quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

POLÍTICA - A morte da Engenharia Brasileira.

Clube de Engenharia decreta a “morte da Engenharia Brasileira”

prosub
“A Engenharia Brasileira está morta. Será cremada no altar da Jurisprudência da Destruição, do entreguismo e da ortodoxia econômica. Suas cinzas serão sepultadas em hora e local a serem anunciados no decorrer deste ano de 2017.”
A “nota fúnebre” foi publicada hoje pelo Clube de Engenharia, entidade que reúne os profissionais e o melhor do pensamento estratégico do setor há nada menos que 136 anos e é a mais antiga sociedade de engenheiros da América Latina.
Num extenso artigo, o Clube diz que “não existem nações que tenham crescido econômica e geopoliticamente sabotando, inviabilizando, destruindo, execrando, ensinando seu povo a desprezar, odiar e demonizar essa área, seus técnicos, trabalhadores, suas empresas, projetos, líderes e empresários, como o Brasil está fazendo agora”.
Empresas e grupos que estão sendo destruídos, agora, pelo ódio, a pressão e a calúnia, como se tivessem sido atingidos por uma devastadora bomba de nêutrons.
O artigo aponta como  efeito da aventura judicial, que confunde empresas com pessoas fisicas, “R$ 140 bilhões em prejuízo (à economia) , a demissão de milhares de trabalhadores, a interrupção de dezenas de projetos na área de energia, indústria naval, infraestrutura e defesa, a quebra de milhares de acionistas, investidores e fornecedores”.
A engenharia nacional está perecendo. Foi ferida de morte por um sistema judiciário que pretende condenar, a priori, qualquer contato entre empresas privadas e o setor público, e desenvolveu uma Jurisprudência da Destruição de caráter descaradamente político, que não concebe punir corruptos sem destruir grandes empresas, desempregar milhares de pais de família, interromper e destroçar dezenas de projetos estratégicos.
Um sistema judiciário que acredita que deve punir, implacável e estupidamente, não apenas as pessoas físicas, mas também as jurídicas, não interessando se esses grupos possuem tecnologia e conhecimento estratégicos, desenvolvidos ao longo de anos de experiência e aprendizado, se estão envolvidos em projetos vitais para o desenvolvimento e a segurança nacional, se deles dependem, para sobreviver, milhões de brasileiros.
O artigo diz ainda que “as nações mais poderosas do mundo” não apenas fortalecem “sua própria engenharia e suas maiores empresas”, mas se dedicam, também a ” sabotar as empresas e a engenharia de outros países, usando desculpas de diferentes matizes, que são repetidas e multiplicadas pela mídia sabuja e babosa desses mesmos lugares”.
Não é outra coisa o que os Estados Unidos fazem por meio de órgãos como o Departamento de Justiça e de iniciativas como o próprio Foreign Corrupt Practices Act, sob o manto do combate à corrupção e da proteção da concorrência.
Como se diz no futebol, não tem mais time bobo. Ou tem, nestas bandas aqui.
O manifesto do Clube de Engenharia – que você pode ler aqui, na íntegra – aponta como “desastrosa”   a antecipação “suicida” pelo BNDES – em plena recessão – do pagamento de R$ 100 bilhões ao Tesouro: um dinheiro que poderia ser imediatamente aplicado em [obras de] infraestrutura, vai em troca de uma insignificante, irrelevante, pouco mais que simbólica redução de 1% na dívida pública.
E conclui, tristemente: “A engenharia brasileira faleceu, com seus escritórios de detalhamento de projetos, suas fábricas de bens de capital, seus estaleiros de montagem de navios e plataformas de petróleo fechados, suas linhas de crédito encarecidas ou cortadas, seus ativos vendidos na bacia das almas e seus canteiros de obras abandonados.  E o seu sepultamento está marcado para algum momento de 2017.”

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