Tucanos agora cobram para si respeito a segredo de justiça, que nunca respeitaram.
Eles nunca respeitaram esse sigilo, esse segredo de justiça. Sempre se aproveitaram dos vazamentos para a luta política e o denuncismo. Agora, vítimas de sua própria prática, derramam lágrimas de crocodilo. Igualmente hipócrita é o apelo que fazem à presunção da inocência que igualmente nunca respeitaram e sempre negaram aos adversários.
É hilário ver o comportamento de seus deputados nos programas de televisão - como no CQC, da Band. Histriônicos e histéricos, são incapazes de responder às denúncias de corrupção contra seus governos. Mas o tucanato é especializado em desinformação e diversionismo, como nesse caso do CADE.
Não é verdade que o CADE recusou-se a entregar documentos
Agora o governador Alckmin anuncia que o Estado conseguiu junto à Justiça Federal autorização para acesso às investigações do CADE sobre as denúncias de formação de cartel de fornecedoras de trens ao Metrô e à Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Mas o CADE não se recusou a entregar os autos do processo sobre o confesso cartel da Siemens. Apenas cumpriu determinação da Justiça que decretou o sigilo das investigações. E, no entanto, Alckmin e seu governo tucano repetem e repetem que o CADE não quis entregar os documentos.
Enquanto isso, dois de seus parlamentares, o senador Aloysio Nunes Ferreira Filho (PSDB-SP), líder na Casa, e o ex-líder senador Álvaro Dias (PSDB-PR) pedem uma CPI para a Petrobras. Pedem para a estatal, mas não para o cartel da Siemens ou para apurar as dezenas e dezenas de denúncias feitas ao longo dos 20 anos em que o PSDB governa São Paulo, duas décadas em que bloquearam cerca de 70 pedidos de CPIs na Assembleia Legislativa do Estado contra os governos tucanos paulistas.
Agora, os senadores Aloysio, Álvaro Dias e o tucanato no Senado querem convocar o ex-funcionário da empresa João Augusto Henriques (ex-diretor da BR Distribuidora), que já desmentiu as declarações a ele atribuídas e publicadas pela revista Época desta semana, mas não os envolvidos no escândalo dos trens e metrô de São Paulo, inclusive alguns líderes tucanos.
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