Aumento no preço do petróleo gera o aumento no preço do combustível e plásticos
Uma grave crise no fornecimento de petróleo está cada vez mais próxima e o preço do barril poderá passar dos US$ 200, segundo um relatório do instituto de estudos políticos britânico Chatham House.
Segundo o relatório, um "esmagamento da oferta" deverá afetar o mercado mundial já nos próximos cinco a dez anos, pois, apesar de ainda existir muito petróleo a ser explorado, governos e companhias não estão investindo o suficiente para garantir a produção.
De acordo com o autor do relatório, o professor emérito da Universidade de Dundee na Grã-Bretanha, Paul Stevens, somente uma redução da demanda poderá evitar a crise.
"Na verdade, a única possibilidade de evitar este esmagamento parece ser uma redução no consumo causado por uma grande recessão. E mesmo assim, poderá ser apenas um adiamento do problema", afirmou o pesquisador.
Investimentos
No relatório, Stevens afirma que os investimentos em novos suprimentos de petróleo são inadequados, pois as companhias petroleiras preferem entregar os lucros para os acionistas ao invés de reinvestir em prospecção.
Além disso, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) não consegue expandir sua capacidade de produção desde 2005.
O professor afirmou no relatório que a "retomada do nacionalismo em relação aos recursos" significa que os governos estão "privando" as companhias petroleiras nacionais da capacidade de investir, ao excluir as empresas internacionais dos planos de desenvolvimento da capacidade produtora.
"A previsão é polêmica (...) e, mesmo levando em conta algum aumento na capacidade nos próximos anos, um estrangulamento da oferta deve ocorrer por volta do ano de 2013", acrescentou.
Para Stevens, isto deve "ser traduzido rapidamente em um aumento do preço (do petróleo), ainda que exista uma dúvida sobre como os estoques estratégicos serão usados para moderar esta situação".
Anos 70
Stevens vê semelhanças do período atual com a crise do petróleo nos anos 70. Nas duas ocasiões percebe-se uma visão generalizada de que os preços do produto vão aumentar ainda mais.
Além do ressurgimento do "nacionalismo de recursos", nos dois períodos os aumentos de preços foram desencadeados por causas parecidas, com o fornecimento e a procura tendo um papel importante.
Mas, para Stevens, existem várias diferenças entre os dois períodos, principalmente na natureza do fornecimento e demanda do petróleo nos anos 70 e no presente.
E, no presente, as preocupações com o meio ambiente são importantes para definir as políticas energéticas, o que não ocorria nos anos 70.
'Medidas extremas'
Paul Stevens conclui que apenas "medidas extremas podem resultar em uma resposta mais rápida" para aumentar os estoques e reduzir os preços do petróleo - medidas que podem ser "politicamente impopulares".
O relatório sugere também, como medidas de longo prazo, o oferecimento de apoio para ajudar exportadores de petróleo a gerenciarem a "maldição do recurso" - na qual a abundância de recursos naturais pode prejudicar a economia de um país.
O relatório foi divulgado dias depois dos preços do petróleo caírem para menos de seu preço mais alto, de US$ 150 o barril.
Fonte: BBC Brasil.
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