E o Pedrinho fica mandando cartinhas para os funcionários.
Autor: Rogério Lessa
Com Parente, Petrobras acelera na contramão
Autor: Rogério Lessa
No momento em
que a Petrobras, sob administração de Pedro Parente, anuncia a venda de
sua participação em usinas de álcool, as notícias dão conta de que este
setor figura entre os mais estratégicos para as concorrentes.
“O etanol de cana
somado ao produzido a partir do milho representa hoje 82% do mercado de
biocombustíveis. Juntos, Brasil e Estados unidos dominam 90% desse
mercado. É um equívoco total, revelando má fé ou absoluta falta de
estratégia afastar a Petrobrás da produção de biocombustíveis”, critica o
ex-deputado federal Ricardo Maranhão, que é conselheiro da AEPET.
“A Shell, por exemplo,
abandonou investimentos em energia solar e eólica para apostar todas as
fichas no etanol brasileiro”, comenta. Maranhão lembra que, em 2010, a
multinacional anglo-holandesa se associou à brasileira Cosan numa joint
venture de R$ 40 bilhões que deu origem à empresa Raizen (hoje a
principal fabricante de etanol de cana-de-açúcar do Brasil e maior
exportadora individual de açúcar de cana no mercado internacional) numa
operação que mudou o mapa energético mundial.
“Na época, Peter
Heijen, analista do setor petróleo em Amsterdã, Holanda (sede da Shell),
disse se tratar de ‘um negócio fantástico, que faz todo sentido’, para a
Shell, é claro”, completou o ex-deputado federal.
Já o presidente da
Shell no Brasil, Vasco Dias, afirmou que o Brasil hoje “é o centro da
estratégia de biocombustíveis” da empresa. Não é para menos. A agência
americana de proteção ambiental classificou o etanol de cana brasileiro
como combustível limpo, classificação que abre as portas desse produto
aos 40 mil postos que a Shell detém no mundo inteiro, com receita de US$
278 bilhões anuais.
“Tanto que, para o dono
da Cosan, Rubens Ometto, a associação com a Shell formou o dream team
(time dos sonhos) do etanol”, completa Maranhão, lembrando que o etanol
de cana-de-açúcar diminui em 61% as emissões de CO2 na atmosfera,
enquanto o produzido a partir do milho reduz essas emissões em apenas
21%.
“Em 2015, quando por
sinal o Próalcool completou 40 anos, o consumo mundial de etanol cresceu
37,5%, enquanto a demanda por gasolina regrediu 7,3% no mesmo período”,
resumiu o ex-deputado federal, que também já presidiu a AEPET.
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