Tijolaço, Cafezinho, Blog da Cidadania, a comunicação alternativa censurada e sob ataque no Facebook
Ontem o Facebook proibiu o compartilhamento de postagens do Tijolaço, do Fernando Brito. O Cafezinho, do Miguel do Rosário, também foi vítima da mesma censura do Facebook. Ambos acusados de spam, veja só. Dois dos principais veículos da mídia alternativa brasileira.
O Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania, vem denunciando no Facebook a repentina e estranha queda no número de compartilhamentos de suas postagens por lá.
Não é de hoje que a mídia corporativa, ao lado do Google e do Facebook declararam guerra à comunicação alternativa. E não só aqui, mas no mundo.
O CounterPunch mostra o estrago provocado pela nova política do Google nos sites anti-sistema:
Sob o novo programa anti-fakenews, os algoritmos do Google têm movido, nos últimos meses, sites socialistas, antiguerra e progressivos de posições anteriormente proeminentes nas buscas do Google para até 50 páginas distantes da primeira página, o que significa na prática que ninguém vai vê-los. CounterPunch, World Socialist Website, Democracy Now, União de Liberdades Civis Americanas, Wikileaks são apenas alguns dos sites que sofreram reduções severas em seus retornos das buscas do Google. O site do World Socialist, para citar apenas um exemplo, experimentou uma queda de 67% em seus retornos do Google desde que a nova política foi anunciada [Fonte: CounterPunch]
No Facebook, isso se dá também através da denúncia, muitas vezes realizada por bots de direita, de postagens de sites de mídia alternativa como spam ou notícia falsa (fake new).
Isso vai se concentrar ainda mais daqui até a eleição do ano que vem (se elas acontecerem). Já desembarcou no Brasil a Cambridge Analytica, com sede em São Paulo, significativamente na Rua Estados Unidos...
A CA trabalha com Big Data e influenciou decisivamente a vitória do Brexit na Inglaterra e de Trump nos EUA. Já está no Brasil, assessorando Doria e o MBL. Por enquanto.
Portanto, nessa guerra da comunicação, sites e blogs de comunicação alternativa e seus leitores devem estar mais do que nunca unidos.
O Facebook habituou a entregar tudo de mão beijada. Não escolhemos o que vamos ler ou ver. Ele escolhe por nós com seus algoritmos. E esses algoritmos costumam punir aqueles que produzem conteúdo no Facebook com link para página externa a ele. O Face não quer que você saia dele e pune quem tenta "desviá-lo do caminho".
Também com esse "prato feito" que nos entrega, o Facebook nos tornou manhosos, preguiçosos. Pra que ler textão? Pra que seguir link? Vejo depois…
Isso enche os bolsos de Zucka e seus sócios. Mas pode acabar com a comunicação alternativa. Porque as pessoas têm preguiça de seguir links. Querem que você publique todo o seu conteúdo no Facebook. Só que isso enriquece o Face e mata os blogs e sites alternativos, que precisam de visitação para sobreviver.
Por isso, uma das formas de apoiar a comunicação alternativa é visitar os sites e blogs, seguir os links. Não ficar preso apenas ao Facebook. No Facebook, marque os sites e blogs de comunicação alternativa para "Ver primeiro" [Não sabe como fazer? Leia aqui: Facebook: Modo de usar. Uma arma contra os algoritmos do Facebook].
Além disso, é preciso trabalharmos em conjuntos nas redes, retuitá-los, compartilhá-los, distribui-los em grupos de WhatsApp para fazer frente ao exército numeroso e (regiamente) pago do lado de lá.
É preciso também coçar o bolso. Assinar os sites, porque mesmo aqueles que hoje têm suas páginas lotadas de propaganda (via Google Adsense e outros) podem ter suas visitações (e, logo, seu faturamento) afetadas pelos algoritmos do Google, como já acontece drasticamente no mundo [como vimos acima com a queda de 70% nas visitações de um dos mais importantes sites de esquerda do mundo, o Word Socialist Website].
É preciso um trabalho de formiguinha nas redes. Visitar os sites. Apoiá-los. Porque senão só vai restar a Fábrica de Coxinhas da mídia corporativa.
Há muito a escrever sobre isso e vou ficar sempre fazendo novas postagens sobre o assunto. Esta aqui já usa trechos de outras que fiz anteriormente. Novas virão. Conto (contamos) com vocês que nos leem.
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