quarta-feira, 25 de maio de 2022

O cara teria defendido a invasão do Supremo.

 

Filha de ministro do STJ acusa pai de ter defendido invasão ao STF

 
O ministro João Otávio de Noronha e o presidente Jair Bolsonaro | Marcos Corrêa/PR

Em diálogos encontrados pelo Ministério Público Federal no celular apreendido de um empresário, a advogada Anna Carolina Noronha, filha do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) João Otávio Noronha, afirma que seu pai defendeu a invasão ao Supremo Tribunal Federal (STF) em 2016, para pressionar os ministros pelo impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT).

A declaração de Nina Noronha aparece em uma conversa de WhatsApp com o empresário Marconny Faria, alvo de investigação do Ministério Público Federal (MPF) por suspeita de fraudes em licitações no Pará. “O meu Pai falou w (que) os manifestantes deviam sim ter invadido. O palácio. O srf (STF). Pq não há mais instituição. O stf tá corrompido”, escreveu a advogada.

Marconny, em seguida, rebateu: “Não podemos fazer isso. Senão perdemos a ordem”, ao que a advogada respondeu: “Podemos sim. O stf foi corrompido. Por completo. Tão querendo ferrar o Moro”.

Ela ainda afirma no diálogo, de 16 de março de 2016, que o pai considerava o STF “corrompido” e seus ministros “comprados”. Nina falava sobre como seu pai estava indignado com a indicação de Lula para ser chefe da Casa Civil por Dilma. Protestos com cerca de 5 mil manifestantes ocorreram em frente ao Palácio do Planalto, e a polícia teve que agir quando houve tentativa de invadir a rampa do Congresso.

Conforme a filha do ministro antecipou ao empresário, no dia seguinte, 17 de março, Noronha se pronunciou no plenário do STJ rebatendo a fala de Lula. Ele afirmou que o tribunal não era covarde e julgava com imparcialidade os casos da Lava Jato.

Procurado pelo jornalista Guilherme Amado, João Otávio Noronha negou que em qualquer momento tenha defendido a invasão ao STF ou ao Planalto. Em nota, o magistrado disse o seguinte:

“Nunca preguei ou defendi a invasão do STF. E jamais o faria por atentar contra a democracia e por ser um ato de desrespeito à Corte Suprema do Brasil. Tenho pelo Supremo e pelos ministros que o integram o mais profundo sentimento de respeito e admiração. Minha manifestação na sessão da turma foi em defesa da Corte Superior a que pertenço, que estava sendo injustamente atacada”.

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