quinta-feira, 25 de outubro de 2012

ELEIÇÃO AMERICANA - Apoio do Colin Powell a Obama.

 


Campanha eleitoral nos EUA tem suas peculiaridades. A palavra “corrupção” não aparece em nenhum dois lados em disputa. Discute-se economia, destaque para desemprego e dívida interna, e a segurança do país, terrorismo, guerras e atentados a representações estadunidenses no exterior.

Obama, por estar no office, como se diz , é o culpado de tudo de ruim que o país enfrenta, desde a crise imobiliária, que na verdade explodiu no governo de seu antecessor, até a falta de empregos, uma dificuldade que assola todas as grandes economias capitalistas.

Como já destaquei aqui, Obama é vidraça e Romney atiradeira. Os comerciais do republicano na TV batem na mesma tecla, empregos e dívida interna, e alerta aos espectadores que “o país não aguenta mais quatro com Obama”.

 Ao mesmo tempo, ele não apresenta soluções para os problemas que usa como arma de ataque ao adversário. Alguma coisa parecida com a nossa oposição.

Obama tem o apoio das minorias, gays, negros, latinos e mulheres, estas incluídas  entre as minorias porque têm reivindicações próprias, como programas especiais de saúde que incluam o direito ao aborto e contraceptivos. Obama tem explorado pouco as conquistas sociais asseguradas em seu governo, sobretudo em relação aos gays, com o fim da lei conhecida como "não fale, não pergunte", e aos jovens imigrantes indocumentados, que chegaram pequenos aos EUA trazidos pelos país e acabam de ser legalizados por decisão pessoal do presidente sem ouvir o Parlamento.

Uma das grandes dificuldades de Obama está em convencer os eleitores mais pobres a votarem. Como o voto não é obrigatório, as camadas mais carentes da população tendem a se acomodar. Para elas, votar não faz diferença porque não acreditam que suas vidas irão melhorar se for eleito um outro candidato. Como convencê-las de que isso não é verdade?

Ainda com respeito ao voto, uma pesquisa nos números da eleição de 2008 revelou que os ricos votam mais que os pobres, por vários fatores. Obama lutou durante boa parte de seu mandato pelo aumento do imposto de renda dos ricos. E mesmo agora, em seus comerciais, essa é um de suas bandeiras para o segundo mandato.

Está muito claro que Romney é muito menos preparado para o cargo. Seu desconhecimento de política externa ficou comprovado no terceiro debate. Apesar disso, ele possui uma fluência que engana os indecisos menos preparados intelectualmente, a grande massa da população.

Romney é muito ruim e cheio de contradições. Se desdiz a todo momento. Para não chamá-lo de mentiroso, a campanha adversária prefere insinuar que ele sofre de “Romnesia” (Romney + amnesia). Mas é certo que ele não o idiota que parecia no início da campanha. Faz o tipo que agrada ao americano tradicional, muito rico, família grande e bem sucedida, com cinco filhos homens, todos já ricos e donos de suas próprias empresas, e 18 netos.

O resultado do pleito de 6 de novembro é absolutamente imprevisível. São dezenas de pesquisas de opinião, quase todas mostrando um empate técnico entre os dois candidatos, com ligeira vantagem para Romney nos últimos. O melhor desempenho de Obama nos dois últimos debates não apagaram a má impressão deixada no primeiro debate, o mais visto de todos: 67.2 milhões de telespectadores, segundo o Nielsen.

Nessa altura do campeonato, a 12 dias da eleição, é praticamente impossível fazer qualquer previsão. Os republicanos seguem criando dificuldades para Romney. A última delas causada pelo candidato de seu partido ao Senado pelo Estado de Indiana, um tal Richard Mourdock.

Mourdock mexeu em casa de marimbondo no último domingo, durante um debate na TV, quando afirmou que “mesmo quando uma vida começa numa situação horrível de estupro, isso foi algo planejado por Deus”. Uma declaração desse nível sobre um tema explosivo como é o direito ao aborto, tem tudo para respingar em Romney que aparece em um anúncio na TV, ao lado de Mourdock, pedindo ao eleitor por “junte-se a nós”. A equipe de Romney se apressou em dizer que o candidato não concorda com o comentário do colega de partido e não reflete seu pensamento.

O incidente foi bastante explorado pela mídia liberal, mas aperentemente não trouxe prejuízos imediatos em termos de pesquisa ao republicano.

Nessa altura do campeonato, a 12 dias da eleição, arrisca-se a errar quem fizer qualquer previsão sobre quem será o próximo presidente dos Estados Unidos.

Obama é o melhor, embora não seja nenhuma maravilha.

PS. Nesta quinta-feira, o general Colin Powell, figura respeitada nos meios republicanos e ex-secretário de Estado do governo Bush, declarou seu apoio a Obama, como fez em 2008. E justificou seu apoio assinalando que Obama está no caminho certo no combate ao terrorismo e na estratégia de por fim à participação do país na guerra do Afeganistão. Um apoio importante para o presidente.

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