a respeito da aptidão de Obama para lidar com temas de política externa, McCain, ao responder com destreza e agressividade, contribuiu para reforçar a imagem de que neste quesito ele está na dianteira em relação a seu rival.
Fonte: BBC BRASIL.

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