quinta-feira, 25 de outubro de 2012

TECNOLOGIA - O "ataque" chinês.



O "ataque" chinês ao setor de tecnologia dos EUA



Na década de 1970, os produtos de tecnologia made in USA eram considerados os melhores do mundo, enquanto os fabricados na Europa eram os mais acessíveis. Na década seguinte, os fabricantes europeus (Philips, Grundig) aumentaram seus preços a um nível alto, enquanto os japoneses tornaram-se acessíveis.

Por Lee Wong, no Monitor Mercantil


Isto foi alterado na década de 1990, quando os fabricantes japoneses (Sony, Panasonic, Toshiba e outros) foram considerados os maiores e melhores, com os sul-coreanos ostentando a fama de "baratos". Mas, desde a primeira década do século XXI, os fabricantes sul-coreanos (Samsung e LG) são aqueles que detêm a primazia, com os fabricantes chineses sendo aqueles que fabricam produtos acessíveis e baratos. Mas, ao que tudo indica, agora chegou a hora e a vez de os fabricantes chineses assumirem a liderança mundial no mercado de tecnologia.

Há alguns dias, a conhecida empresa norte-americana de pesquisas Gartner anunciou que no terceiro trimestre deste ano a fabrica chinesa Lenovo liderou as vendas mundiais de computadores pessoais com 15,7%, contra a 15,5% da norte-americana HP. Uma outra empresa de pesquisas norte-americana, a IDC, atribuiu a liderança mundial de vendas à norte-americana HP com 15,9% e a vice-liderança à Lenovo, com 15,7%, mas todas as previsões indicam que neste último trimestre a chinesa Lenovo passará a HP.

A Lenovo emergiu tornando-se conhecida internacionalmente em 2005, quando adquiriu o setor de computadores pessoais da IBM. Na ocasião, já era o maior fabricante de PCs na China, mas buscava expandir-se internacionalmente. E, ao que tudo indica, conseguiu.

Barreiras protecionistas

Entretanto, a Lenovo não é a única fabricante chinesa de tecnologia que encontra-se entre as maiores do mundo. A Huawei, que desde 2005 começou a ter sua presença sentida nos mercados internacionais, é o segundo maior fabricante de equipamentos de telecomunicações do mundo - atrás apenas do grupo sueco Ericson - e, além disso, integra o grupo dos dez maiores fabricantes de telefones celulares.

Anotem que a Huawei não é campeã de encomendas somente por causa de seus preços baixos, mas também pelo fato de seus produtos serem líderes em termos de excelência tecnológica. E há ainda uma terceira fabricante chinesa de produtos de alta tecnologia, a ZTE, a qual ocupa o quinto lugar mundial no setor de telefones celulares, assim como de equipamentos de telecomunicações.

Os chineses já mostram ter conseguido integrar seus superiores bonds no setor mundial de tecnologia e têm aproveitado ao máximo as possibilidades do mercado interno. A Lenovo ocupa o quarto lugar no mercado norte-americano e o quinto na Europa. Mas, indiscutivelmente, ocupa o primeiro lugar internacionalmente, porque simplesmente a China é o maior mercado de PCs e continua registrando ritmos elevados de crescimento.

Obviamente, os fabricantes chineses de tecnologia - particularmente a Huawei e a ZTE - têm sido acusados por suas "estreitas relações" com o governo central de Pequim. O caso da Comissão de Informações da Câmara de Representantes dos EUA, que recomendou aos fornecedores norte-americanos de equipamentos a não encomendarem mais compras a estes dois fabricantes chineses, "por motivos de segurança nacional", não é o primeiro que foi ouvido com este tipo de acusações ridículas.

A questão é que, pela primeira vez, os fabricantes chineses de produtos de tecnologia encontram pela frente barricadas tão sérias contra seu rápido crescimento. E a forma com a qual enfrentarão o problema provará se dispõem do necessário fôlego para manter-se por muitos anos no topo.

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