Do blog do Ricardo Kotscho - R7
Durante este tempo todo, o governo e o partido discutiram nomes para substituir Carlos Lupi, o presidente do PDT afastado do ministério em dezembro, após uma série de denúncias.
A presidente Dilma Rousseff queria desde o início indicar o deputado federal Brizola Neto, do PDT carioca, que ela conheceu durante a campanha presidencial de 2010, mas setores do partido, liderados pelo próprio Lupi, se opunham ao seu nome e defendiam outros.
Em seu blog, o "Tijolaço", o novo ministro do Trabalho defendia Dilma e desmascarava setores da imprensa que apoiavam José Serra sem muita sutileza.
Como Dilma não tem medo de cara feia de político nem da imprensa, ela simplesmente comunicou a Carlos Lupi, em reunião no Palácio do Planalto, na manhã desta segunda-feira, no meio do feriadão de 1º de Maio, que o nome escolhido era o de Brizola Neto.
Por trás da escolha do novo ministro, às vésperas do Dia do Trabalhador, está a disputa eleitoral em São Paulo. Tradicional aliado do PT, desta vez o PDT abriu negociações com os tucanos para apoiar José Serra, e mantém um pé em cada canoa.
No vôo de volta de Brasília a São Paulo, às nove da manhã da última quinta-feira, sentou-se atrás de mim o deputado pedetista Paulinho da Força, que não parou de falar um minuto para relatar ao seu interlocutor as negociações do PDT com "a Dilma" e "o Serra", tendo como pano de fundo a disputa paulistana.
Pela conversa, bastante contrariado com a demora em se chegar a um acordo para resolver a questão do Ministério do Trabalho, Paulinho, também ele anunciado como pré-candidato, parecia mais animado ao falar de Serra.
O problema para Dilma e Lula é que, até o momento, Fernando Haddad, o candidato do PT, ainda não conseguiu fechar nenhuma aliança para aumentar seu tempo de televisão. A nomeação de Brizola Neto pode agora facilitar as negociações com o PDT.
Falta ainda acalmar os "independentes" do PR, outro aliado descontente por não ter recebido de volta o Ministério dos Transportes, que também está com um interino desde o final do ano passado.
Como se vê, está todo mundo com um olho na Esplanada dos Ministérios e outro na disputa eleitoral em São Paulo.
Quase ninguém se deu conta, a não ser o PDT, é claro, que o país
estava faz cinco meses com um ministro do Trabalho interino chamado
Paulo Roberto dos Santos Pinto.
Brizola Neto, o PDT e as eleições em SP
Durante este tempo todo, o governo e o partido discutiram nomes para substituir Carlos Lupi, o presidente do PDT afastado do ministério em dezembro, após uma série de denúncias.
A presidente Dilma Rousseff queria desde o início indicar o deputado federal Brizola Neto, do PDT carioca, que ela conheceu durante a campanha presidencial de 2010, mas setores do partido, liderados pelo próprio Lupi, se opunham ao seu nome e defendiam outros.
Em seu blog, o "Tijolaço", o novo ministro do Trabalho defendia Dilma e desmascarava setores da imprensa que apoiavam José Serra sem muita sutileza.
Como Dilma não tem medo de cara feia de político nem da imprensa, ela simplesmente comunicou a Carlos Lupi, em reunião no Palácio do Planalto, na manhã desta segunda-feira, no meio do feriadão de 1º de Maio, que o nome escolhido era o de Brizola Neto.
Por trás da escolha do novo ministro, às vésperas do Dia do Trabalhador, está a disputa eleitoral em São Paulo. Tradicional aliado do PT, desta vez o PDT abriu negociações com os tucanos para apoiar José Serra, e mantém um pé em cada canoa.
No vôo de volta de Brasília a São Paulo, às nove da manhã da última quinta-feira, sentou-se atrás de mim o deputado pedetista Paulinho da Força, que não parou de falar um minuto para relatar ao seu interlocutor as negociações do PDT com "a Dilma" e "o Serra", tendo como pano de fundo a disputa paulistana.
Pela conversa, bastante contrariado com a demora em se chegar a um acordo para resolver a questão do Ministério do Trabalho, Paulinho, também ele anunciado como pré-candidato, parecia mais animado ao falar de Serra.
O problema para Dilma e Lula é que, até o momento, Fernando Haddad, o candidato do PT, ainda não conseguiu fechar nenhuma aliança para aumentar seu tempo de televisão. A nomeação de Brizola Neto pode agora facilitar as negociações com o PDT.
Falta ainda acalmar os "independentes" do PR, outro aliado descontente por não ter recebido de volta o Ministério dos Transportes, que também está com um interino desde o final do ano passado.
Como se vê, está todo mundo com um olho na Esplanada dos Ministérios e outro na disputa eleitoral em São Paulo.