sábado, 24 de dezembro de 2016

POLÍTICA -Judiciário brasileiro debocha da crise.

“They don’t care about us”: o Judiciário brasileiro debocha da crise


ceia
Lendo a reportagem de Marcelo Auler sobre a contratação, em plena ceia da fome para os servidores públicos do Rio de Janeiro, de R$ 13,7 milhões de reais em serviços de garçons, copeiros e “insumos e materiais” para servirem aos senhores desembargadores do Tribunal de Justiça, não dá para deixar de lembrar da música do finado Michael Jackson: “They don’t care about us” – Eles não se importam com a gente.
Será que, em meio a essa crise, Suas Excelências não poderiam se contentar com uma boa garrafa térmica e um copinho descartável? O café tem de ser na baixela e a louça de porcelana?
Escreve Marcelo Auler: “neste ano, o governo do Estado gastou R$ 12,7 milhões com o pagamento de fornecedores da Secretaria Especial de Administração Penitenciária (SEAP). Ou seja, cuidando – inclusive com alimentação – da população carcerária que, em julho, antes da Copa do Mundo, totalizava 50 mil presos segundo o advogado Fabio Cascardo”.
50 mil presos custam menos que 180 desembargadores e, ao que consta, todos são seres humanos com as mesmas necessidades alimentares.
Fazendo contas básicas: R$ 13,7 milhões, divididos por 24 meses e pelos 180 desembargadores dá, acredite, R$ 3.171,29 por mês para o cafezinho e o lanchinho de Suas Excelências.
Quatro vezes mais do que ganha, líquido, um trabalhador ou trabalhadora que receba um salário mínimo para comer, morar, vestir, a si e aos filhos,  e ainda tomar o ônibus e ir trabalhar.
Michael Jackson era esquisitão, teve uma polêmica metamorfose de aparência, recolheu-se a uma vida obscura em sua “Terra do Nunca”. Mas certamente sobrou algo do garoto negro e pobre que olhava o mundo e absorvia a memória dos direitos sociais que foram, duramente, alcançando contra aqueles magníficos senhores.
Tanto que nesta música, um dos versos finais é: You know I really do hate to say it/The government don’t wanna see/But if Roosevelt was livin’/He wouldn’t let this be, no, no
Livremente traduzido: Você sabe que eu odeio falar isso, o governo não quer ver: mas se Roosevelt estivesse vivo, ele não deixaria isso acontecer

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