segunda-feira, 22 de junho de 2009

REFUGIADOS - Países subdesenvolvidos reúnem o maior número.

Por Redação, com ABr - de Brasília

O Brasil recebe cerca de 4 mil refugiados

No fim de 2008, 42 milhões de pessoas em todo o mundo viviam em lugares diferentes de suas origens devido a conflitos e perseguições. Vinte e seis milhões de pessoas estavam deslocadas entre as regiões do próprio país onde nasceram e 16 milhões eram refugiadas ou pessoas que pediram acolhida em outras nações. O Brasil, apesar de pertencer ao grupo de países em desenvolvimento, tem apenas 4,1 mil refugiados.

Conforme dados do relatório Refúgio no Mundo – Tendências Globais, divulgado esta semana em Genebra (Suíça) pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), quatro em cada cinco refugiados estavam em países em desenvolvimento. De acordo com Luiz Fernando Godinho, porta-voz do Acnur, os conflitos ocorrem em países em desenvolvimento e extrapolam as fonteiras.

– Quando há um conflito de dimensões muito grandes, de impacto humanitário global, a vizinhança é a primeira região afetada – explica.

Quarenta e cinco por cento dos refugiados, no ano passado, eram do Afeganistão (2,8 milhões de pessoas) e do Iraque (1,9 milhão). “No Iraque e no Congo há situações de violência generalizada. Grupos específicos são perseguidos por origem religiosa ou afinidade política”, assinala Godinho, lembrando que ocorre na região “violação de direitos humanos”. Além das populações dos dois países, havia em todo o planeta 561 mil somalianos refugiados, 419 mil sudaneses, 374 mil colombianos e 369 mil congoleses, entre os principais grupos.

A Colômbia é o único país americano apontado com grupos populacionais em refúgio. Conforme o Acnur, o país tem 3 milhões de pessoas em deslocamento interno. As razões têm a ver com a atuação das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), de exércitos paramilitares e da repressão aos movimentos, segundo Ubaldo Steri, diretor da Cáritas Arquidiocesana de São Paulo, que acolhe refugiados.

Para Luiz Fernando Godinho, é difícil nomear “um ator” responsável pela situação de refúgio da Colômbia. “O conflito é muito complexo, dura há mais de 50 anos, é um conflito em que há diversas dimensões e muitos atores. Do ponto de vista humanitário, não interessa se está fugindo de A ou B. O importante é que aquele cidadão ou aquela família perdeu a segurança ou a proteção do Estado e precisa buscar apoio de outros países dentro do arcabouço da proteção internacional”.

Os principais países de acolhida em 2008 foram o Paquistão (havia 1,8 milhão de pessoas refugiadas no país); Síria (1,1 milhão); Irã (980 mil); Alemanha (582,7 mil); Jordânia (500,4 mil); Chade (330,5 mil); Tanzânia (321,9 mil); Quênia (320,6 mil); China (301 mil) e Grã-Bretanha (292,1 mil). O Brasil tem apenas 4.131 refugiados (dados do Comitê Nacional para os Refugiados – Conare).

No ano passado, a África do Sul foi o país que mais recebeu solicitações de refúgio (207 mil pedidos), seguida de longe pelos Estados Unidos (49,6 mil solicitações) e a França (35,4 mil). O Sudão - em gerra civil há mais de 45 anos - recebeu 35,1 mil solicitações de refúgio no ano passado. Segundo o Acnur, há mais de 2 milhões de deslocamentos internos na região de Darfur, no sudeste do país. “Muitas vezes, dentro daqueles arranjos tribais dos grupos que são afetados, as pessoas acabam buscando refúgio no próprio país”, explica o porta-voz do Alto Comissariado.
Fonte:Correio do Brasil

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